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Cosme Rímoli - Blogs

Flamengo falhou contra um gigante. Goleada do Bayern dá a medida da diferença entre os elencos. ‘Passou o melhor’, reconheceu Filipe Luís

O Bayern, com seu elenco que vale R$ 5,7 bilhões, não perdoou falhas individuais. Em minutos de pânico do rival, vencia por 2 a 0. Goleou o Flamengo por 4 a 2. Time carioca foi eliminado do Mundial

Cosme Rímoli|Do R7

Kane marcou dois gols. Implacável diante do inseguro comportamento da zaga do Flamengo Divulgação/Site Oficial Bayern

“(Tenho de) Simplesmente reconhecer a superioridade do adversário. Fizeram grande jogo,são muito bons, já sabíamos disso.

“Nesse nível, qualquer erro, eles não perdoam.

Mas estou muito orgulhoso da minha equipe, pelo esforço que fizeram, o jeito que acreditaram, lutaram lutou até o final, mas futebol é assim.

“Passou quem mereceu. É reconhecer o mérito e a superioridade do adversário e continuar trabalhando.”


Misturando personalidade, humildade e muita sinceridade, Filipe Luís definiu, sem meias palavras, o que aconteceu no confronto entre Flamengo e Bayern.

O time brasileiro, maior na América do Sul, ao lado do Palmeiras, lutou, se entregou, correu além das forças no Hard Rock Stadium, em Miami. Mas não conseguiu o ‘impossível’.


Perdeu para o Bayern de Munique focado, com maior espírito competitivo desde que começou o Mundial de Clubes.

A goleada por 4 a 2 foi facilitada por um apagão defensivo no início da partida.


Por mais que estivessem avisados, os jogadores do Flamengo não suportaram a marcação por pressão do time alemão. O treinador belga Vincent Kompany jogou três temporadas sob o comando de Pep Guardiola no Manchester City. Ganharam quatro Campeonatos Ingleses juntos.

Ele foi cooptado pelo esquema extremamente ofensivo do City, quando enfrenta adversários com potencial menor.

Foi o que o Bayern fez, de forma histórica, contra o Flamengo. Pressão desde o primeiro segundo. O time alemão queria abrir vantagem na etapa inicial, diante do fortíssimo calor de Miami. Para administrar o placar, quando viesse o desgaste.

Foi assim, encurralando o Flamengo, como há anos não acontecia, time alemão abriu 2 a 0 em dez minutos de partida.

A pressão foi assustadora.

A blitz começou a dar resultado quando Pulgar cabeceou contra o próprio gol, na cobrança de escanteio. 1 a 0 para o Bayern.

Foi duro demais para os flamenguistas. O plano de Filipe Luís era tentar travar os alemães, colocar um ritmo mais lento no jogo. Só que foi impossível, diante das falhas individuais.

Depois do gol contra de Pulgar, que abalou os nervos dos seus companheiros.

O chileno outra vez errou. Deu uma bola ‘no fogo’ para Arrascaeta, que estava no meio da intermediária e de costas. O francês Upamecano se antecipou e tocou para Kane, que, com a defesa brasileira aberta, pôde dar um chute fortíssimo, a bola ainda desviou em Léo Ortiz, tornou a defesa impossível para Rossi.

Abrir 2 a 0 era tudo que o Bayern queria.

Kompany sabia que o Flamengo iria partir para o ataque, tentando descontar. Os alemães só não ampliaram por erros nas conclusões. Em uma rara pontada certeira, o time carioca obrigou o fantástico Neuer a uma defesa espetacular, depois que Wesley cruzou e Luiz Araújo chutou cara a cara e o goleiro alemão mostrou porque é um dos melhores da história.

O lance aos 14 minutos deu ânimo ao time carioca. A torcida do Flamengo foi um espetáculo à parte, transformando o Hard Rock Café no Maracanã, com sua torcida ensandecida.

Filipe Luís mandou o Flamengo pressionar a saída de bola rival. A ousadia deu fruto. O 4-2-3-1 se encaixava no 4-3-3 do Bayern. A equipe brasileira descontou aos 32 minutos, quando Gerson deu um chute fortíssimo, apanhando sobra na área.

