Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Invasão das organizadas ao treino do Santos é gota d’água. Coloca em risco renovação de contrato. Projeto ‘volta ao Brasil’, de Neymar, deu errado

Neymar estava ontem na Vila Belmiro, na derrota para o Bragantino. Acompanhou, assustado, as ameaças e os xingamentos das organizadas ao presidente Teixeira. E as vaias aos jogadores. Hoje veio o pior. A invasão de torcedores no treino. Para cobrar o time

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

O projeto Neymar está fracassando. Não vieram reforços. Nem patrocinadores gigantes. Agora, a revolta da torcida, com medo do rebaixamento Raul Baretta/Santos

O projeto ‘volta ao Brasil’ está dando muito errado.

A ponto de Neymar se mostrar em dúvida a renovação com o Santos.

O jogador de 33 anos e, principalmente, o presidente Marcelo Teixeira acreditaram que seu retorno mudaria o futuro do Santos.

Bastaria o seu retorno e patrocinadores gigantes fariam fila para amarrarem sua marca ao clube.


Jogadores importantes do mundo decidiriam atuar ao lado de Neymar.

A Vila Belmiro, com seus 16 mil lugares, seria pequena.


O Santos teria de atuar nas grandes arenas da capital paulista, para acomodar os torcedores que desejassem ver Neymar.

O time conseguiria voltar a brigar por títulos.


Nada disso aconteceu.

Por um enorme erro de avaliação, Neymar, que tinha 41 lesões na carreira, e estava sem ritmo de jogo, graças a uma grave operação de reconstrução dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo, fez sete partidas seguidas no Santos.

Teve um estiramento no músculo adutor da coxa.

Ficará entre 50 e 60 dias sem jogar.

Ele já não participou da semifinal do Paulista.

O Santos foi eliminado e entrou em um inferno astral.

Tentou voltar contra o Atlético Mineiro e sentiu a lesão na coxa e deixou o gramado chorando.

O início no Brasileiro seguiu vexatório.

O técnico Pedro Caixinha acabou demitido.

Com dívidas de R$ 977 milhões, o clube não teve dinheiro para contratações.

A equipe já está mergulhada na zona do rebaixamento.

Penúltima colocada.

Na derrota de ontem, Neymar sentiu toda a revolta da torcida.

E viu que o clube teve só sete mil torcedores na Vila Belmiro.

Sentiu a agressividade das organizadas e foi embora, depois da derrota, sem dar entrevistas.

Mas a gota d’água foi hoje.

Um grupo de torcedores invadiu o Centro de Treinamento.

E, gritando, ‘caçou’ os titulares, que estavam no hotel ou na academia.

O coro era direto.

“Ou joga por amor ou joga por terror.”

Esses vândalos não conseguiram entrar à força nem no hotel e nem na academia.

O susto foi enorme.

A polícia foi chamada.

Mas deu tempo para jogadores ouvirem a promessa feita por alguns destes torcedores.

Eles avisaram que, na quinta-feira, contra o CRB, pela Copa do Brasil, o Santos teria de ganhar.

Ou ‘aconteceria coisa pior’.

Por coincidência, Neymar não estava.

Mas soube de todos os detalhes.

A sua volta ao Brasil não está acontecendo como sonhava.

Pelo contrário.

O carinho de outras torcidas, dos brasileiros, não acontece.

Onde ele foi jogar os fãs dos rivais o xingaram, ridicularizaram, ameaçaram.

Gritaram por Bruna Marquezine, sua antiga namorada.

É o líder de uma equipe muito fraca.

O Santos não aspira a nenhum título.

Dirigentes sonham apenas que o clube não seja rebaixado.

O contrato de Neymar termina no dia 30 de junho.

A perspectiva de renovação, sonhada por Marcelo Teixeira, já estava cada vez menor.

A invasão do CT tem potencial para ser a gota d’água.

Ele ainda tem mercado nos Estados Unidos e no mundo árabe.

Ficar em um clube endividado, pressionado, ameaçado pelo própria torcida.

E brigar para não ser rebaixado é muito pouco para Neymar.

Seu pai e empresário não esperava uma situação tão pesada ao aceitar voltar ao Brasil.

Não há mais sentido seguir no Santos, sem ambição, a não ser não cair.

Esses vândalos que invadiram o CT deveriam ter pensado cem vezes.

A primeira consequência do seu ato atinge diretamente Neymar.

Não é assim que ele deseja chegar à Copa de 2026.

Sendo ameaçado pelos torcedores do próprio Santos...







Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.