Flamengo. O grande favorito para vencer a final da Libertadores ganhou de novo do Vélez. Terceira decisão em quatro anos
Com outra atuação decisiva de Pedro, o Flamengo, mesmo desfalcado, ganhou do Vélez de virada, 2 a 1. Garantiu, no Maracanã, nova final da Libertadores. Chega muito favorito contra o Athletico de Felipão
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Terceira final de Libertadores seguida entre times brasileiros.
E desta vez com um grande favorito.
Ele se chama Clube de Regatas do Flamengo.
Mesmo poupando jogadores fundamentais como Gabigol e Thiago Maia, pendurados. E não escalando sua dupla de zagueiros titular, suspensa, Léo Pereira e David Luiz, e enfrentando a ira argentina, com o Vélez jogando por sua honra, o time de Dorival Júnior venceu, de virada, por 2 a 1, no Maracanã.
Com outra atuação impressionante de Pedro, que se tornou o maior artilheiro da história rubro-negra em uma edição de Libertadores, com 12 gols.
O atacante, que será convocado na sexta-feira pela seleção brasileira, marcou mais um diante do Vélez, depois dos três gols que fez contra os argentinos, na goleada por 4 a 0, em Buenos Aires. E o outro, de Marinho, só saiu depois de uma assistência de Pedro. Lucas Pratto havia feito o gol argentino.
O confronto do Flamengo contra o Athletico Paranaense, valendo o título da Libertadores, acontecerá no sábado, dia 29 de outubro, em Guayaquil, no Equador.
Péssimo é que a decisão só acontecerá daqui a 51 dias.
A campanha do Flamengo na Libertadores de 2021 é fabulosa. Simplesmente, a melhor da história. Dos 12 jogos, 11 vitórias e um empate. O time chega à final invicto.
O time de Dorival Júnior vive momento de euforia. Com grande vantagem na semifinal da Copa do Brasil, depois de ter vencido o São Paulo por 3 a 1, no Morumbi. E ainda é o segundo colocado no Brasileiro.
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Os dois confrontos com o Vélez mostram a desigualdade técnica entre os clubes. Vantagem do time carioca por 6 a 1. Com a equipe brasileira mostrando muita seriedade, mesmo depois do 4 a 0, na Argentina.
Méritos totais de Dorival Júnior.
Havia o grande medo da acomodação da equipe. O que não aconteceu, nem de longe.
O time sofreu, no entanto, com o desentrosamento. A ausência de Gabigol fez com que o treinador rubro-negro apostasse em algo inesperado e que não funcionou. Ele colocou Éverton Cebolinha para atuar aberto, ao lado de Pedro, mais avançado. Só que pela direita, não pela esquerda, onde o ex-jogador do Grêmio se consagrou, com ótimas atuações.
E Vidal, ao lado de João Gomes, mostrou que ainda está precisando de ritmo de jogo. A intensidade na marcação e na recomposição seguem desconexas, lentas. O que sacrificou principalmente Everton Ribeiro, que teve de recuar para ajudar a compactar o meio-campo.
A dupla de zaga reserva, Pablo e Fabrício Bruno, mostrava força física, mas menos técnica e pior posicionamento que David Luiz e, principalmente, Léo Pereira, cujo futebol cresceu demais com Dorival como treinador.
Alexander Medina não quis correr o risco de sofrer outra humilhante goleada. E tratou de mostrar humildade. Nada de encarar de frente o Flamengo, como fez em Buenos Aires, expondo o Vélez à goleada por 4 a 0.
Medina fez com que seu time atuasse no 4-5-1, superpovoando as intermediárias. Marcando muito forte e procurando atacar em bloco.
A equipe argentina estava muito bem coordenada e foi melhor no primeiro tempo. Não a ponto de assustar o Flamengo, em termos de classificação para a final da Libertadores. Mas em relação à partida.
Tanto que, aos 20 minutos, surpresa no Maracanã. Janson cruzou da esquerda e Lucas Pratto se antecipou a Pablo. E deu um chute indefensável para Santos. 1 a 0, Vélez.
O gol perturbou o time misto flamenguista. E deu confiança aos argentinos, que trataram de lutar ainda mais pelo domínio das ações nas intermediárias. A torcida que lotava o Maracanão cobrava reação imediata do time de Dorival Júnior.
E não estava fácil, já que o articulador Arrascaeta tinha grande dificuldade para se livrar do "mar de pernas" na intermediária, que insistiam em persegui-lo.
O meio-campo era dominado pelos argentinos. A torcida flamenguista tentava empurrar o time, mas o Vélez se mostrava muito melhor.
Até que, aos 41 minutos, tudo mudou.
Rodinei, que fez outro ótimo jogo, tocou para Everton Ribeiro. O técnico jogador procurou o atacante de referência e fez excelente cruzamento.
Mas Pedro deu uma aula de cabeceio. De costas para o gol, ele saltou e virou o pescoço, acertando linda testada. A bola bateu no travessão de Burián e caiu no fundo do gol.
1 a 1, aos 41 minutos.
O gol foi uma ducha de água fria, nos sonhos argentinos.
No segundo tempo, o Flamengo melhorou muito com as trocas na equipe. Primeiro, a óbvia. Marinho, canhoto acostumado a jogar pela direita, no lugar de Marinho. E Ayrton na vaga de Filipe Luís, muito acomodado na partida.
Os argentinos já não tinham mais o mesmo ímpeto, a mesma disciplina tática.
E pagaram caro por isso.
Ao adiantarem suas linhas, bastou um drible de Pedro para abrir um clarão na zaga do Vélez. Ele tocou para Marinho, da entrada da área. Ele tratou de chutar para o gol antes da chegada da zaga ou, principalmente, Pedro, que estava na jogada, preparado para bater forte de direita.
Valeu a esperteza, a força e a confiança do ex-jogador do Santos.
A bola foi indefensável para Burían.
Gol do Flamengo aos 22 minutos do segundo tempo.
A partir daí, Dorival Júnior pediu menos ímpeto à equipe. Que tocasse a bola com consciência. Mas que garantisse forte marcação no meio-campo. O time não deu chance aos comandados de Medina.
E ainda criou ótimas chances para ampliar o placar.
No final, 2 a 1, de virada, vitória do Flamengo.
Não há como ser politicamente correto.
O time de Dorival Júnior é muito melhor do que a equipe de Felipão.
E entrará como franco favorito na final da Libertadores, em Guayaquil.
Sua campanha e fase com Dorival são empolgantes.
Apesar de todo o carisma.
E das quatro finais do ranzinza Scolari...
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