Irritação de Abel tem motivo. Corinthians se impôs ao Palmeiras em 2025. Venceu três dos sete clássicos. Perdeu só um. Dorival feliz pelo empate e, muito mais por barrar a venda de Yuri Alberto. Travou negociação de R$ 180 milhões para a Roma
Abel estava pressionado pela torcida, que queria a vitória. Como simbólica vingança pela perda da decisão do Paulista. E pela eliminação da Copa do Brasil. 1 a 1 teve gosto de ‘derrota’ para o português

Abel Ferreira estava visivelmente incomodado.
As cobranças na coletiva tinham motivo.
Mais uma vez o Palmeiras não venceu o Corinthians.
Mesmo com o elenco de Dorival mais fraco e desfalcado, em Itaquera.
1 a 1.
“Os jogos aqui neste ano foi isso, vocês viram. Nem sempre o resultado traduz o que é a produção e eficiência de uma equipe, como foi o caso hoje. O sentimento é de derrota.
“Perdemos dois pontos, quando fomos claramente melhores na primeira parte. Na segunda parte, o nosso adversário monta uma estrutura com 5-3-2. Contra nós, de um modo geral, não me lembro de muita coisa… um arremate de Memphis.
“Tivemos oportunidade de sobra para poder sair daqui com outro resultado: uma bola do Mauricio, isolado na cara do goleiro. Não fomos eficientes, apesar de achar que fizemos um bom jogo. Hoje fomos melhores na primeira e na segunda.
“No jogo da Copa do Brasil, foi igual, fomos melhores e saímos com a derrota. Hoje fomos melhores e empatamos o jogo. O sentimento é esse de que perdemos dois pontos.”
Na coletiva foi evidente a irritação do treinador português.
Durante a semana, ele tentou diminuir a importância do clássico. Não conseguiu.
Abel disse que preferia perder um jogo para o Corinthians e ser campeão do que vencer o Corinthians e não ganhar um título. E acabou criticado nas redes sociais por palmeirenses.
“Positivo é o espírito de luta, valentia, entrega e dedicação. Nós fizemos uma conta rápida, em razão da última partida que jogamos dentro do campo do Palmeiras para hoje, deve ter dado quinze dias, tivemos cinco desfalques e um sexto dentro do jogo. Não está sendo simples, situação complexa.”

Dorival, que já sabe que não terá reforços, por conta do transfer ban, dívida que o clube tem de R$ 33 milhões com o Santos Laguna, aproveitou para se queixar dos desfalques. Contra o Palmeiras foram Carillo, Yuri Alberto, Martínez, Matheuzinho e Matheus Bidu.
“Isso tem acontecido desde que cheguei aqui. Nós não tivemos a equipe que, teoricamente, seria titular em campo. Nós em todos os momentos tivemos problemas, desde a minha primeira partida aqui.
“Acredito que tenhamos tido a equipe completa com todos os jogadores em condições em apenas uma partida e meia. Isso dificulta consideravelmente, porque temos uma equipe que está se estruturando desde o ano passado.
“Estamos num processo um pouco diferente dessas equipes que estão em lugares de destaque no futebol brasileiro, e mesmo assim temos sobrevivido. Temos alcançado formações que nos tem dado alguns bons resultados. Não é o que nós gostaríamos, naturalmente.
“Acho que o torcedor está começando a entender um pouco do que está se passando na equipe este ano. O seu apoio tem feito uma diferença muito grande para encontrar uma sustentação importante no Campeonato Brasileiro.”

Na prática, foram sete jogos contra o Palmeiras, em 2025. Foram três vitórias corintianas, três empates e só uma vitória do rival, para irritação de Abel.
Mais do que o empate em Itaquera, Dorival tinha motivo maior de alegria. Ele conseguiu travar a negociação que surgiu, na sexta-feira, para Yuri Alberto.
A Roma ofereceu 30 milhões de euros por Yuri Alberto. São R$ 190 milhões.
O treinador foi muito claro com o presidente Osmar Stabile e o executivo Fabinho Soldado. Não abria mão de Yuri Alberto.
E a transação, que o empresário André Cury conseguiu, não acontecerá. O jogador aceitou ficar.
Enfim, o final de semana foi muito bom para Dorival Júnior.
Já para Abel Ferreira, restou a dor, e a irritação, de perder a grande maioria dos duelos, com o maior rival, em 2025...