Fortaleza deu apoio a Vojvoda. São Paulo, preferiu a saída de Zubeldía. E já tem tudo combinado com Crespo
A direção do time cearense insistiu e segurou Juan Pablo Vojvoda. A cúpula do São Paulo, não. E acertou a rescisão com Zubeldía. E Crespo já tem fechado o seu retorno ao Morumbi
Na sexta-feira, o blog detalhou o descontentamento no São Paulo com o trabalho de Zubeldía, apesar da classificação para as oitavas na Libertadores e na Copa do Brasil.
O time havia perdido para o Vasco, por 3 a 1, na quinta, em pleno Morumbi, escapando da goleada. Terceira derrota seguida. Antes, o Mirassol e o Bahia haviam vencido o milionário elenco. O clube estava a um ponto da zona do rebaixamento.
A torcida mais uma vez chamou o time de sem-vergonha. Conselheiros que garantiram a eleição de Julio Casares, e a mudança no estatuto, para que pudesse seguir mais um mandato, exigiam a saída de Zubeldía.
O treinador argentino não entregou o cargo na sexta-feira. Casares analisou com frieza e chegou à conclusão que o time não rendia mais com ele. E a hora de trocar era chegada, já que havia 15 dias para um novo treinador mudar, dar o famoso tratamento de choque aos atletas, que não mais rendiam.
Zubeldía percebeu que não havia mais apoio e, então, as duas partes decidiram divulgar que a rescisão foi em comum acordo.
Com isso, o treinador evitaria o desgaste da demissão sumária.
E em seguida, Casares foi atrás de um velho sonho. Buscar de volta Hernán Crespo.
O também argentino estava desempregado. Foi ele quem acabou com o jejum de oito anos sem títulos, vencendo o Paulista de 2021. No mesmo ano, Casares o demitiu, pela fraquíssima campanha no Brasileiro.
Mesmo na época, conselheiros garantiam que o presidente havia se arrependido, agido por precipitação.
A relação de Crespo com Muricy Ramalho, com os funcionários do clube, com a direção, com os jogadores era muito diferente da de Zubeldía. Muito arredio, fechado com sua Comissão Técnica, não permitia conversas, trocas de opinião.
E, importantíssimo, jamais gostou de trabalhar com veteranos ou com garotos. Exatamente o que o atual São Paulo, com dívidas de mais de R$ 1 bilhão, tem a oferecer.
O ambiente estava pesado para Zubeldía, que não teve os reforços que sonhava para 2025.
Quando mais precisou de apoio veio a demissão.
Crespo seguiu sua vida no mundo árabe, depois da saída do São Paulo. Venceu três títulos no Al-Duhail, do Catar. De lá foi para os Emirados Árabes, vencendo a Copa da Ásia, com o Al-Ain.
Está desempregado desde novembro de 2024, quando seu time foi goleado por 5 a 1, pelo Al-Nassr.
O acordo com o São Paulo tem tudo para ser fechado ainda hoje.
Por outro lado, outro argentino colocou seu futuro nas mãos da direção do Fortaleza. Juan Pablo Vojvoda deixou a decisão para seguir ou não no clube cearense com os dirigentes.
Mas o executivo, Marcelo Paz, foi firme.
A hora era de ‘dar força’, focar no treinador que deu tanto retorno ao clube. Assumir que as contratações não deram certo, o time não conseguiu render em 2025.
E que não trocou o clube pelo Corinthians, Fluminense, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético. Nem se abalou por sondagens do São Paulo.
Todo o seu trabalho, desde maio de 2021, foi levado em consideração. O tricampeonato cearense, as duas Copas do Nordeste. A chegada à final da Copa Sul-Americana. A classificação para as oitavas da Libertadores.
E o foco será tirar o time da zona do rebaixamento.
Vojvoda ganhou não só sobrevida.
Mas apoio e carta-branca para fazer uma reformulação no elenco, nesse período sem jogos na Série A, por conta do Mundial de Clubes.
Simples.
Teve todo o apoio que Zubeldía não recebeu no São Paulo...