Grosseiro, Luxemburgo já é questionado. Conselheiros e chefes das organizadas, assustados com o péssimo futebol, pedem a demissão
Após a derrota vexatória para o Botafogo, por 3 a 0, o técnico tenta fazer piada. Culpa outra vez os jogadores e sonha com reforços. Treinador de 71 anos já é seriamente questionado no Parque São Jorge
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"A motivação?"
"Estou com ela apontada para o céu, você já viu? Não queira ver..."
Vanderlei Luxemburgo tentou fazer graça, de forma grosseira, para um repórter, após o Corinthians perder por 3 a 0 para o Botafogo, no Rio de Janeiro.
Só ele riu da piada que fez.
Não riria se soubesse o que aconteceu logo após sua coletiva.
Bastaram três jogos.
E a pressão sobre Duilio Monteiro Alves já cresce.
Revoltados pela péssima partida que o Corinthians fez ontem, no Engenhão, conselheiros já pedem a saída de Vanderlei Luxemburgo.
Chefes de organizadas, que ouviram o treinador implorar por dez jogos de trégua, sem protestos, querem voltar atrás e pressionar o time a encarar o clássico de domingo, contra o São Paulo, em Itaquera, com obrigação de vitória.
O inconformismo é generalizado com a fragilidade tática do esquema armado pelo treinador de 71 anos.
O Corinthians de Luxemburgo tomou um gol de escanteio, outro de pênalti de Cássio, nascido em um contragolpe primário, e o terceiro a equipe botafoguense trocou passes à vontade até marcar.
"Quantas defesas o Cássio fez no jogo? Não é questão da defesa. Tenho que analisar o gol como saiu, ver a solidez da defesa e ver o que rolou. Quantas vezes ele fez intervenções? É preciso analisar o que aconteceu para tomarmos o gol. Como foi o primeiro gol?"
"De escanteio, estávamos sólidos. Tomamos gol de bola parada. É isso que quero analisar com calma, posicionamento. Se fosse uma deficiência defensiva, o goleiro teria feito várias defesas. Não foi ataque contra defesa."
O treinador é especialista, "aprendeu" que a imprensa costuma aceitar a resposta de técnicos como definitiva. Por isso, negar o fraco futebol que o Corinthians mostrou talvez funcionasse nos anos 1990, quando viveu seu auge. Mas ele perdeu o status de "supertécnico" há muito tempo.
A derrota por 3 a 0 foi um vexame que, outra vez, Luxemburgo repassou para o atual grupo de jogadores.
"A realidade que se mostra agora é que foram três jogos, mas ganhamos um ponto só. A realidade é que nós não temos como contratar até julho, esse grupo é o nosso grupo."
Sim, Luxemburgo falou claramente: "a realidade é que não temos como contratar até julho". Por um motivo muito simples. Duilio prometeu, no mínimo, três reforços.
Mas, antes disso, a sequência do Corinthians é assustadora.
São Paulo, Atlético Mineiro (pela Copa do Brasil), Flamengo, Fluminense e Argentino Juniors, pela Libertadores.
Duilio promete defender, dar guarida ao treinador, não quer outra demissão. Como aconteceu com Fernando Lázaro e Cuca.
Luxemburgo queria ganhar moral e travar os questionamentos que eram intensos depois da derrota para o Argentino Juniors e o empate, com o Corinthians dominado, diante do Fortaleza.
E escalou seu time principal no Rio de Janeiro.
Enquanto isso, Dorival poupou o São Paulo, ontem, no empate em 0 a 0 contra o Fortaleza, no Ceará.
Um motivo de orgulho para os torcedores corintianos é o time jamais ter perdido para o São Paulo em Itaquera.
Se houver derrota, Luxemburgo que se cuide...
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