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Cosme Rímoli - Blogs

Honda provoca euforia. Mas exige carro blindado para morar no Rio 

O Botafogo aposta como ídolo no meia japonês de 33 anos. Estava a caminho da aposentadoria. Mas se deixou contaminar pelo entusiasmo dos torcedores

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Honda. 13 mil apaixonados botafoguenses no Nilton Santos. Ídolo japonês
Honda. 13 mil apaixonados botafoguenses no Nilton Santos. Ídolo japonês

São Paulo, Brasil

Há 25 anos, não vence o Brasileiro.

Há 27 anos, conquistou a extinta Conmebol.

O último título foi o desimportante Carioca em 2018.


O clube divulgou uma nota oficial no final do ano passado.

Garantia que suas dívidas não chegavam a R$ 997 milhões.


Eram as maiores do Brasil, mas 'só' de R$ 754 milhões.

O último jogador mundialmente deixou o clube em 2014.


O holandês Clarence Seedorf se aposentou aos 37 anos com a camisa branca e preta.

Se existe uma torcida carente de um gigante brasileiro, é a do Botafogo.

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E todo o sonho de voltar à elite, disputar títulos nacionais, internacionais, está de volta desde ontem.

Foram os botafoguenses que lotaram o aeroporto e exibiram, com orgulho, Keisuke Honda.

O japonês que fará 34 anos teve uma apresentação apoteótica, hoje.

Foram mais de 13 mil torcedores ao estádio Nilton Santos para a apresentação de Honda.

O meia canhoto estava entusiasmado.

"Eu nunca vi nada assim. Nunca vi algo tão bonito em toda a minha vida. Acho que essa paixão dos torcedores me fez decidir jogar aqui", mostrando a camisa do Botafogo para fotógrafos e câmeras. Ele sabe muito bem lidar com a mídia.

Honda tem uma carreira importante. Já fez 97 partidas pela Seleção Japonesa. Nômade, atuou por Nagoya Grampus no Japão; VVV-Venlo, Holanda; CSKA Moscou, Rússia; Milan, Itália; Pachuca, México; Melbourne Vitory, Austrália; Vitesse, Holanda.

Ele estava no caminho da aposentadoria.

Milionário, tem dois clubes. Um em Uganda e outro no Camboja. Seu plano é descobrir talentos para vendê-los à Europa.

Além disso, tem diversas escolinhas de futebol.

Jogou três Copas do Mundo.

É o maior artilheiro da história do futebol japonês nos Mundiais.

Marcou quatro gols. 

No auge da forma era talentoso, driblador, rápido.

Artilheiro do Japão na Copas do Mundo. Ele é um grande nome no seu país
Artilheiro do Japão na Copas do Mundo. Ele é um grande nome no seu país

No Vitesse só atuou em quatro partidas por conta de contusões e desentendimento com a direção do clube.

A direção do Botafogo soube através de agentes que Honda estaria disposto a jogar no Brasil e começar a empresarias jovens atletas nascidos neste país.

E ofereceu um contrato ao japonês.

R$ 200 mil, mais 20% do que o clube conseguir com propagandas e patrocínios envolvendo seu nome. Mais um cachê cada vez que entrar em campo.

A princípio, o contrato é até após a Olimpíada de Tóquio. Mas pode ser extendido até dezembro.

Ele estava parado.

Pediu, no mínimo, três semanas para entrar em forma.

"Para ser honesto, tive algumas ofertas da Europa e da Ásia, além do Botafogo. Não foi fácil decidir, porque muitos outros clubes também fizeram boas ofertas. Pensei o que era o melhor para mim e para a minha família.

"De início, decidir vir para cá porque as pessoas daqui estavam esperando por mim. Eles vieram, fizeram contato em todas as redes sociais. Senti essa emoção deles, essa animação no aeroporto."

Chegada emocionante no aeroporto. Honda se deixou contaminar pela euforia
Chegada emocionante no aeroporto. Honda se deixou contaminar pela euforia

Além de exigir um apartamento de alto nível, ele fez questão de pedir um carro blindado para circular no Rio de Janeiro.

Sim, ele já soube de quanto a cidade é violenta.

Dos assaltos, dos tiroteios.

Depois da entrevista, foi para o gramado do estádio.

Foi recebido por Jairzinho, artilheiro da Copa de 70.

O japonês fez embaixadas. 

Foi ovacionado.

Depois foi para perto dos torcedores receber todo o carinho.

Tirar selfies.

O Botafogo precisava de um ídolo internacional.

Até para tentar convencer investidores a tornar o clube uma sociedade anônima e enfrentar essa eterna dívida que atormenta.

Privilégio. Japonês foi recebido no Nilton Santos por Jairzinho
Privilégio. Japonês foi recebido no Nilton Santos por Jairzinho

A empolgação, a ansiedade são impressionantes.

Mas não permitem a fuga da realidade.

O time do Botafogo é fraco.

Honda estava caminhando para a aposentadoria.

Que o clube saiba aproveitar o japonês da melhor maneira.

Mas sem ilusão exagerada...

Que absurdo! Ídolos vestem camisas rivais em brincadeira de designer

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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