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Flamengo apostou. Quem ganhou foi o Palmeiras. Titulares de Felipe Luís não suportaram o desgaste. Ótimo para o Fortaleza que ganhou sobrevida. ‘Temos de esquecer esse jogo’, avisa o técnico

Fortaleza se aproveitou da fragilidade física dos titulares do Flamengo. Felipe Luís sabia que era muito importante vencer para assumir a liderança do Brasileiro. Seu time perdeu por 1 a 0, se desgastou e perdeu confiança para a decisão da semifinal da Libertadores, contra o Racing

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Breno Lopes marcou. Deu sobrevida ao Fortaleza. E ajudou seu ex-clube, o Palmeiras Mateus Loti/Fortaleza

Filipe Luís tentou seguir os passos do seu mentor, Jorge Jesus.

Para o português, partidas importantes em seguida, os titulares.


Foi assim que ele fez história no Flamengo.

Ficou na Gávea entre junho de 2019 e julho de 2020.


Ganhou cinco títulos.

Filipe Luís era seu jogador.


E se submetia a fazer várias partidas decisivas seguidas.

Ele tentou fazer o mesmo ontem.


O Flamengo está no meio da decisão da semifinal da Libertadores, contra o Racing.

Venceu por 1 a 0, no Rio.

O jogo que vai determinar o finalista será na próxima quarta-feira, na Argentina.

Só que entre esses dois confrontos havia o Fortaleza, que estava na penúltima colocação do Brasileiro, ontem, no Ceará.

Filipe Luís se reuniu com os jogadores e falou que iria colocar os titulares porque uma vitória simples tiraria e o time assumiria a liderança do Brasileiro.

Não só deixaria para trás o Palmeiras, como obrigaria Abel Ferreira a colocar seus principais jogadores hoje, contra o Cruzeiro, no Allianz. Na quarta-feira, o clube paulista precisa reverter uma derrota por 3 a 0, diante da LDU, caso queira chegar à final da Libertadores.

Só que deu tudo errado.

O Flamengo se mostrou desgastado, sem intensidade, sem força física e nem mental.

De nada adiantou ter atletas muito mais talentosos do que o time de Martín Palermo.

O Fortaleza venceu por 1 a 0, gol de Breno Lopes, aos 11 minutos de jogo. O time cearense poderia ter feito mais gols no primeiro tempo. Os contragolpes estavam fáceis demais.

Filipe Luís tentou trilhar o caminho de Jorge Jesus. Não deu certo. