Itália pede a extradição de Robinho ao Brasil. Apesar de condenado a nove anos de prisão, por estupro, jogador segue livre em Santos
O Ministério Público italiano formalizou o pedido de extradição de Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo. Seu nome já foi divulgado a 195 países, que têm ordem de prendê-lo. Ele segue vivendo no luxo. Nas suas casas no Guarujá e Santos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Chegaram as consequências para Robinho da condenação de nove anos por estupro coletivo.
O Ministério Público italiano pediu oficialmente ao governo brasileiro a prisão e extradição do ex-jogador da Seleção Brasileira e do Santos.
Além disso, passou a ser um criminoso foragido, com seu nome, Robson de Souza, em uma lista da Interpol, nos aeroportos de 195 países.
O Brasil não extradita seus cidadãos, pessoas nascidas aqui.
E nem costuma cumprir condenações de brasileiros no Exterior.
São muitas raras.
Robinho foi condenado de forma definitiva pelo Supremo Tribunal de Justiça da Itália. Por participar de estupro coletivo a uma mulher de 23 anos, em uma boate de Milão, Sio Café, em janeiro de 2013.
De acordo com gravações do próprio Robinho, a mulher estava embriagada quando foi abusada.
Robinho sabia que este seria o caminho natural, depois da condenação. Ou seja, seu nome seria divulgado pela Interpol e o Ministério Público italiano iria pedir sua extradição.
Não há mais recurso jurídico algum que cancele a sua condenação a nove anos de prisão na Itália.
Orientado por seus advogados, ele nem foi para a Itália acompanhar o último recurso, no dia 19 de janeiro. Porque sabiam que a Corte de Cassação de Roma tinha tudo para confirmar sua condenação. E se estivesse presente seria preso.
Robinho não irá se entregar.
A sua decisão, de acordo com amigos ligados à diretoria do ex-presidente do Santos, Orlando Rollo, será continuar a viver no Brasil, como se nada tivesse acontecendo.
Apostar na suposta impunidade que a Constituição de 1988 oferece aos cidadãos brasileiros por crimes praticados no Exterior.
Gravações da polícia italiana, no celular e no carro do jogador, acabaram por condená-lo.
E foram tornadas públicas.
São chocantes.
"Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu.
"Olha, os caras estão na merda... Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi ( fala nome de um dos seus amigos brasileiros), e os outros fo... ela, eles vão ter problemas, não eu... Lembro que os caras que pegaram ela foram (cita um amigo) e (cita outro amigo).... Eram cinco em cima dela.
"Telefonei a (um terceiro amigo), e ele me perguntou se alguém tinha gozado dentro da mulher e se ela engravidou. Eu disse que não sabia, porque me recordo que eu e você não transamos com ela porque o seu pênis não subia, era mole...
"O problema é que a moça disse que (primeiro amigo), (segundo amigo) e (terceiro amigo) a pegaram com força."
Confrontado pelo músico Jairo Chagas, se havia feito sexo oral com a mulher, Robinho deixa escapar. "Isso não significa transar."
Robinho foi ex-jogador do Santos, Real Madrid, Manchester City, Milan, Guangzhou Football Club, Atlético Mineiro, Sivasspor Kulübü, Instabul.
Disputou duas Copas do Mundo, a de 2006 e a de 2010.
É milionário.
Tem duas casas luxuosas. Uma em Santos. E uma mansão no Guarujá.
Ele tem aplicado a maior parte do que ganhou. Além de ser dono de outros imóveis.
Desfruta a vida de rico.
Mesmo condenado na Itália teoricamente espera viver tranquilamente no Brasil.
O que só não acontecerá se o governo brasileiro acatar a condenação na Itália e remeter o processo para a análise do Superior Tribunal de Justiça. Se houve como o jogador se defender, se as provas são irrefutáveis, que justifiquem a condenação. Caso não haja nenhuma dúvida, só assim se exigiria o cumprimento da pena, dos nove anos.
Advogados consideram que a pressão da opinião pública pode pesar.
E, apesar de muito difícil, Robinho pode acabar preso no Brasil.
O jogador segue calado, desde que foi condenado definitivamente.
Ele segue recluso nas suas casas, no Guarujá e Santos.
Há apenas uma certeza, ele não irá se entregar à justiça italiana.
Não quer cumprir os nove anos de prisão.
Não de livre e espontânea vontade.
Vai seguir usando a legislação brasileira como escudo...
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