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‘Fui da Gaviões. Mas dei minha alma para o Palmeiras.’ Exclusiva: Kléber Gladiador

Entrevista corajosa do artilheiro. Ele criou sua ‘fama de mau’ enquanto era estrela de um dos piores Palmeiras da história. O injusto esquecimento da Seleção Brasileira. O ‘eu ou ele’ de Felipão, no Grêmio. A Libertadores que escapou na final do Cruzeiro, em pleno Mineirão. “Ah se eu jogasse no Palmeiras da agora...”

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Kléber Giacomazzi de Souza Freitas criou sua ‘fama de mau’ na categoria de base do São Paulo. Jogador talentoso, artilheiro, misturava técnica, velocidade, faro de gols, com muita raça. Por vezes até demais.

Nascido e criado na periferia de Osasco, viveu situações tensas, perigosas. “Vi meu primo morrer com um tiro na cabeça.”

Para se impor diante dos garotos mais velhos no São Paulo, algumas vezes ele chegou armado ao clube.

Em campo não fugia de divididas, de pontapés, de cotoveladas. Quanto mais apanhava, mais partia com a bola dominada, para cima do zagueiro.

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“Nunca baixei a cabeça para ninguém. Sou assim. Enfrento de peito aberto meus problemas.”

Foi campeão mundial com a Seleção Brasileira sub-20. Ganhou a Copa São Paulo, em uma equipe que tinha como companheiros Kaká e Júlio Baptista.

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Seu gênio fortíssimo e a impaciência em ser titular, apesar de apenas 20 anos, o levaram para a Ucrânia. Foi jogar no Dínamo.

“O São Paulo estava precisando de dinheiro. Tanto que comprou Josué, Grafite, Fabão com a minha venda.”

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Kléber e André Dias. Apelido de Gladiador não foi por acaso
Kléber e André Dias. Apelido de Gladiador não foi por acaso (São Paulo FC)

Suportou o frio intenso europeu, se tornou ainda mais competitivo.

E o Palmeiras, que precisava de um atacante, não perdeu a oportunidade.

O trouxe por empréstimo.

Depois o comprou.

Foi uma paixão fortíssima, com todos os componentes.

Se tornou o maior ídolo.

Representava o torcedor palmeirense, naquela altura, frustrado, raivoso, com o clube sem dinheiro, envolvido na construção do Allianz Parque.

O amor foi intenso, como uma paixão intolerante, houve amor, raiva, celebrações, declarações de relacionamento eterno, rompimentos, voltas.

No campo, gols incríveis, discussões, brigas, expulsões.

O apelido Gladiador não veio por acaso.

Kléber jogou em times fraquíssimos. “Éramos eu, o Valdívia e o Marcos Assunção. O Marcão estava parando. As porradas vinham em nós três. Isso quando o Valdívia jogava”, ironiza, lembrando as ausências do chileno.

Mesmo assim, viveu uma fase marcante em 2009.

“Merecia uma chance na Seleção Brasileira, quando teve uma rápida passagem pelo Cruzeiro, vice-campeão da Libertadores.”

A paixão com o Palmeiras foi rompida, de vez, quando resolveu enfrentar Felipão. Capitão do time, não quis o embarque para o Rio, enfrentar o Flamengo. Um zagueiro, João Vítor, havia aparecido machucado, espancado por torcedores do Palmeiras, ele dizia. Em solidariedade, Kléber não queria que o time jogasse.

Felipão não suportou a intolerância e exigiu que Kléber fosse negociado.

Foi para o Grêmio e teve contusões gravíssimas.

Quando estava se recuperando, pronto para atuar, o Grêmio contrata um treinador. Qual?

Felipão.

“Ele foi claro com a direção gremista: ou eu, ou o Kléber. E fui vendido.”

Passou pelo Vasco, Coritiba e encerrou sua carreira no Austin Bold, nos Estados Unidos.

Kléber tem um filho treinando no São Paulo.

Gabriel, que mostra muita qualidade. Faz questão de levá-lo pessoalmente para treinar.

Aos 40 anos, pensa no seu futuro.

Está exercendo com competência a função de comentarista.

Assume que defende os jogadores, até por ter sofrido muitas críticas que considerou injustas.

‘É preciso ter vivido dentro do campo para falar com propriedade. Esse é o problema com jornalistas, eles falam do que não viveram.’, acredita.

Kléber segue o mesmo.

Direto.

Fala o que pensa.

Uma das entrevistas mais cruas da história do canal...

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