São Paulo, Brasil
Foi onde Neymar pediu desculpas.
A Dorival Júnior.
Pelo chilique e palavrões.
Por não cobrar um pênalti contra o Atlético Goianiense.
Onde Ronaldo Fenômeno se desculpou.
Por não ter jogado no Flamengo, seu time do coração.
Local escolhido por Adriano Imperador.
Para se desculpar.
Com o São Paulo e com o Corinthians.
Canal onde Marcos assumiu a sua pior falha.
A que fez o Palmeiras perder a decisão do Mundial.
Contra o Manchester United, em 1999.
Desde que foi fundada, em abril de 1965, a Globo dá guarida a arrependimentos, das mais diversas áreas.
Principalmente a esportiva.
Depois de seis dias de massacre nas redes sociais e, principalmente, a denúncia do STJD, pelo soco desleal que deu nas costas do zagueiro Diego Costa, Jô usa a Globo para se desculpar.
Além do soco, ele quis intimidar o marcador, de 21 anos, 12 a menos do que o atacante. Jô se revoltou pelo são paulino avisar ao árbitro Flávio Rodrigues de Souza, do soco.
"Baixa a bola, seu moleque do cara..." gritou para Diego.
Jô fugiu de entrevistas a semana toda.
Mas hoje falou.
"(Estava)De cabeça quente, na adrenalina do jogo, a gente acaba tomando algumas atitudes que depois revê e obviamente se arrepende.
"Ainda não tive a oportunidade de pedir desculpas para ele (Diego) ou todos os envolvidos: São Paulo, Corinthians, torcedores e espectadores que estavam assistindo ao jogo. São atitudes que nós, jogadores, não podemos ter, até pelo exemplo que a gente sempre dá.
"Então venho aqui pedir desculpas a todos. Claro que no calor da emoção a gente toma algumas atitudes, mas não é esse exemplo que a gente tem que passar.
"Vida que segue", disse o atacante corintiano, em entrevista neste sábado à emissora carioca.
O gesto do veterano atacante de 33 anos é louvável.
Se retrata com o jovem zagueiro são paulino, que o marcou de forma leal, com uma atuação excelente no clássico.
Mas é lógico que també atinge a opinião pública.
Jô não quer ser visto como um jogador covarde, capaz de socar seus marcadores pelas costas.
E ele realmente não tem a carreira marcada por atitudes como a do último domingo.
Mas também serve como recurso ao departamento jurídico do Corinthians, no julgamento que pode custar de quatro a 12 jogos, pela agressão ao são paulino.
O presidente da Comissão de Arbitragem, Leonardo Gaciba, confirmou que o VAR errou ao não chamar a atenção do juiz do clássico para a agressão.
É a Globo sendo a Globo.
Dando guarida aos arrependidos do Brasil...
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