Jorge Jesus sabota o Flamengo. Liverpool campeão mundial
O erro veio de onde ninguém esperava. Jesus tira Arrascaeta e Everton Ribeiro e dá o domínio do jogo para o Liverpool de Klopp. Foi fatal
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
29 segundos do primeiro tempo.
Firmino invade a área e sozinho, diante de Diego Alves, chuta por cima.
41 minutos do primeiro tempo.
Pênalti não marcado de Rodrigo Caio em Henderson.
Um minuto do segundo tempo.
Henderson lança Firmino, que dá um chapéu em Rodrigo Caio, e chuta na trave direita de Diego Alves.
45 minutos do segundo tempo.
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Mané recebe livre de Firmino. Ao armar o chute, Rafinha tenta travar o chute. Não consegue. Mas Abdulrahman Al-Jassim marca pênalti. O VAR salva o time carioca.
15 minutos do segundo tempo da prorrogação
Vitinho cruza e Lincoln, livre, dentro da grande área, chuta por cima.
Mas os momentos, fundamentais para o Flamengo perder o título mundial para o Liverpool, nasceram do banco de reservas do time brasileiro.
Do cérebro rubro-negro mais privilegiado.
Aos 31 minutos do segundo tempo, quando Jorge Jesus trocou Arrascaeta por Vitinho. E para piorar de vez, o português tirou Everton Ribeiro por Diego.
O Flamengo perdeu seus dois articulares. Os responsáveis pela dinâmica do time carioca, responsável pelo título brasileiro e da Libertadores.
Jorge Jesus deu o domínio do jogo para os ingleses.
A equipe brasileira ficou irreconhecível.
Perdeu a consciência tática, o conjunto, a movimentação inteligente.
Se teve sorte durante o restante dos noventa minutos de jogo, o castigo justo veio na prorrogação.
Aos oito minutos do primeiro tempo, com o Flamengo desarticulado, com as linhas distantes, Henderson fez excelente lançamento para Mané, livre entre Pablo Marí e Rodrigo Caio.
Ele não pensa. Só toca para a esquerda, onde sabia que Roberto Firmino estaria. A bola chegou perfeita. O atacante breca, drible Rodrigo Caio e Diego Alves.
O chute vai para as redes.
Liverpool 1 a 0.
A partida estava decidida.
Foi impossível repetir 1981.
Jesus, no mais puro desespero, trocou Gerson por Lincoln, aos 11 minutos do primeiro tempo da prorrogação.
O Flamengo terminou a partida como um time dos anos 70, no 4-2-4.
Com quatro atacantes.
Só dois jogadores fixos no meio de campo.
Estratégia infantil para o Liverpool de Jürgen Klopp, que ganhou enorme espaço nas intermediárias.
O clube inglês pela primeira vez é campeão mundial.
O Flamengo fez o pôde, teve coragem, personalidade.
Teve maior posse de bola, enquanto esteve organizados.
Porém, os ingleses, sempre mais objetivos.
Mas faltou força física, porque está no final de temporada, ao contrário dos ingleses, na metade.
A CBF tem de enfrentar a Globo e equiparar seu calendário ao europeu.
A emissora carioca obriga o início em janeiro e o final em dezembro por conta do seu ano comercial, como negocia com os patrocinadores do futebol.
É um absurdo.
Só que o fator decisivo da final do Mundial de Clubes veio de onde menos se esperava.
De dois erros crassos, imperdoáveis, de Jorge Jesus.
Suas substituições sabotaram o Flamengo.
Mas o trabalho que fez no Brasil foi excelente.
Tinha o direito de errar.
Infelizmente foi na final do título mundial.
Mas o caminho está traçado.
Foi campeão carioca, brasileiro, quebrando recordes, e da Libertadores.
A temporada foi fantástica.
E tem tudo para ser repetida em 2020.
Seu elenco é excelente.
O técnico também costuma ser.
Hoje, não.
Mas não há porque perder a consciência.
A humildade da verdade.
O Flamengo perdeu para o melhor time do mundo.
O que dói é tinha chance de vencer...
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