Fracasso do Brasil atinge a carreira de Tite. Gigantes europeus não o querem. Ele começará 2023 desempregado
O treinador chorou muito ao reencontrar a mulher e a filha, após nova eliminação na Copa d Mundo. Seu empresário dependia de uma grande campanha para empregá-lo na elite do futebol europeu. Não conseguiu
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Doha, Catar
Tite fez questão de se mostrar firme após a eliminação do Brasil na Copa.
Pela segunda vez na vida, ele passava pela mesma situação, ter de explicar outra queda da seleção pentacampeã em um Mundial.
E nas quartas-de-final, confirmando a quinta derrota na competição mais importante do futebol. Vinte anos sem conquistas.
Respondeu a poucas perguntas permitidas por uma assessora de imprensa da Fifa. O treinador falou de forma seca, superficial.
Mas ao chegar ao hotel West In Doha, desabou.
Chorou abraçado com sua esposa Rosmari e a filha Gabriela.
Seu empresário Gilmar Veloz estava aqui em Doha para apoiá-lo.
E tentar realizar seu sonho de encontrar um time europeu para treinar, após o Mundial.
Tite havia garantido que não trabalharia em 2023 em um clube brasileiro.
Mas estava aberto para propostas europeias.
O planejamento dele era simples, até.
Fazer uma ótima campanha com o Brasil, se possível com o título. E ir para um gigante europeu.
Tudo acabou ontem com o fracasso diante da Croácia.
Ser eliminado pelo envelhecido e cansado time de Modric custou caro para o treinador.
Ele foi criticado não só pela imprensa brasileira como pela de países onde quer trabalhar: Itália e Espanha.
Ou seja, Gilmar Veloz não tem o que fazer.
Nenhum clube grande italiano ou espanhol está disposto a apostar no treinador que não conseguiu vencer duas Copas com o Brasil.
Tendo Neymar, Vinicius Junior, Rodrygo, Raphinha, Lucas Paquetá, Richarlison a seu dispor, no Catar.
E Neymar, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Willian, na Rússia.
Diante do quadro, Tite tomou a seguinte decisão.
Deixar chegar à imprensa que ele não quer trabalhar por seis meses.
Inclusive na Europa.
Ou seja, ele ganha seis meses para que a queda do Brasil seja amenizada.
Assim como o fato dele ser o primeiro treinador da história a comandar o time em uma derrota contra equipe africana em Copa. Ou não conseguir fazer o Brasil ir além de ficar entre as oito melhores da competição. Resultado modesto para o único pentacampeão mundial.
Tite recusou o Corinthians, que estava disposto a esperar pelo final da Copa do Mundo.
E garante que ficará ao lado da família até pelo menos junho.
O treinador pretende seguir com seu auxiliar Cleber Xavier e com seu filho Matheus, que deseja se tornar treinador.
Ele viajou ontem com a direção da CBF.
Tite primeiro entregou o cargo avisando a imprensa.
E só depois ao presidente Edinaldo Rodrigues...
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