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Força do Palmeiras faz rivais articularem fair play financeiro

Presidente do Atlético escancara o que vários clubes reclamam. O dinheiro desequilibra as forças. Corinthians é aliado palmeirense

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Ricardo Goulart. Perto de ser outro motivo de irritação do presidente atleticano
Ricardo Goulart. Perto de ser outro motivo de irritação do presidente atleticano Ricardo Goulart. Perto de ser outro motivo de irritação do presidente atleticano

São Paulo, Brasil

"Estivemos perto de contratar o Arthur, do Ceará. Achei que seria interessante. O Palmeiras foi lá e contratou.

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"A gente também olhou o Zé Rafael. Eu tinha vontade de trazer. Quando foi tentar contratar, o Bahia pediu um valor exorbitante e quem foi pagar foi o Palmeiras. Tentamos negociar, mas falaram que o Palmeiras tinha oferecido o nosso valor mais x."

"Está faltando aqui no Brasil alguma regulamentação, como o fair play financeiro. Estamos num momento em que eu tenho procurado alguns reforços. Você bate na porta de algum jogador e quando você está, está lá o Palmeiras. Tentei contratar, mas ficou impossível."

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Dessa maneira, direta, o presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmara, escancarou ontem o que vários dirigentes de clubes grandes brasileiros comentam entre si.

O desalento diante da força econômica do Palmeiras.

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Patrocínio da Crefisa, arrecadação na arena moderna melhor localizada no país, direitos de transmissão, plano de sócio-torcedor, a Adidas fornecedora de material esportivo (que será sucedida em 2019 pela Puma, que ofereceu mais dinheiro, participação financeira em megashows internacionais.

O pacote garantiu mais de meio bilhão de reais em receitas em 2017, R$ 531 milhões. A previsão é que o balanço de 2018 seja ainda mais auspicioso. Com o clube ainda mais rico.

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Santos, Internacional, Bahia, Ceará, Coritiba e Atlético Paranaense estudam se juntar e entrar na justiça contra a Turner. 

O motivo: o pagamento muito maior de luvas para o Palmeiras no acordo de transmissão de seus jogos, entre 2019 e 2024. Os clubes consideram que deveria ser pago o mesmo valor às equipes que viraram as costas à Globo e não aceitaram mostrar suas partidas no Brasileiro pela Sportv.

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Dirigentes alegam que os clubes 'rebeldes' acertaram receber R$ 40 milhões de luvas. Mas descobriram que o Palmeiras recebeu R$ 100 milhões, R$ 60 milhões a mais. A cúpula palmeirense confirma, mas responde que não fez nada de mais. Discutiu o seu contrato individualmente.

Na Europa, houve um grande movimento em relação às diferenças financeiras entre os clubes. Com a liberação para que grandes conglomerados e pessoas bilionárias pudessem ser donas das equipes provocou enorme desequilíbrio. Os clubes que não tinham esses donos, esmagadora maioria, pressionaram a Uefa. 

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E, em 2010, foi decidido o fair play financeiro. Ou seja, a partir de 2011 os clubes precisam terem pago suas contas para contratar. Em linguagem simples, não podem gastar mais do que arrecadam.

Em 2015, o texto foi modificado. Principalmente por conta de três equipes. O PSG, o Chelsea e o Manchester City, bancados por bilionários.

Os clubes, primeiro, não poderiam gastar mais de 5 milhões de euros, R$ 22 milhões, a mais do que arrecadam. O valor passou a 30 milhões de euros, cerca de R$ 132 milhões. 

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Só que desde que o valor foi estabelecido, as contratações milionários não pararam. Pelo contrário, até aumentaram. Por conta da arrecadação cada vez maior dos grandes europeus. 

Além disso, há séria desconfiança de manipulação nos balanços, para que as equipes sigam gastando a mais do que poderiam. A Uefa chegou a criar o Comitê de Controle Financeiro dos Clubes. 

Houve punições. As mais graves: em 2012, Besiktas e Bursaspor foram suspensos de competições europeias por um ano por gestão irresponsável. Deviam e mesmo assim seguiram contratando.

Em 2014, PSG e Manchester City foram obrigados a impor um teto salarial no clube e limitar o elenco a 21 jogadores para evitar a gastança.

