Renato Gaúcho nunca esteve tão ameaçado na Gávea. Vencer a Libertadores virou obrigação
AFPSão Paulo, Brasil
"É um crime o que a arbitragem está fazendo com o Flamengo. Isso que aconteceu aqui na Arena Condá é criminoso.
"Criminoso!
"Gaciba, eu quero ver você falar sobre esses lances."
O justo desabafo do diretor-executivo do Flamengo, Bruno Spiendel, se justifica. A arbitragem de Denis da Silva Ribeiro Serafim teve erros cruciais. Como marcar impedimento de Gabigol, ainda no campo do Flamengo, e um pênalti claríssimo no mesmo atacante rubro-negro.
O juiz do quadro alagoano será punido pela Comissão de Arbitragem, terá de se reciclar. A direção do Flamengo não o quer mais nos seus jogos, seja em que competição for.
O presidente Leonardo Gaciba seguirá calado, para preservar seu emprego. Desde outubro do ano passado, quando ele admitiu que o São Paulo foi prejudicado contra o Atlético Mineiro, com a anulação pelo VAR de um gol que Gaciba considerou legal, jamais ele voltou a falar publicamente. Suas palavras quase causaram um processo de pedido de anulação de jogo.
Gaciba foi ameaçado de demissão pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo.
Tudo isso é verdade.
Mas o que aconteceu ontem com o Flamengo e seu elenco milionário, na Arena Condá, foi algo inaceitável para os dirigentes rubro-negros. Por mais que o juiz alagoano tenha errado, não há cabimento empatar, em 2 a 2, com a Chapecoense, a última colocada do Brasileiro e, sem hipocrisia, rebaixada para a Série B.
Inacreditável. Gabigol estava no campo do Flamengo. E foi marcado impedimento
Reprodução/TwitterOs dois pontos jogados são mais um pecado contra o decadente trabalho de Renato Gaúcho na Gávea. A empolgação passou faz tempo. Com a eliminação na semifinal da Copa do Brasil para o Athletico Paranaense. E, agora, com o clube deixando o Brasileiro nas mãos do Atlético Mineiro.
O Flamengo não tem mais consistência, postura tática, compactação, coordenação, objetividade. Renato não encontra soluções para óbvias marcações de adversários muito mais fracos.
Para o clube, comandado pelo capitalista Rodolfo Landim, a eliminação na Copa do Brasil e a perda do Brasileiro refletem não só no sentimento como torcedor, mas em muito dinheiro.
Renato Gaúcho começa a trazer prejuízo, não conquistando as competições, desvalorizando os atletas, o clube. E Landim é muito frio em relação a valores. Ele encara o técnico como um executivo subalterno, que precisa dar resultados.
"Pode ter certeza que, para o dia 27, será um jogo atípico. Vai ser um Flamengo totalmente diferente", disse ontem, sentindo a decepção e a cobrança por outra fraca partida de seu time.
Não há saída para Renato Gaúcho.
Ou o Flamengo, daqui a 18 dias, conquista a Libertadores, na decisão contra o Palmeiras, em Montevidéu, ou não seguirá na Gávea em 2022.
O treinador sabe disso.
Assim como tem plena consciência de que o Palmeiras se recuperou, se estabilizou. Abel Ferreira está ajustando a equipe para a importantíssima decisão. Seu time venceu as últimas cinco partidas do Brasileiro.
André Villas Boas tem seu nome cada vez mais repetido na Gávea. Técnico português
Reprodução/OlympiqueEstá em um momento muito melhor que o Flamengo.
Recobrou a postura de favorito na decisão.
Para sobreviver, Renato precisa reinventar o time que treina.
E que vive um momento lastimável.
O nome do português André Villas Boas cresce na Gávea...
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