'Jumènec'. Torcida ironiza. Diretoria do Fla analisa Ceni
Depois da goleada contra Atlético, dirigentes se dividem sobre Dome. Rogério Ceni surge como possiblidade. Jogos contra São Paulo serão decisivos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O vexame que o Flamengo passou em Belo Horizonte, sendo goleado pelo Atlético Mineiro, por 4 a 0, provocou duas reações na Gávea.
A primeira, irônica, de membros de torcida.
"Braz, manda o Jumènec para o c***
"Que eu voto em você."
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Estava escrito em uma faixa que foi pendurada nos muros da Gávea, durante a madrugada.
Jumenèc é a mistura do nome do treinador com jumento, comparando sua eventual falta de inteligência.
A mensagem foi endereçada ao vice-presidente Marcos Braz, homem que trouxe Domènec Torrent. E que também concorre ao cargo de vereador do Rio de Janeiro.
Além da faixa, houve também a indefectível pichação.
"Fora Dome."
Nas redes sociais, há uma campanha de torcedores flamenguistas pedindo a contratação de Rogério Ceni.
Já para a diretoria, que realmente decide, a postura é de paciência.
Ele fechou contrato em agosto, há quatro meses.
O compromisso, com multa, vai até dezembro de 2021.
O presidente Rodolfo Landim é um homem muito voltado ao dinheiro. Aprendeu com os anos que foi o braço direito do empresário Eike Batista.
Ele entende que o treinador não pode começar a dar prejuízo.
Ainda mais neste ano frustrante, quando o Flamengo projetava conseguir arrecadar mais de R$ 1 bilhão.
Mas foi impedido pela pandemia.
Para Landim, a situação está clara.
Os dois vexames seguidos, as goleadas para o São Paulo e Atlético Mineiro incomodam. Mas não tiveram consequências irreversíveis. O clube está em terceiro no Brasileiro, a um ponto do Internacional, o líder.
Mas a partir do confronto eliminatório com o São Paulo, no Maracanã, quarta-feira, a situação muda.
A classificação para a semifinal da Copa do Brasil vale R$ 7 milhões. Dinheiro que seria muito bem-vindo à Gávea.
Os dois jogos eliminatórios, quarta e no dia 18, serão contra o clube paulista, que acumula fracassos há anos.
São 23 quedas em mata-matas, desde 2012, quando foi campeão pela última vez, da Copa Sul-Americana.
Landim não abre mão da classificação.
Do dinheiro.
Já no dia 24, começa a luta diante do Racing nas oitavas-de-final da Libertadores. Também dois jogos.
No meio de tantas decisões, há as partidas pelo Brasileiro, dia 14, contra o Atlético Goianiense, e no dia 21, diante do Coritiba. Ambas no Maracanã.
Landim tenta dar sua colaboração a Domènec. Tentando oficialmente que Pedro e Everton Ribeiro se apresentem à Seleção Brasileira depois do jogo de quarta, contra o São Paulo.
Domènec já sente a forte pressão por sua demissão.
Na coletiva de ontem, ele estava irritado como nunca.
"Acredito no nosso trabalho. Nada vai mudar para mim. Não vou perder nem um segundo de tempo com o que não posso controlar. Não posso controlar o que acontece fora, o que eu posso controlar é melhorar os jogadores", desabafou, tenso.
O trabalho do catalão está sendo avaliado como nunca.
Principalmente seu rodízio.
Capaz de colocar oito duplas de zagueiros diferentes nos jogos do Flamengo.
Marcos Braz, vice e candidato a vereador, defende sua permanência.
Antes de pensar em Rogério Ceni, os dirigentes flamenguistas lembram da pesada multa de 2 milhões de euros, R$ 12 milhões, para demitir o técnico.
Eles dobraram a multa de Jorge Jesus, porque o Benfica não teve a menor dificuldade em pagar os R$ 6 milhões para ter o treinador multicampeão pelo Flamengo.
A situação é tensa.
Agravada até pelo eterno racha entre Marcos Braz e Luiz Eduardo Baptista, dois vices, que sonham com a presidência do clube.
A situação de Domènec é frágil.
O nome de Rogério Ceni cresce, como seu possível substituto.
E os jogos contra o São Paulo, pela Copa do Brasil, terão um peso enorme para sua permanência.
Porque para Landim é simples.
O catalão pode perder até perder alguns jogos.
Não campeonatos e dinheiro...
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