Leila Pereira manda recado claro para o Corinthians. “É imoral. Somos desclassificados por clubes que não pagam nada a ninguém”
A presidente do Palmeiras foi à sede da CBF para discutir fair play financeiro. Ela defende controle financeiro da entidade nos clubes brasileiros

“Eu concordo com a ideia de alguns presidentes, que aqueles clubes, que compram jogadores e não pagam, não podem contratar novamente.
O Palmeiras é um clube que paga rigorosamente em dia clubes, profissionais, atletas, a gente não atrasa um dia.
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“E, às vezes, nós somos desclassificados por clubes que não pagam absolutamente ninguém.”
Leila Pereira não poderia ser mais direta.
Falava sobre o Corinthians, hoje, na entrada da sede da CBF, onde há uma reunião importante sobre a implementação do fair play financeiro no Brasil.
Há tempos, a dirigente manda recados sobre a maneira que o maior rival administra o futebol.
Não é segredo que as dívidas no Parque São Jorge ultrapassam R$ 2,5 bilhões. Atrasou salários e prêmios aos jogadores, além de pagamentos nas compras de atletas. Sem o menor controle.
Mesmo assim derrotou o Palmeiras na final do Campeonato Paulista e o eliminou na Copa do Brasil.
Leila fez questão de deixar bem claro que não vende jogadores do Palmeiras para equipes com dívidas. Outra mensagem mais do explícita.
“Não, não tem clubes devendo ao Palmeiras porque, primeiramente, eu vendo pouco para clubes que não pagam ninguém. A grande maioria dos nossos atletas nós vendemos para o exterior, para clubes adimplentes.”
Ela também defendeu que os clubes brasileiros se tornem SAFs.
“Eu acho que a grande solução para os clubes é virar SAF. Com o dono, a responsabilidade é do dono. Nesses clubes que são associativos, o presidente fica dois, três anos e quer ganhar todos os campeonatos.
“E faz a festa, não pagando absolutamente ninguém, porque sabe que em três anos ele vai largar a bucha para outro presidente. E quando você é dono do clube, a responsabilidade é sua. Isso é um próximo assunto.”
Leila garantiu que não será dona de SAF. Por exemplo, no Palmeiras.
“Nunca. Não serei. E acredito que o Palmeiras não vai virar SAF. Porque há pessoas que se acham donas do Palmeiras. E não vão aceitar a entrada de uma SAF.”
Ela garantiu que nem tentará transformar o Palmeiras em SAF.
“Não na minha gestão, porque eu jamais proporia esse tipo de modificação para o estatuto do Palmeiras. Eu tenho dois anos e meio ainda pela frente e não gostaria de fazer qualquer alteração no estatuto do Palmeiras.
“O próximo presidente, se achar que deva, pode fazer. Mas eu acredito que para que os clubes tenham futuro, esse modelo associativo está completamente ultrapassado, porque não gera responsabilidade alguma para o seu gestor.
“Eu nunca vi presidente de clube associativo ser penalizado, e olha que vocês veem cada aberração por aí. Quando é dono, pelo menos responde com seu patrimônio.”
Apesar dela garantir que não fará qualquer modificação no estatuto do Palmeiras, há um movimento sério de seus aliados para que haja, sim, a mudança significativa.
E que permitiria a existência de um terceiro mandato consecutivo de Leila. E daria a chance que ela ficasse até 2030...