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Irreconhecível, apático, sem iniciativa. O Corinthians mereceu perder para o Atlético Goianiense. Precisa de virada histórica em Itaquera

De nada adiantou o 'ataque dos sonhos'. Vítor Pereira montou uma equipe espaçada, que foi 'engolida' pela intensidade, competitividade do Atlético Goianiense. 2 a 0 foi absolutamente justo

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O Atlético Goianiense mereceu vencer o Corinthians com suas estrelas. 2 a 0 resume bem o jogo
O Atlético Goianiense mereceu vencer o Corinthians com suas estrelas. 2 a 0 resume bem o jogo O Atlético Goianiense mereceu vencer o Corinthians com suas estrelas. 2 a 0 resume bem o jogo

São Paulo, Brasil

Irreconhecível, confuso, sem competitividade.

E, principalmente, sem iniciativa.

O Corinthians mereceu uma surpreendente derrota diante do Atlético Goianiense, por 2 a 0, na primeira partida das quartas-de-final da Copa do Brasil.

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A equipe de Vítor Pereira foi anulada sem a menor dificuldade pelo time de Jorginho. 

O grande segredo foi a intensidade e a distribuição dos jogadores. De nada adiantou o Corinthians colocar seu 'ataque dos sonhos': Róger Guedes, Yuri Alberto e Willian, distantes do restante do time. Du Queiroz, Cantillo e Maycon ficaram perdidos diante dos cinco jogadores atleticanos nas intermediárias. Além do sacrifício coletivo do atacante Ricardinho, que seguia Fagner de ser o desafogo corintiano.

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O Atlético Goianiense soube como aproveitar o caldeirão que se transformou o 'Castelo do Dragão', com sua pequena capacidade para 12 mil pessoas. E psicologicamente entrou para se impor, acabar com o amplo favoritismo corintiano, antes de a bola rolar.

"A gente não conseguiu jogar. A equipe do Atlético compete muito, e acabamos errando em detalhes. Acho que é o terceiro ou quarto gol que tomamos nesse tipo de jogada, de dar espaço, deixar o cara dominar e finalizar. Tento defender muito, mas às vezes a gente não consegue. Hoje perdemos o jogo no detalhe. Não conseguimos fazer as coisas.

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"Tem o jogo da volta, são duas partidas. No decorrer do jogo, quando chegar a hora, fazer um caldeirão porque temos condições de buscar em casa a classificação. Temos que acreditar. Foi um jogo abaixo, mas não podemos ficar lamentando. Tem o jogo da volta", repetia Cássio, irritado com o comportamento coletivo do Corinthians.

"A gente sabia que ia ser um jogo muito difícil. Mas soubemos aproveitar o mando de campo, torcedor empurrou do começo ao final. Não podíamos errar hoje, tínhamos que fazer um jogo perfeito para sairmos vitoriosos. E hoje foi um jogo perfeito. A gente precisava ganhar dessa forma", resumiu, com acerto, o meia Jorginho.

Jorginho teve toda a liberdade para chutar no primeiro gol. Foi o líder tático do Atlético no jogo
Jorginho teve toda a liberdade para chutar no primeiro gol. Foi o líder tático do Atlético no jogo Jorginho teve toda a liberdade para chutar no primeiro gol. Foi o líder tático do Atlético no jogo

Já é marca registrada do Corinthians de Vìtor Pereira atuar de forma completamente diferente dentro e fora de Itaquera. Atuando como visitante, sua equipe tem, em média, aproveitamento de apenas 40%. Enquanto no seu estádio, o Corinthians sob o comando do português ainda não perdeu na Neo Química Arena, com 11 vitórias e seis empates.

Foi decepcionante a postura defensivista, lenta, sem vibração do Corinthians, em Goiás. Nem parecia o primeiro de dois jogos eliminatórios para a equipe paulista. Já o Atlético Goianiense, com muito menos potencial técnico, entrou em campo assumindo que a sobrevivência na Copa do Brasil dependia de hoje. 

Jorginho foi muito inteligente. Usou como ponto de partida o 'ataque dos sonhos' do Corinthians. Para que Róger Guedes, Yuri Alberto e Willian funcionassem seria necessária muita participação do meio-campo e laterais corintianos. 

O ex-lateral tetracampeão do mundo tratou de colocar Baralhas, Marlon Freitas, Wellington Rato, Jorginho e Peglow para travarem, de qualquer maneira, Du Queiro, Cantillo e Maycon. Era uma briga com grande vantagem matemática. Cinco atleticanos contra três corintianos nas intermediárias.

E uma ensandecida marcação por pressão nos primeiros 30 minutos de jogo.

A equipe de Vítor Pereira não esperava tamanha competitividade, gana e organização tática do rival. Os jogadores ficaram aturdidos. Não entendiam o que estava acontecendo. 

Em 22 minutos, Cássio foi obrigado a fazer duas defesas difíceis e tomou o primeiro gol. Atacando em bloco e trocando passes, o Atlético foi letal. Dudu cruzou rasteiro, Jorginho teve toda a liberdade de entrar no meio da zaga corintiana e bater para o gol. A bola, traiçoeira, desviou em Raul Gustavo. E enganou o goleiro corintiano. 1 a 0, Atlético. 

O Corinthians se enervou. Vítor Pereira gritava com seus volantes, com seus atacantes, para que se compactassem. Mas não havia como. Já que Jorginho coloco cinco atletas entre eles. 

Vítor Pereira responsável pela derrota tática. Não conseguiu nem fazer com que seus jogadores vibrassem.
Vítor Pereira responsável pela derrota tática. Não conseguiu nem fazer com que seus jogadores vibrassem. Vítor Pereira responsável pela derrota tática. Não conseguiu nem fazer com que seus jogadores vibrassem.

Mas a apatia era um ingrediente pesado, fazia toda a diferença nas bolas divididadas, que foram quase todas do time da casa no primeiro tempo. O Corinthians só conseguia trocar alguns passes laterais, burocráticos, longe da meta de Ronaldo.

No intervalo, Vítor Pereira agiu. Tirou o improdutivo Róger Guedes e o perdido Du Queiroz. Entraram Adson e Giuliano. 

O português entendeu que precisava preencher as intermediárias. O Corinthians passava a ter quatro jogadores contra cinco atleticanos. Mas cansados pelo ritmo intenso, incessante, do primeiro tempo.

Mas seguia faltando poder de definição, o último passe. Os arremates eram poucos e forçados. O Atlético Goianiense tinha à disposição espaço para contragolpear. O jogo ficou muito brigado. Sem lances agudos. 

O time paulista não parecia desesperado com a derrota, até então, por 1 a 0. Pelo contrário, seguia lutando, mas frio, sem o ímpeto de quem lutava para chegar à semifinal da Copa do Brasil.

E pagou caro por isso.

Aos 41 minutos, Léo Pereira, que passou pelas categorias de base do Corinthians, acertou um chute belíssimo da entrada da área, pela esquerda. Bateu de direita, no alto, com curva, indefensável para Cássio. 2 a 0, Atlético Goianiense.

O Corinthians terá de vencer por dois gols de diferença em Itaquera, daqui três semanas. Isso para levar a decisão aos pênaltis. Só sairá classificado nos 90 minutos de jogo, se conseguir vantagem de três gols em diante.

O Atlético Goianiense tem a seu favor a vitória, o empate e a derrota até um gol por diferença.

Conquistou, com todo o direito, essa vantagem hoje, em Goiânia.

Vitória na estratégia e no coração.

Tudo o que faltou para o Corinthians de Vítor Pereira...

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