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Fluminense descartou a instabilidade de Cuca. ‘Recebemos 50 mensagens de oferecimento de treinadores. Optamos pelo Zubeldía’, diz o presidente Mario Bittencourt. ‘O Renato Gaúcho vai nos pagar multa por ter ido embora"

A direção do Fluminense foi direta. Escolheu o argentino Zubeldía pelo trabalho no São Paulo. E o treinador terá total liberdade nas Laranjeiras. Sem a ‘supervisão’ de Muricy, que tanto o incomodava

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Zubeldía foi escolhido pela intensidade, vibração que exige de seus times. Veteranos terão espaço. Por enquanto Divulgação/Fluminense

Cuca foi o primeiro nome que a direção do Fluminense discutiu.

Surgiu logo na tarde de quarta-feira passada, após o pedido irrevogável de demissão de Renato Gaúcho, na terça-feira, após a eliminação da Copa Sul-Americana, em pleno Maracanã, para o Lanús.

Mas sua evidente competência perdeu para a instabilidade profissional, capaz de pedir demissão de forma surpreendente, como Renato Gaúcho, pesou.

E Cuca não terá sua terceira passagem nas Laranjeiras.


A partir daí, os celulares do presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, e do diretor-executivo de futebol, Paulo Angioni, não pararam de receber mensagens.

‘Abriu uma vaga boa, os empresários dos treinadores ligam, mandam mensagens. É uma guerra’, já havia avisado ao blog o ex-jogador do Palmeiras e Santos, hoje treinador, Argel Fuchs.


E foi assim mesmo.

Esta maneira de sucessão de técnicos é muito escancarada.


“Recebemos 50 mensagens de oferecimento de treinadores. Não decidimos nada em vestiário. É uma filosofia minha de trabalho e do Paulo Angioni ter uma noite de sono antes da decisão, não decidimos nada no calor.

“Como fomos surpreendidos pelo Renato, nós combinamos uma reunião na tarde do dia seguinte para buscar o nome do novo comandante”, admite Bitencourt.

A escolha acabou recaindo no argentino Zubeldía, ex-São Paulo. Angioni foi o principal defensor do seu nome. Pela maneira firme com que conduz o grupo e também na aposta pelo futebol competitivo, físico, vibrante.

“Acompanhamos o trabalho do Luis no São Paulo, gostávamos demais do que a gente viu. Era um nome que nos encantava por uma série de características interessantes. Ouvimos uma pessoa do São Paulo, que nos falou maravilhas não só do trabalho, mas também da pessoa. Foi nossa grande referência.

“Pegamos o telefone do representante dele, ligamos e ele nos atendeu com muita educação. Fizemos uma entrevista com o Luis por vídeo, tivemos uma conversa muito boa. Ele nos perguntou: “A ideia de vocês é que eu seja o escolhido?”.

“Eu disse que sim, que só tínhamos conversado com ele, e ele disse que era importante saber que tínhamos convicção na escolha. Falamos do time, da parte técnica, marcamos de enviar uma proposta no mesmo dia.

Sétima passagem de Renato Gaúcho no Fluminense durou cinco meses. Foi a quinta como treinador. Ele teve duas como jogador Divulgação/Fluminense

“Foi uma negociação rápida, transparente e com desejo das duas partes. Falamos o que tínhamos condição de arcar neste momento, não teve dificuldades”, detalhou o presidente.

Zubeldía estava muito solto na sua apresentação. Bem ao contrário do que ocorria no São Paulo, nas suas derradeiras entrevistas. Ele terá mais liberdade nas Laranjeiras do que tinha no Morumbi, sem a ‘tutela’ de Muricy Ramalho.

“Tenho minha personalidade, minha liberdade de expressão. Falei com Mário, antes não tinha a regra de cartões amarelos. Três cartões dá suspensão ao treinador. Essa regra me prejudicou, bati recorde de suspensões no ano passado. Espero diminuir esse número, melhorar.

“É um desafio pessoal, mas vão me ver no banco fazendo um par de coisas. Vou tentar melhorar, mas não prometo nada. É um tema que não gosto, deixar a equipe. Tenho coisas boas e ruins, quero melhorar as ruins, sem perder minha personalidade.”

Esse foi um dos pontos que atrapalhou seu trabalho no São Paulo, seu comportamento era tolhido. Além dos pedidos de jogadores prontos para montar uma equipe vibrante. Não veteranos midiáticos ou jovens sem experiência, que inflavam o elenco do time paulista.

A primeira missão de Zubeldía é fazer o Fluminense lutar pela vaga na final da Copa do Brasil, com o rival histórico, o Vasco da Gama. Para buscar o sonho da conquista, contra Corinthians ou Cruzeiro.

Em paralelo, conseguir uma das vagas para a Libertadores de 2026, no Campeonato Brasileiro. No momento o clube é o oitavo colocado.

Zubeldía jamais gostou da vigilância de Muricy ao seu trabalho. No Fluminense, terá mais liberdade Divulgação/São Paulo

Zubeldía assinou contrato até final de 2026, com multa rescisória. De ambos os lados. Ou seja: se for demitido ou se pedir demissão antes do término do compromisso.

Foi exatamente isso que Renato Gaúcho fez, ao largar o clube. Ele tinha contrato até o final deste ano.

De acordo com setoristas do Fluminense, ele ganhava R$ 1,7 milhão por mês. E sua multa é proporcional aos meses que faltavam para completar o acordo.

Chegaria a cerca de R$ 5,5 milhões.

E o Fluminense quer receber.

“Todo contrato de trabalho tem multa bilateral. Quando o treinador é demitido, devemos multa ao treinador. Quando ele pede demissão, deve multa ao clube”, resumiu, Bittencourt.

E Renato vai pagar.

Depois de sua sétima passagem pelo Fluminense, e que rendeu ao clube mais de R$ 355 milhões, com o quarto lugar no Mundial de Clubes e mais as premiações na Copa do Brasil e Sul-Americana.

E que foi encerrada ao ouvir mais de 40 mil torcedores do Fluminense, no Maracanã, chamá-lo de ‘burro’...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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