2 a 1.

Quando se esperava que o Flamengo pudesse empatar o jogo, já que estava com o lado emocional da partida, tomou o terceiro.

Em uma falha infantil de Luiz Araújo, que afastou cruzamento para a área flamenguista chutando fraco para a frente. O volante Goretzka não deixou por menos. Arrematou com muita perícia, sem tanta força, indefensável para Rossi. 3 a 1, aos 40 minutos.

O plano de Kompany deu certo.

No segundo tempo, o Flamengo não trocou. Só tinha Allan no lugar de Pulgar, que deixou o estádio com suspeita de fratura no pé direito, ainda na primeira etapa.

Wesley disputando bola com Tah. Os alemães foram muito mais efetivos. Técnica mais apurada pesou Gilvan de Souza/Flamengo

A diferença é que os alemães, mais desgastados pelo final de temporada, baixaram suas linhas. Já não marcavam forte a saída de bola brasileira.

Aos sete minutos, no entanto, o jogo voltaria a pegar fogo. Arrascaeta, que fez uma partida fraquíssima, tentou cruzar e Olise cortou com o braço.

Pênalti que Jorginho cobrou com sua habitual eficiência, deslocando o assustador Neuer. 3 a 2.

Reação nos dois bancos de reservas. Filipe Luís corrigiu seu erro, colocou Bruno Henrique na vaga de Arrascaeta. E Kompany trocou o atacante Coman, pela troca de bola do meia Sané.

Bruno Henrique teve uma chance excepcional, depois de lançamento absurdo de Jorginho, entre a zaga do time alemão. Mas, de frente com Neuer, o atacante chutou muito mal, para fora.

O clima era de empate do Flamengo, mas Luiz Araújo entrou em cena novamente. Ele resolveu sair driblando da intermediária. Perdeu a bola para Laimer, que serviu Kimmich. Dele, o passo para o carrasco.

Harry Kane dominou a bola na entrada da grande área. E chutou com precisão, como se cobrasse pênalti. 4 a 2 para o Bayer, aos 27 minutos.

Os dois times estavam desgastados, com o fortíssimo calor de Miami. O Flamengo tentou ir à frente, já desordenado.

O Bayern queria troca bola, fazer passar o tempo. E conseguiu. A luta da equipe brasileira foi heroica, valente, mas improdutiva.

O time alemão já estava melhor posicionado.

No final, a eliminação, diante de um elenco muito melhor

E bem orientado.

O Flamengo saiu de ‘cabeça erguida’ do Mundial.

Foi no seu limite.

A falta de sorte foi ter enfrentado o Bayern, que exerce todo seu poderio, de quatro conglomerados mundiais.

As empresas Bayern, dona de 75% do clube.

Os demais 25% são divididos pela Audi, Adidas e Allianz.

O Flamengo é um clube brasileiro que não pertence a ninguém.

Só aos seus torcedores.

E é administrado seguindo molde empresarial.

Mas ainda não é.

Daí o abismo financeiro entre os dois clubes.

Por isso, o Bayer é capaz de ter um dos três melhores elencos do mundo.

Essa foi a grande diferença hoje.

“Tomamos o gol de escanteio, depois tomamos o segundo gol em um erro de saída de bola, depois tivemos volume e acabamos fazendo 2 a 1. A partir desse momento, quando o Bayern nos levou até nossa área, a gente não conseguiu sair, porque é um time com uma qualidade imensa e eles não perdem a bola.

“Eles te sufocam, a pressão pós-perda é muito grande, fisicamente eles te sufocam.

“Tentamos sair no contra-ataque com o Arrascaeta e o Plata, e eles voltam com seis, sete jogadores ao mesmo tempo. É um time superior a nós, simples assim.

“São melhores que nós e mereceram passar.”

Palavras do sincero Filipe Luís.

Foi a primeira vez que o Flamengo sob seu comando toma quatro gols..

Veja também: Filipe Luís reconhece superioridade do Bayern de Munique

Técnico do Flamengo destacou mérito dos alemães na derrota por 4 a 2 nas nas oitavas de final de Copa do Mundo de Clubes.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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