Em 2016, o Galatasaray, acabou suspenso por um ano de torneios da Uefa.

No Brasil, tudo ainda é embrionário.

Não chegou nada oficialmente à CBF, exigindo que seja criado o fair play financeiro. Mas, por conta da força financeira cada vez maior do Palmeiras, as conversas entre os dirigentes se intensificam.

De maneira irônica, o grande rival palmeirense, o Corinthians se mostra contrário a esse controle. Medida que é encarada como uma represália pelo clube ser rico.

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"Sorte deles que conseguiram um patrocinador forte. Futebol profissional é assim. Eu não vou ficar chorando porque não tenho. O que preciso fazer é correr atrás para conseguiu o meu patrocinador. Não vou ficar reclamando porque os outros têm", disse ao blog, o presidente corintiano, Andrés Sanchez.

Até porque, o Corinthians já teve Carlitos Tevez, Mascherano, Roger, Nilmar, Carlos Alberto entre outros, graças ao dinheiro da MSI. Foi campeão brasileiro de 2005 por conta desse aporte financeiro.

O fair play financeiro não está entre as primeiras medidas do novo presidente da CBF, Rogério Caboclo, que assume em abril de 2019, mas manda na entidade desde que Marco Polo del Nero foi banido do futebol, em abril deste ano.

A pressão começa a existir nos bastidores.

Embora banido do futebol, Del Nero não foi expulso do conselho do Palmeiras
Embora banido do futebol, Del Nero não foi expulso do conselho do Palmeiras Embora banido do futebol, Del Nero não foi expulso do conselho do Palmeiras

Por mais estranho que possa parecer, o próprio Palmeiras acabou limitando o investimento da Crefisa. Membros da oposição procuraram a Receita Federal não concordando que a empresa lançasse como doação os jogadores que colocava no Palmeiras.

Deveriam ser lançados como empréstimo, já que o clube, se os vendesse, devolveria o dinheiro investido. E é o que passou a acontecer. A dívida palmeirense com seu patrocinador é de R$ 120 milhões.

O presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, já se previne em relação a esse controverso tema. A confirmação da criação de uma equipe feminina é uma obrigação de todos os clubes grandes que aderiram ao Profut, o pagamento de dívidas com o governo federal em 20 anos.

O Palmeiras é o único clube grande do país que não aderiu à medida populista da ex-presidente Dilma Rousseff. Não aderiu porque não concordava com um item fundamental no projeto. O controle dos seus investimentos no futebol.

Mas o time feminino palmeirense estará em campo no próximo ano.

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Nos bastidores, a relação do clube com a CBF é muito boa, ao contrário do que acontece com a Federação Paulista de Futebol. A intenção imediata de o Palmeiras expulsar Marco Polo del Nero do Conselho Deliberativo, com o banimento do futebol, foi controlada. Ele segue conselheiro. "Pelo menos até acabar todos os recursos que ele tem de reverter o banimento", diz um aliado de Galiotte.

O presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Câmara, não está sozinho. Dirigentes de grandes clubes estão incomodados com a força financeira do Palmeiras. E cogitam se unir pelo fair play.

Mas a ideia ainda está longe da CBF.

E o Palmeiras segue contratando.

Além de Artur, Zé Rafael, finaliza a compra de Matheus Fernandes e Carlos Eduardo, atacante do Pyramids. Tenta também a volta de Keno.

E como o blog vem repetindo, busca de todas as formas fechar sua grande contratação para a próxima temporada.

Ricardo Goulart.

As conversas com os dirigentes do Shandong Luneng seguem firmes.

O jogador está quase recuperado da artroscopia que fez no joelho direito.

A recuperação foi nas instalações palmeirenses.

Palmeiras acerta a compra do volante Matheus Fernandes do Botafogo
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E ele sinaliza que deseja ficar.

Seu valor é alto, os chineses pagaram 15 milhões de euros, cerca de R$ 48 milhões, para tirá-lo do Cruzeiro.

O Palmeiras tenta reduzir o preço oferecendo jogadores.

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Passou uma lista de atletas.

Assim como o empréstimo, pagando integralmente o salário do meia atacante.

E a negociação segue de maneira promissora.

Sérgio Sette Câmara pode ter mais motivo para revolta...

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