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Cosme Rímoli - Blogs

Fracasso de Roberto Justus como gestor do Coritiba traz alívio ao Morumbi. Empresário teve sonho travado de assumir cargo no São Paulo

O empresário é sócio da SAF do Coritiba. Promessas de reerguer o clube paranaense, que já foi campeão do Brasil, viraram motivo de irritação dos torcedores. Clube cambaleia na 14ª colocação na Série B. O falecido ex-presidente Juvenal Juvêncio travou suas aspirações políticas no São Paulo

Cosme Rímoli|Do R7


Roberto Justus tinha pretensões políticas no São Paulo. Não conseguiu subir na hierarquia do clube Reprodução/São Paulo Futebol Clube

O ano era 2012.

O empresário Roberto Justus esperava ter um cargo importante na diretoria do presidente Juvenal Juvêncio.

Inteligente, ele sabia a visibilidade que o futebol sempre deu aos seus dirigentes.

No Morumbi, há 12 anos, havia a certeza que Justus sonhava em suceder o presidente.


Só que Juvenal tratou de ir por um caminho sutil.

Em vez de ‘comprar briga’ com Roberto, que prometia trazer novos patrocínios, ele ofereceu um cargo a Justus.


Vice-presidente institucional.

Função meramente simbólica.


Havia muita aversão no clube ao midiático empresário.

Justus percebeu que não teria poder real e nem poderia fazer do cargo um trampolim para disputar a presidência.

E disse ‘não’.

Só que sua atração pelo futebol continuou.

E, em maio de 2023, a sua empresa Treecorp assumiu o Coritiba.

Como no mercado de ações, investiu em um clube que estava em baixa.

Afinal, estava mergulhado em dívidas, mas na Série A.

O tradicional clube se tornou uma Sociedade Anônima de Futebol por conta de Justus.

A promessa era de investimento de R$ 1,1 bilhão em dez anos.

Só que o dinheiro não chegou ao time.

Um ano depois, a equipe é fraquíssima.

Em 14º lugar na Série B, luta para não ser rebaixada para a Série C.

Em vez de disputar a volta à Série A.

Participando de um podcast, o empresário negou qualquer participação no fracasso da equipe.

“Eu não tenho nada a ver com essa administração, não tenho ingerência no dia a dia. A hora que virar o jogo, a hora que esse clube começar a dar alegria, o meu genro e toda a turma vão virar deuses, e as pessoas vão se arrepender de ter crucificado antes do tempo.”

“Meu genro” é Bruno Levi D’Ancona.

Justus foi confrontado com suas próprias palavras em uma entrevista que deu para a TV oficial do Coritiba.

“Eu também faço parte, dou meus pitacos. Tenho dado bastante opinião. Mas está nas mãos de gente muito competente”, garantia em julho do ano passado.

O resultado, desde que a SAF assumiu o clube.

Rebaixamento para a Segunda Divisão.

Clube ficou fora da decisão do Paranaense, disputada por Athletico e Maringá.

O Coritiba foi eliminado da Copa do Brasil na primeira fase, diante do Manaus.

Torcedores não param de protestar, exigem o fim da SAF.

E querem Justus longe do clube.

“ Algumas contratações realmente não foram boas, alguns profissionais que passaram não foram os melhores. A gente exige demais. As dificuldades existem. Empresarialmente, as decisões foram muito boas. O clube está equilibrado financeiramente”, tentou se justificar ao podcast Inteligência Limitada.

No Morumbi, a análise silenciosa do que acontece com o Coritiba, compartilhada com conselheiros históricos.

Também responsáveis pelo empresário não crescer politicamente no São Paulo.

Alegam que acertaram em fechar as portas da direção do clube a Justus...


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