Guerra entre bilionários mecenas em Belo Horizonte. Dono do Cruzeiro promete: acabar com domínio do pentacampeão Atlético Mineiro

A comemoração do Atlético Mineiro, com a conquista do pentacampeonato mineiro, não provocou histeria.

Grandes desfiles de torcedores.

Atletas emocionados, pagando promessas.

Não houve euforia da animada imprensa de Belo Horizonte.

Predominou o clube blasé.

Ou seja, de pura rotina.

Venceu o bilionário elenco, muito mais forte do que o rival Cruzeiro.

A torcida cruzeirense se revoltou e passou a xingar, ameaças, hostilizar nas ruas o então dono da SAF, que controlava o futebol do clube, Ronaldo Fenômeno.

O ex-melhor do mundo se cansou das humilhações que passava em Belo Horizonte e não queria investir mais dinheiro do que os prometidos R$ 400 milhões.

A frieza dos números mostra que Ronaldo só colocou R$ 50 milhões, o restante seria pago ao logo dos próximos cinco anos, através da sua empresa de sugestivo nome, que montou para administrar o clube: Tara Sports Brasil.

O único mérito da passagem do ex-atleta foi a volta para a Série A.

Não ganhou outro título algum.

Pedro Lourenço percebia que Ronaldo não queria investir e passou a ajudar financeiramente. Até que decidiu comprar 20% dos 90% de ações da Tara Sports Brasil.

Pagou R$ 100 milhões, com parte investido no Centro de Treinamento.

Diante da vontade de Ronaldo em ir embora do Cruzeiro, o bilionário dono da rede de supermercados BH, decidiu comprar o restante das ações.

Seu patrimônio de cerca de R$ 7,5 bilhões permitiu.

E foram comprometidos R$ 600 milhões.

R$ 100 já foram gastos nos primeiros 20%. E o restante será pago aos longo dos próximos anos.

A primeira providência de Lourenço foi contratar Alexandre Mattos.

O executivo já assegurou a contratação de Cássio, que estava em litígio com o Corinthians.

E também fez proposta ‘irrecusável’ para Thiago Mendes, ex-São Paulo.

Lourenço já autorizou Mattos a buscar pelo menos mais quatro reforços de alto nível.

Não haverá uma profunda reformulação, mas o plano é deixar o time competitivo.

Tanto quanto o rival Atlético, dominado por outros bilionários mecenas.

O sonho é nem flertar com o rebaixamento.

Buscar uma vaga na Libertadores.

Mattos começou sua carreira no América Mineiro, que estava na Série C, em 2005.

Em 2010, o clube já estava na Série A.

Foi para o Cruzeiro em 2012.

Montou um grande elenco.

Com direito a dois Brasileiros.

Foi para o Palmeiras, conseguiu mais notoriedade e títulos.

Ganhou mais dois Brasileiros.

Foi para o Atlético Mineiro e fez uma enorme reformulação.

Ganhou o Campeonato Estadual.

Formou a base que seguiu vencendo.

Assumiu o Athletico Paranaense, clube dominado por Mário Celso Petraglia.

Com ele, o clube foi vice-campeão da Libertadores.

Acreditou no projeto do Vasco, comprado pela 777 Partners.

Os reforços prometidos pelos norte-americanos não chegaram.

Saiu e, depois de dez anos, busca seu renascimento no Cruzeiro.

É o homem de confiança de Pedro Lourenço.

E os dois já chegaram à conclusão que não vale a pena investir em Gabigol.

Por ser um jogador caríssimo.

Além de não ter a personalidade de liderança de Hulk, do rival Atlético.

O Cruzeiro busca outro líder no mercado, além de Cássio.

Pedro Lourenço reservou dinheiro para grandes reforços nesta janela do meio do ano.

A promessa do novo dono do Cruzeiro são duas.

O clube voltar a ser respeitado, temido, no futebol brasileiro.

E acabar com a hegemonia do Atlético em Minas.

Lourenço entendeu o que o torcedor quer.

Ao contrário de Ronaldo Fenômeno...