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Cosme Rímoli - Blogs

Guerra com o Palmeiras é teatro. Corinthians quer pagar Itaquerão

A chegada da BMG  é conturbada de propósito. Quanto mais mídia, mais chance de atrair mais dinheiro para pagar a caótica dívida com estádio

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Andrés Sanchez é o responsável pelo Itaquerão. O estádio de R$ 2 bilhões
Andrés Sanchez é o responsável pelo Itaquerão. O estádio de R$ 2 bilhões

São Paulo, Brasil

Desde abril de 2017, o Corinthians não tinha um patrocinador master para chamar de seu.

A chegada do banco BMG e seus R$ 30 milhões adiantados faz parte da retomada prometida por Andrés Sanchez e por Luiz Paulo Rosenberg.

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O presidente e o vice de marketing sabem melhor do que ninguém: o clube precisa sair do redemoinho econômico que mergulhou por causa do estádio.


Quando, no primeiro mandato do presidente Lula, o Corinthians recebeu o enorme incentivo fiscal para ter a sua arena moderna, com a desculpa da abertura da Copa do Mundo, havia a expectativa de que a economia brasileira seguiria vivendo seu momento de ascensão.

Por isso, desde 2011, Andrés e Rosenberg alardeavam que o clube seria comparável aos maiores da Europa.


Leia também: Na seca! Times vivem jejuns de títulos estaduais pelo Brasil

Com o aporte de R$ 400 milhões na venda do nome do estádio. E mais os R$ 420 milhões que a prefeitura de São Paulo daria, em forma de CDIs, incentivando empresas a descontarem suas dívidas municipais, com desconto, comprando Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento colocados no mercado pelo Corinthians.


Assim, o estádio, avaliado no início de sua construção, em R$ 700 milhões, seriam pagos com tranquilidade.

Só que deu tudo errado.

A situação econômica do Brasil naufragou.

A Emirates, com quem Andrés e Rosenberg negociavam, decidiu não bancar os famosos naming rights. O Ministério Público questionou e ainda questiona os CDIs. Alegando que o então prefeito Kassab não poderia favorecer o Corinthians com dinheiro do município de São Paulo. O que travou a venda dos títulos às empresas.

A construtora Odebrecht, querendo receber o dinheiro do estádio, tratou de comprar alguns CDIs para incentivar. Mas também não deu certo.

Andrés Sanchez teve o apoio fundamental de Lula para a construção do Itaquerão
Andrés Sanchez teve o apoio fundamental de Lula para a construção do Itaquerão

Com os juros, a dívida do Itaquerão já ameaça bater nos R$ 2 bilhões.

Inacreditável por uma arena de 40 mil lugares.

Foram anos de tensão e juros sem controle.

Andrés viajou o mundo recebendo 'não' por conta da tentativa de venda dos naming rights.

Rosenberg teve a 'brilhante' ideia de colocar um jogador chinês medíocre para tentar atrair o investimento da China. Foi um fracasso. E Zizao virou um personagem folclórico, como o Biro Biro do Oriente.

E as dívidas se acumulando.

A guerra silenciosa para segurar as arrecadações já compromeetidas.

Daí, a necessidade urgente da retomada financeira.

Andrés e Rosenberg voltaram a ter cargos fundamentais no Corinthians para cumprirem o que prometaram há oito anos. Mesmo sem a ajuda do presidente do Brasil, amigo íntimo.

A chegada do BMG e seu contrato de dois anos trouxe alívio. O plano envolve a participação de sócios-torcedores na busca de mais recursos. O projeto é ambicioso, deixa claro Rosenberg.

Foi sua ideia provocar, usar o Palmeiras e seu patrocínio milionário da Crefisa, para chamar a atenção ao acordo com o BMG. 

Conseguiu.

Usou a rivalidade mais ferrenha.

Tomou o troco.

Mas obteve o retorno midiático melhor que esperava.

O sonho é agora é a busca de uma empresa para bancar os naming rights. 

Não mais por vinte anos pagando R$ 400 milhões.

Andrés já aceita bem menos.

R$ 100 milhões por cinco anos, por exemplo.

Zizao. Jogador medíocre para atrair dinheiro da China. Fracasso constrangedor
Zizao. Jogador medíocre para atrair dinheiro da China. Fracasso constrangedor

Ele acredita que a força da torcida forçará a todos esquecerem Itaquerão. O que seria uma façanha, porque o estádio já é conhecido pelo apelido. Como Maracanã, Pacaembu. O timing foi perdido por ganância. Andrés seguiu exigindo alto demais, mesmo depois da desistência da Emirates. 

O Corinthians também trata, sigilosamente, de forçar a mudança da forma do pagamento do estádio. Foi um erro absurdo amarrar a arrecadação dos jogos na amortização da dívida com a Odebrecht. 

A situação vem sendo discutida há quatro anos, desde que Andrés, responsável absoluto pelo estádio, se conscientizou da necessidade de mudança do acordo.

O Corinthians foi campeão brasileiro em 2015 e 2017, com salários atrasados.

Situação mais do que constrangedora.

A Globo seguirá parceira fiel, desde o fim do Clube dos 13. Pagará mais para o Corinthians e Flamengo do que os rivais. Pelo menos o que já é um grande alento.

O Banco BMG quer usar o Corinthians como concorrente direto do Palmeiras. Por conta de seu produto Help, financiadora tnto quanto a Parmalat. 

Mas essa 'guerra' é pífia diante dos planos de Andrés e Rosenberg.

Eles querem tirar o Corinthians do caos financeiro que provocaram com o estádio.

Desde abril de 2017 o Corinthians não tinha patrocínio master. Indecente
Desde abril de 2017 o Corinthians não tinha patrocínio master. Indecente

E a chegada de um patrocinador master é apenas o primeiro passo.

Obrigatório.

Era indecente, inaceitável.

O clube mais popular do estado mais rico da América Latina não ter uma marca forte no peito de sua camisa.

O Corinthians merecia uma arena moderna e sua.

Mas não que travasse financeiramente o clube...

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