Incompetência da CBF é responsável pelo futebol brasileiro fora do Pan
Tanto no vergonhoso sul-americano sub-20 dos homens como na vitoriosa conquista do sul-americano das mulheres, a CBF foi omissa, perdida
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Um desperdício.
A CBF deve ser responsabilizada pelo Brasil não disputar o futebol nos Jogos Pan-Americanos do Peru.
Por incompetência dentro e fora do campo.
Situações que evitaram que o país lançasse jovens valores, tanto no masculino como no feminino, em um torneio oficial, importante.
Mas foi assustador o descaso do presidente Rogério Caboclo. A começar pelos homens.
A vaga viria pela disputa dos sul-americano sub-20.
Disputado no Chile, entre janeiro e feveiro deste ano.
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Como a competição não foi disputada em data Fifa, dependeriam de Real Madrid e Bayer Leverkusen a liberação de jogadores fundamentais para o time de Carlos Amadeu: Vinicius Júnior e Paulinho.
Foi um dos grandes fracassos do ex-coordenador de Seleções, Edu Gaspar. Ele já deveria estar próximo, ter insistido, convencido os clubes da importância da liberação desses jogadores.
Só que Edu já tinha com o que se preocupar, a 'renovação' da Seleção que fracassou na Rússia e o convite que recebeu do Arsenal. Rogério Caboclo percebeu que os times da base estavam expostos à própria sorte.
Por isso recontratou o tetracampeão mundial Branco. Ele voltou à CBF em outubro de 2018. Ao tentar retomar os contatos com o Real Madrid e com o Bayer Leverkusen, já era tarde. Os clubes foram firmes e o Brasil perdeu suas grandes estrelas no Sul-Americano que, além de classificação para o Panamericano, levaria ao Mundial sub-20.
A preparação foi péssima por conta dos poucos amistosos. O improviso imperou. O reflexo se mostrou cruel na competição.
Eram dez equipes, divididas em dois grupos de cinco. Terminou a fase de classificação em segundo, no grupo A, atrás da Venezuela, na frente da Colômbia e dos eliminados e fraquíssimos Chile e Bolívia.
Depois, na fase final, foram seis seleções para quatro vagas. O Brasil empatou com a Colômbia, perdeu para a Venezuela, Uruguai, empatou com o Equador. Só venceu a Argentina.
Terminou em quinto.
Penúltimo lugar. Só à frente da Venezuela.
Atrás de Equador, Argentina, Uruguai.
E Colômbia.
Os quatro primeiros iriam para o Mundial.
Dos últimos quatro torneios, não conseguiu classificação para três Copas sub-20.
E os três primeiros ganhariam também vaga para o Pan.
Esse foi o time que venceu a Argentina. Phelipe; Emerson, Vitão, Walce e Lucas Cândido; Gabriel Menino, Marcos Bahia e Igor (Papagaio); Vitinho (Marquinhos Cipriano), Rodrygo e Lincoln (Jonas Toró).
Rodrygo (Real Madrid), Igor Gomes e Toró (São Paulo) e ainda Lincoln (Flamengo) ficaram perdidos em uma equipe mal treinada, sem entrosamento, insegura, tensa e principalmente, sem retaguarda da CBF.
O Panamericano seria uma competição ideal para dar confiança, lançamento de jovens atletas. Esboçar a equipe para a Olimpíada de 2020, no Japão.
Mas por desleixo, falta de competência, dedicação e, supervisão da CBF, do presidente de fato Rogério Caboclo, o Brasil naufragou.
O prejuízo para a preparação olímpica e na busca de renovação de jogadores são imensos, amadores.

Em relação à ausência das mulheres, a situação é patética.
A CBF se dobrou à Conmebol com sua populista atuação, querendo agradar a todos os países para que Alejandro Domíngues mantenha seu poder.
O critério é bizarro para explicar a ausência das mulheres no Pan.
Foi o excesso de talento puniu o país.
Dos oito torneios sul-americanos femininos disputados na história, o Brasil ganhou sete. E venceu também o de 2018, jogado no Chile.
Venceu suas sete partidas, foi campeão invicto.
Resultado: classificado para a Copa do Mundo da França, disputada este ano. E para as Olimpíados do Japão.
Mas eliminado do Panamericano.
Para a Conmebol, a competição é nivelada por baixo.
Só as terceira, a quarta e a quinta seleção ganharam vaga no torneio do Peru.
Situação vergonhosa.
A CBF jamais deveria aceitar essa postura populista, que premia o fracasso.
Assim como no masculino, o Pan serviria para o lançamento de jovens jogadoras em um torneio importante, de seleções, jogado no Exterior, valendo medalhas, prestígio.
A omissão de Caboclo é tenebrosa.
Domínguez deveria ser cobrado publicamente em relação à competência das mulheres.
Os vencedores não podem ser prejudicados.
Como não são no masculino.
O dirigente da CBF tem de jurar: atenção dada na preparaçãos dos garotos será bem diferente.
Exigir mais competência na relação entre os clubes europeus, já que a Comissão Técnica da Seleção tem tanto tempo vago, desocupada.

No futebol masculino, o Brasil já conquistou a medalha de ouro quatro vezes (1963, 1975, 1979 e 1987). E duas prata (1959 e 2003). E duas bronze (1983 e 2015.
Já a seleção feminina também é vencedora. Obteve três ouros (2003, 2007 e 2015) e uma prata (2011). O futebol entre a mulheres só começou a ser disputado a partir do Pan-Americano de 1999.
É inaceitável o futebol brasileiro fora do Pan.
Tanto o vencedor feminino.
Quanto o perdedor masculino...
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