Geração 2019 joga a final da Copa do Brasil pela honra. Venceu 11 títulos pelo Flamengo. Não quer o fim, em 2023, sem conquista
Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Filipe Luís querem respeito pelos 11 títulos que conquistaram. E vão dar o máximo para vencer a Copa do Brasil. E para não serem os próximos a ir embora
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Rio de Janeiro, Brasil
Flamengo contra Flamengo.
Esse é o comentário mais frequente aqui no Rio de Janeiro.
Por mais tradição e força que o gigante São Paulo tenha na decisão da Copa do Brasil, o grande questionamento por aqui é o próprio Flamengo, que fez de 2023 um dos anos mais frustrantes, depois da revolução financeira que o clube viveu.
Com o risco de repetir 2018, o último ano em que o Flamengo não conquistou nenhum título.
O clube tinha planos ousadíssimos, basta lembrar do coro que o vice de futebol, Marcos Braz, puxou quando o clube venceu a Libertadores do ano passado.
"Real Madrid, pode esperar, sua hora vai chegar."
Ele já projetava a decisão do Mundial entre o clube carioca e o espanhol.
Só que a realidade bateu à porta e o Flamengo não teve força para chegar nem à decisão. Foi eliminado pelo Al-Hilal, da Arábia Saudita por 3 a 2.
Os fracassos se acumularam na decisão da Supercopa do Brasil, do Campeonato Carioca, da Recopa Sul-Americana. A eliminação nas oitavas da Libertadores.
Não há chance real de o clube vencer o Brasileiro.
A Copa do Brasil é a última chance de o clube salvar o ano.
Mais do que isso, de a geração tão vitoriosa, a de 2019, seguir mostrando seu valor.
E não sofrer uma profunda reformulação, tão defendida pela imprensa do Rio de Janeiro.
Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, Everton Ribeiro, De Arrascaeta e Filipe Luís são dignos representantes dessa fase impressionante de conquistas rubro-negras.
2 Libertadores da América (2019 e 2022)
2 Brasileiros (2019 e 2020)
1 Copa do Brasil (2022)
3 Cariocas (2019, 2020 e 2021)
2 Supercopas do Brasil (2020 e 2021)
1 Recopa Sul-Americana (2020).
Há o real questionamento sobre se essas estrelas que conseguiram 11 títulos não precisam ser recicladas. Irem para outros clubes para abrir espaço a novas.
Elas são caríssimas e são responsáveis pela maior parte da folha salarial de R$ 32 milhões mensais do Flamengo. A mais alta do Brasil. Digna do melhor elenco, do mais recheado de estrelas.
Há quem a compare com a de Zico, Adílio, Nunes, que atuou entre 1978 e 1983.
O que essa geração conquistou também impressiona.
1 Mundial de Clubes (1981)
1 Libertadores da América (1981)
3 Brasileiros (1980, 1982 e 1983)
4 Cariocas (1978, 1979, 1979 e 1981)
Desta vez, o clube chega à final da Copa do Brasil de 2023 não em um clima festivo, mas de pura pressão.
Da torcida, da mídia.
O trabalho de Jorge Sampaoli é muito questionado.
Assim como o desempenho dos atletas.
Gabigol vive uma das piores fases da carreira.
Arrascaeta enfrenta uma série de lesões.
Everton Ribeiro e Filipe Luís não conseguem ser titulares absolutos.
Bruno Henrique está bem, mas vem de contusão gravíssima.
O Flamengo não tem mais o mesmo ritmo alucinante, o poderio tático, físico, técnico que tinha nas mãos de Jorge Jesus, de impactante passagem pela Gávea.
Virou um time instável em 2023.
Tanto nas mãos de Vítor Pereira quanto nas de Jorge Sampaoli, que tem inúmeras chances de ser mandado embora, mesmo que conquiste a Copa do Brasil.
O desejo da direção do Flamengo é fazer uma profunda reformulação no elenco em 2024.
Todas as estrelas atuais correm perigo.
A geração 2019 dá mostras de que pode ter chegado ao seu limite.
Vencer a Copa do Brasil é a única saída para provar que alguns dos jogadores que impressionavam há quatro anos podem ficar.
Perder mais esse título será a pá de cal.
E muita coisa deve mudar na Gávea.
Os jogadores sabem muito bem disso.
Tanto que, na reunião que fizeram, na sexta-feira, longe de Sampaoli e dos dirigentes, eles conversaram a sério sobre respeitar o que foi feito na Gávea, por eles mesmos, nos últimos quatro anos.
E querem começar a dar a resposta no Maracanã.
A geração 2019 jogará pelo título.
Mas por tudo que fizeram.
Por sua honra...
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