Jailson coloca o Palmeiras na final do Paulista de 2018
Goleiro compensou o nervosismo exagerado do time e as falhas infantis de seus zagueiros. Defendeu a cobrança de Diogo Vitor. E o Santos foi eliminado
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

A tentação é destacar o protagonismo de Jaílson. Foi graças a ele que o Palmeiras conseguiu chegar à decisão do Campeonato Paulista de 2018.
O goleiro que já havia sido espetacular na primeira semifinal contra o Santos, garantindo a vitória por 2 a 1, brilhou hoje outra vez. Defendeu a cobrança de pênalti do garoto Diogo Vitor. E, depois de seu time ser derrotado também por 2 a 1, confirmou a chegada à final, depois de três anos.
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Jailson foi o principal personagem que fez o clube ter a chance de sair do jejum de dez anos sem conquista do Estadual.
Seria muito fácil seguir o caminho da idolatria ao goleiro de 36 anos.
Mas os pontos que precisam ser destacados nesta importante semifinal, são dois. O primeiro é o nervosismo, a afobação, a tensão, a falta de cérebro, a ansiedade. O falto de preparo psicológico do Palmeiras. Tivesse elenco um pouco melhor, o Santos sairia com a vaga para a final.
O segundo está nos dois gols santistas, marcados por Sasha e Rodrygo. Outra vez, a zaga formada por Antônio Carlos e Thiago Martins falhou feio. É incrível que Roger Machado não perceba os erros primários de posicionamento da dupla em qualquer cruzamento para a área.
O Palmeiras precisa corrigir falhas cruciais. Ou, apesar de favorito, e decidir o título na sua arena, pode ser surpreendido por Corinthians ou São Paulo, que decidem a vaga amanhã para a decisão do Paulista.
A primeira partida será no Itaquerão ou no Morumbi, no sábado, às 16h30.
O Palmeiras jogará na terça-feira, pela Libertadores, contra o Alianza Lima, em casa.

"Acho que (a eliminação) seria injusta pelo conjunto da obra. Decisão é como foi hoje. A vantagem de ter a melhor campanha não era significativa. A vantagem era disputar o segundo jogo em casa, que nesse caso foi o Pacaembu. No conjunto da obra, acho que poderíamos ter atuado melhor, tendo mais consistência durante o jogo todo.
"Hoje, a eficiência do Santos deu a vitória para eles. As penalidades foram muito bem convertidas. Não imaginávamos que teríamos dois jogos com placar elástico. É clássico, time grande, jogo tradicional, que envolve muitas emoções. Mas, pelo conjunto da obra, merecemos
"O torcedor palmeirense acreditou que ia ser mais fácil. Foi com bastante emoção. Mas acredito que dos quatro tempos dessa decisão nós fomos melhores em três. Especialmente no jogo de hoje, o Santos veio com uma formação bastante ofensiva, que nos gerou bastante dificuldade, porque os meninos aprontam muita correria na frente", admitia Roger, após a partida.
"Vencemos a equipe com maior orçamento do Brasil, que tem praticamente três times, com a torcida a favor. Não foi suficiente. Fazendo uma projeção para o ano, em que vamos só encarar grandes equipes, o Santos mostrou que pode ser competitivo", dizia Jair Ventura, parecendo muito mais feliz, mesmo eliminado, do que Roger Machado. Sabia que conseguiu ser melhor que o grande favorito à conquista do Paulista.
E Jair tem razão. Ele foi ousado. Com a diretoria santista assumindo incompetência e falta de dinheiro para contratar um meia, o treinador decidiu. Colocou quatro atacantes. Sasha, Arthur Gomes, Gabriel e Rodrygo para começar a partida. Sasha e Rodrygo se revezariam como meia.
Alison e Renato dariam cobertura à defesa. Daniel Guedes e Dodô ficaram presos, jogando como laterais dos anos 70, sem ultrapassar a linha do meio de campo.
O Santos havia perdido o primeiro jogo, também no Pacaembu, e enfrentava o milionário elenco palmeirense. Assumiu sua postura de franco atirador. Sem medo de ser feliz. Principalmente diante da zaga palmeirense. Antônio Carlos e Thiago Martins são lentos e se colocam mal demais. Qualquer cruzamento para a área é um sufoco.
Jair Ventura sabia disso e tratou de pedir muita movimentação de seus atacantes. E treinou muito cruzamentos entre a pequena área e a marca de pênalti, para impedir a saída de Jailson.
O Palmeiras entrou para o jogo com uma postura ousada, adiantada. Mas que dava muito espaço para os contragolpes santistas. A chuva que caiu no Pacaembu complicava ainda mais as coisas para os zagueiros.
Foi assim que aos 13 minutos, Daniel Guedes desobedeceu Jair Ventura. E fez excelente cruzamento e Sasha cabeceou para as redes. O detalhe ficou no desespero de Antônio Carlos e Thiago Martins, que não se posicionaram corretamente. 1 a 0, Santos.
O Palmeiras conseguiu dar a resposta três minutos depois. Tchê Tchê cobrou lateral, Felipe Melo disputou a bola com Alison e a bola sobrou live,limpa para Bruno Henrique acertar um chute fortíssimo. 1 a 1.

A partir daí,o que se viu foi o Santos muito mais consciente. Segurando sem dificuldade a 'pressão' palmeirense. Lucas Lima outra vez foi enorme decepção, sem participação efetiva em um jogo tão importante.
O clima no Pacaembu ficaria tenso aos 39 minutos, quando depois de uma confusão na área, a bola sobrou para Rodrygo fazer 2 a 1, Santos.
No segundo tempo, o Palmeiras partiu para o ataque desesperado. Queria empatar na força, sem coordenação. Não foi difícil para o Santos conseguir segurar o placar. E ainda desperdiçar a chance de fazer mais gols nos contragolpes.
Aí veio a decisão nos penaltis.
Dudu, Tchê Tchê, Victor Luis, Moisés e Guerra marcaram pelo Palmeiras. Gabriel, Jean Mota e Arthur Gomes fizeram os gols do Santos.
Jaílson defendeu a cobrança de Diogo Vitor. Palmeiras venceu por 5 a 3.
E tem a chance de ser campeão paulista.
Acabar com um jejum de dez anos.
Graças ao seu excepcional goleiro de 36 anos...
