Gabriel se dá mal no triângulo amoroso. Cuéllar vai para a Arábia
O Al Hilal usou o volante corintiano para forçar o Flamengo a liberar o colombiano. Brasileiro foi para a Arábia à toa, já que sua venda foi cancelada
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Ou o romeno Razvan Lucescu seria um apaixonado por primeiros volantes que atuam no Brasil e queria os dois de uma vez.
Ou Gabriel do Corinthians ou Cuéllar do Flamengo, um dos dois passaria por enorme constrangimento.
Mas o treinador do Al Hilal sempre quis o colombiano.
O jogador corintiano pagou o mico.
Viajou até o Oriente Médio à toa.
Os árabes o usaram para fechar com o colombiano.
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Em uma atitude estratégica, mas cruel.
O Al Hilal, time da Arábia Saudita, negociou com Cuéllar por mais de dois meses. Estava tudo acertado. O colombiano estava empolgado. Seu salário passaria de R$ 230 mil para R$ 930 mil mensais.
O jogador chegou até a pedir para não enfrentar o Ceará, em Fortaleza, para não correr o risco de se machucar, no domingo.
A diretoria do Flamengo ficou possessa. Porque a negociação com o time árabe não havia sido concluída. E o jogador tem contrato até 2022.
Sua multa está fixada em absurdos 70 milhões de euros, R$ 317 milhões. A proposta árabe é de 7,5 milhões de euros, R$ 34,5 milhões.
Mas o clube carioca, dono de 70% do jogador, exigia R$ 30 milhões livres. Os demais 30% eram do Deportivo Cali.
Os árabes não cederam.
O que irritou ainda mais o presidente Rodolfo Landim. Ele mandou o afastamento sumário do jogador.
Mas havia a partida fundamental contra o Internacional, que decidiria a vaga para a semifinal da Libertadores. E Willian Arão estava suspenso. Jorge Jesus mandou avisar que precisava do primeiro volante colombiano.
Houve um acordo. O jogador atuaria, mas seria vendido para a Arábia. Desde que a proposta do Al Hilal fosse aumentada. Cuéllar foi para Porto Alegre, jogou e o Flamengo se classificou.
Só que os árabes resolveram não esperar.
E decidiram negociar com Gabriel, do Corinthians. O valor: 5,5 milhões de euros, cerca de R$ 27 milhões. Quantia aceita pelo clube paulista.
Andrés Sanchez não gosta de negociar com clubes árabes. Ele acredita que, até os contratos serem assinados, não dá para garantir que a transação será fechada.
E o dirigente falou para Gabriel não viajar para Riade, capital da Arábia Saudita. Mas o jogador decidiu se despedir dos companheiros, na madrugada de ontem, logo após a classificação do clube para a semifinal da Sul-Americana, diante do Fluminense.
Ele tinha razão.
Não passava de uma manobra dos árabes para ter Cuéllar.
A direção do Flamengo acompanhava essa negociação. E tratou de avisar os árabes que aceitavam a proposta de Cuéllar. A resposta foi dada ontem à noite, quando vazou no Maracanã que o Corinthians venderia seu volante aos árabes.
E por 80% dos R$ 34,5 milhões, cerca de R$ 27,6 milhões.
Cuéllar viajou nesta manhã para a Arábia Saudita. Logo após o embarque de Gabriel.
Os árabes, contentes, comemoraram.
E avisaram a diretoria corintiana.
A venda de Gabriel estava cancelada.
Andrés Sanchez não se espantou.
Lembrou que Gabriel foi precipitado para companheiros da diretoria.
O jogador foi usado de forma cruel para que o Flamengo cedesse e vendesse Cuéllar.
O volante corintiano já soube do que aconteceu.
E voltará para o Brasil imediatamente.
Fez um 'bate e volta' para Riade.
14 horas e meia para ir.
E 14 horas e meia para voltar.
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