Insatisfeita, direção ainda não pensa em demitir Cléber Xavier. Ainda. A pressão é para que um treinador mais experiente seja contratado
São sete partidas sem vitórias. Com Cléber Xavier, que nunca foi treinador antes de assumir o Santos, são cinco jogos. E apenas um gol marcado. A eliminação da Copa do Brasil e não tirar o time da zona do rebaixamento pesam. Seu cargo corre risco

Bastaram cinco partidas.
Nenhuma vitória.
Só um gol marcado.
Time jogando cada vez pior.
Como na eliminação do Santos, da Copa do Brasil, ontem, diante do CRB, de Alagoas.
De nada adiantou, na prática, a entrada de Neymar.
Marcelo Teixeira é uma das únicas pessoas que defendem Cleber Xavier.
Foi o presidente quem resolveu apostar em Cleber, que jamais foi treinador.
Se especializou em ser assistente de Tite.
Foram 24 anos nesta função.
Em Maceió, ontem, durante o empate em 0 a 0 e, nas disputas por pênalti, ele deixou à mostra seus nervos à flor da pele.
A falta de criatividade, de movimentação do ataque, torturaram Cléber na coletiva à imprensa, após a eliminação.
“Dói muito em qualquer circunstância. Perder é ruim, ser eliminado é pior ainda, ser eliminado de uma competição que é muito importante... Competição da qual o Santos foi campeão, e buscávamos com certeza a passagem. Trouxemos para cá esta decisão. Não definimos bem no primeiro jogo em casa. Trouxemos para cá com chances ainda, mas não conseguimos. A dor é grande, a dor é hoje, a dor é esta noite. Dificuldade muito grande para este momento. É seguir trabalhando, não tem outra palavra.”
Seguir ‘trabalhando’.
Este é o problema para Cléber.
Manter o time sob seu comando.
Ele pode até ter a proteção de Teixeira.
Mas a revolta com o fracasso do time e o medo de novo rebaixamento se juntam.
“É duro, é chato. Trabalhamos diariamente, com dedicação de todos e com ambiente bom de trabalho, embora nesta situação. Conversamos com todos no vestiário, preparar amanhã para o jogo do Vitória. Não posso responder questões que não são minhas. Essa é a realidade.”
Mas pode piorar.
Há a pressão de conselheiros importantes, ligados a Marcelo Teixeira, que defendem a contratação de um técnico experiente.
Aproveitar a parada para a disputa do Super Mundial de Clubes e trocar Cléber.
Eles, como chefes das principais organizadas, não se conformam com a inexperiência de Xavier.
Nem a entrada de Neymar conseguiu fazer o time se classificar.
No planejamento da direção, a classificação para a quarta fase da Copa do Brasil era mais do que certa.
Por conta da fragilidade do adversário, o CRB.
O Santos precisava da premiação.
Mas deu tudo errado.
Cléber será avaliado nas partidas que faltam até a paralisação do Brasileiro.
A começar pelo confronto contra o Vitória, em Salvador.
A vitória é obrigatória.
O time está na penúltima colocação no Brasileiro.
O elenco nem voltará para São Paulo, o que evitará cobranças, pressão das organizadas.
De Maceió vai para a Bahia.
A proteção de Marcelo Teixeira tem limite.
Pedro Caixinha que o diga.
O presidente garantiu que o protegeria.
Não haveria demissão.
Houve.
O medo de queda para a Segunda Divisão é real.
Cléber Xavier está avisado...