“Gosto amargo”, desabafou Neymar, o ‘último romântico’. Falta de ritmo, e de companheiros talentosos, sabotaram festa de reestreia
Mesmo com um jogador a mais, o desorganizado e limitado Santos não esteve à altura da festa pela reestreia de Neymar. Com a Vila Belmiro lotada, empate frustrante em 1 a 1 o lanterna Botafogo de Ribeirão Preto. Neymar precisa de melhor companhia
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“Neymar representa um símbolo único no futebol.
“Para mim, como entendedor, e pela minha capacidade que tenho no futebol, acho o Neymar é o último romântico.
“Sou suspeito para falar, mas é o único que vive realmente a plasticidade do jogo bonito.”
Essa foi a nada modesta definição do pai e empresário de Neymar, na Vila Belmiro, falando sobre seu filho.
Mesmo tendo a volta do ‘último romântico’, com a Vila Belmiro lotada, o Santos não passou de um mero empate, diante de um dos lanternas do Paulista, o Botafogo de Ribeirão Preto, em 1 a 1. Mesmo com um jogador a mais por 27 minutos, Wallison foi expulso.
A festa que comemorou o aniversário de 33 anos e o retorno de Neymar foi frustrante, diante da enorme expectativa.
O Brasil acompanhou de perto o que faria o melhor jogador dos últimos dez anos, maior esperança para a Copa dos Estados Unidos.
Só ele sofreu os reflexos pela desorganização, falta de compactação do Santos.
E, principalmente, a ausência de companheiros talentosos.
Guilherme foi a única exceção.
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Neymar agradeceu muito a festa, a torcida cantando ‘Parabéns a Você'.
E vibrando demais quando ele pisou no gramado da Vila Belmiro, depois de 12 anos.
“É difícil você encontrar palavras para expressar o sentimento de se amar alguém.
“Eu amo o Santos e não tenho palavras para descrever o que senti hoje.”
O jogador vem de um período dificílimo, a contusão mais grave que sofreu e a dispensa do Al-Hilal.
Seu sorriso só sumiu quando teve de falar do empate com o lanterna Botafogo.
“Um jogo muito difícil, até falei para o meu pai que era um time que ficava muito atrás, chegava junto, muitas faltas.
“Mas tenho certeza que o Santos vai mudar”, garantiu.
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“É uma tristeza terminar o aniversário com o gosto amargo do empate.
“Só (posso) pedir paciência para a torcida.”
O desabafo de Neymar tem razão de ser. Seu otimismo, nem tanto.
Ele fez o que pôde, para um atleta que faz a última partida oficial, valendo três pontos, no dia 4 de novembro, pelo Al-Hilal.
O novo camisa 10 do Santos foi preservado pelo técnico Pedro Caixinha.
O português programou que ele atuasse apenas no segundo tempo de ontem, quando contava que o time de Ribeirão Preto estivesse desgastado.
Com os defensores cansados.
Só que o lado tático pesou.
O treinador Márcio Zanardi montou sua equipe no 4-1-3-2 travando as intermediárias.
O Santos do primeiro tempo, sem Neymar, teve sérias dificuldades em romper o sistema defensivo do Botafogo.
E só abriu o placar graças a um pênalti muito discutível.
Toque de bola do lateral Wallison.
Tiquinho bateu e marcou, aos 37 minutos.
Ou seja, Neymar entrou com o Santos vencendo por 1 a 0.
As estatísticas mostram seu esforço.
Deu sete finalizações, a única que chegou ao gol foi linda.
Driblou dois zagueiros e obrigou o goleiro João Carlos à ótima defesa.
Tentou sete dribles, conseguiu três.
Sofreu cinco faltas.
E atuando como meia, sem obrigação de marcar ninguém, com os companheiros correndo por ele, deu 25 passes certos, de 29 tentativas.
Sem ritmo, deixou de acompanhar jogadas importantes, principalmente de Guilherme, o melhor em campo.
Sentiu falta de companheiros que acompanhassem seu raciocínio, sua técnica apurada.
Mas sua presença apenas já despertou confiança no time.
Só que o Santos segue com elenco limitado.
E em uma falha coletiva, a começar por Brasão, que ficou embaixo das traves, tomou o empate.
Depois de escanteio, Alexandre Jesus subiu à vontade para cabecear.
1 a 1 aos 29 minutos.
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A tensão dominou a Vila Belmiro.
E principalmente Neymar, que se mostrava inconformado.
Correu pelos dois lados do campo, buscando bolas, tentando articular o ataque santista.
Mas ele sentiu na pele a fragilidade técnica dos seus companheiros.
E nem com a pressão da torcida e um jogador a mais, depois de expulsão de Wallison, o Santos conseguiu criar para vencer.
Foi absurda a procura dos atletas por Neymar.
A preferência absoluta dos passes era para ele.
Zanardi percebeu e tratou de tentar encaixotar o santista.
A marcação foi rígida, com direito a faltas duras.
Mas o objetivo foi conseguido, estragar a festa de reestreia de Neymar.
O empate mostrou o quanto Neymar só tem Guilherme como ‘cúmplice’ no ataque.
“Corri demais, até mais do que eu esperava”, confessava a estrela da partida, que lutou o quanto pôde para vencer.
Esse desgaste pode ter consequências.
E Neymar não atuar contra o Novorizontino, domingo, em Novo Horizonte.
Não será surpresa se Pedro Caixinha poupá-lo para o clássico da próxima quarta-feira.
Será o Corinthians, em Itaquera.
Neymar Sênior fez questão de avisar.
Veja seu filho jogando.
“Quem gosta de futebol vai aproveitar.
“A gente está indo para o último ciclo da carreira do meu filho.”
Mas se o próprio Neymar quiser aproveitar sua volta ao Santos, tem de insistir com Marcelo Teixeira.
Precisa de companheiros talentosos...
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