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Flamengo vence a Libertadores. E resgata o futebol do Brasil

O time de Jorge Jesus conseguiu uma virada fantástica contra o River Plate. O português mostrou o quanto o futebol brasileiro estava atrasado

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Gabigol marcou os dois gols de uma virada inacreditável do Flamengo
Gabigol marcou os dois gols de uma virada inacreditável do Flamengo Gabigol marcou os dois gols de uma virada inacreditável do Flamengo

São Paulo, Brasil

Fabuloso, incrível, espetacular.

E injusto.

Foi dominado pelo River Plate, em Lima, perdia o jogo por 1 a 0, até aos 43 minutos do segundo tempo.

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E, em três minutos, o Flamengo conseguiu uma virada história, inesquecível.

Com um jogador iluminado em 2019.

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Gabigol misturou oportunismo, presença de área, força e técnica.

Marcou dois gols.

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Aos 43 minutos e aos 46 minutos do segundo tempo.

E ainda conseguiu ser expulso aos 49 minutos.

Como os vitoriosos que fazem a história, foi o final perfeito para o trabalho do português Jorge Jesus, que revolucionou o futebol do país pentacampeão do mundo. 

Se impôs ao vergonhoso futebol reativo, covarde, que domina os clubes deste país. E até a Seleção. 

Caso o presidente da CBF, Rogério Caboclo, tenha o mínimo de inteligência e coragem para justificar o cargo, que pense em um português comandando a Seleção.

O Flamengo chegou ao bicampeonato da Libertadores, depois de 38 anos. 

Foi o prêmio para o melhor elenco do país, que estava há 25 partidas sem derrotas, e que jogava pior que o River Plate.

Mas teve o mérito de acreditar até os últimos minutos. 

E conquistou uma vitória que nem os flamenguistas esperavam mais.

Mas que lava a alma do futebol brasileiro, tão constrangido pelo futebol de sua seleção. 

Em apenas seis meses de trabalho, o português Jorge Jesus aponta o caminho. O futebol que tem coragem de buscar o gol. Mesmo quando tudo está dando errado.

O River Plate entrou em campo sabendo o que 

Primeiro travar o toque de bola brasileiro e explorar, com objetividade, as oportunidades na frente.

E foi graças a uma falha infantil de Arão, atrapalhado por Gerson, que os argantinos venceram a Libertadores. Borré marcou aos 14 minutos do primeiro tempo.

O gol acabou com a confiança rubro negra e fortaleceu a certeza de que o River Plate deveria seguir marcando forte, com consciência, sem violência. Mostrando que não era o campeão da Libertadores de 2018 à toa. 

Marcelo Gallardo sabe o caminho das conquistas. Não chegou à 14 finais com o River Plate à toa.

O primeiro tempo deixou claro o porquê de o River Plate de Gallardo ser diferenciado.

Ele não chegou a 15 finais, desde 2014, e conquistou 10 títulos por acaso. O treinador argentino é excelente. Foi mudando o perfil tático a cada ano. E tirou o protagonismo do Boca Juniors no cenário internacional.

Gallardo tem quase cinco anos no comando do River Plate, quatro anos e meio a mais do que Jorge Jesus no Flamengo.

O argentino sabia muito bem o que enfrentaria. E tratou de matar o toque de bola carioca, com compactação, encaixotando Everton Ribeiro e, principalmente, Arrascaeta. O River Plate, sem violência, espalhou seus jogadores nas intermediária. 

Palacio, Enzo Pérez e Ignacio Fernández se impuseram, com movimentação, inteligência e até com força física.

O Flamengo começou a partida com marcação adiantada, tentando trocar passes na entrada da área. Mas o River Plate mostrava uma frieza impressionante, com a articulação carioca travada. Rafinha e Filipe Luís orientados para não se adiantarem.

De maneira inexplicável, Bruno Henrique estava muito centralizado, tirando o espaço de Gabigol, atraindo a marcação.

O Flamengo não se encontrava no jogo.

O que estava ruim ficaria muito pior.

Aos 14 minutos, a confiança do Flamengo desmoronou.

Em um lance inaceitável para uma decisão de Libertadores. 

Jorge Jesus refletia toda a tensão de ver o River Plate melhor no jogo
Jorge Jesus refletia toda a tensão de ver o River Plate melhor no jogo Jorge Jesus refletia toda a tensão de ver o River Plate melhor no jogo

Fernández pegou mal na bola e cruzou fraco para o meio da área, rasteiro.

Willian Arão estava de frente para a bola mas tirou o pé, não chutou, assustado com a presença de Gerson, que também corria para a jogada.

Resumo: a bola passou entre os dois e chegou limpa, para Borré. O colombiano aproveitou o presente e bateu forte, cruzado. A bola, cruel, passou no meio das pernas de Rodrigo Caio, indefensável para Diego Alves.

1 a 0, River Plate.

O gol teve um poder assustador.

Acabou com a confiança do Flamengo.

O time de Jorge Jesus parece ter sido contaminado pelo otimismo dos milhares de torcedor no embarque para o Peru. 

Os jogadores ficaram assustados, afobados, tensos. O que só fez transbordar a certeza do time de Gallardo que estava fazendo o certo. 

A marcação seguiu até mais forte.

O Flamengo tinha a posse de bola mas longe do gol de Armani. A equipe brasileira não conseguia articular ataques. E o toque, a troca de passes, marcas características do time de Jorge Jesus, viraram cruzamentos afobados, inócuos. Estava facilitado o trabalho de Martínez e Pinola, zagueiros firmes.

A estatística mostrava: o Flamengo deu apenas um chute a gol do River Plate no primeiro tempo. O River Plate, quatro.

O time argentino conseguia não só marcar, travar os cariocas. Mas 'picar' o jogo. Ou seja, fazer faltas 'leves', que não deixavam o Flamengo tocar a bola no ataque, ter velocidade. 

Foi assim também no segundo tempo.

Jorge Jesus teve de trocar. Diego entrou no lugar de Gerson, contudido. O Flamengo passava a ter um perfil mais ofensivo.

A alegria incontida na virada inesperada, e injusta, do Flamengo
A alegria incontida na virada inesperada, e injusta, do Flamengo A alegria incontida na virada inesperada, e injusta, do Flamengo

Só que o time errava muito. Passes fáceis, tabelas. 

Havia uma indecisão inacreditável.

E o River Plate caminhava para o título.

Só que o time, de forma imperdoável, perdeu a concentração.

Acreditou que o título estava conquistado.

Mas Pratto, ex-São Paulo, perdeu bola fácil e ofereceu o contragolpe ao Flamengo. Bruno Henrique encontrou Arrascaeta livre no lado esquerdo da área. O uruguaio sabia quem estava do outro lado, na jogada mais ensaiada por Jorge Jesus.

A bola chegou livre para Gabigol.

Sem goleiro.

Ele, a bola e o gol inesperado, aos 43 minutos.

O empate já era absurdo.

Mas se transformou em vitória carioca, aos 46 minutos.

Rodrigo Caio procurou Gabigol entre Pinola e Martínez. O atacante conseguiu na raça ganhar dos dois e fuzilar Armani.

2 a 1.

Flamengo campeão da Libertadores, depois de 38 anos.

Vai para os Mundiais.

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Não só deste ano, como o de 2021.

Uma conquista que faz bem para a alma.

Não só do flamenguista.

Mas do brasileiro...

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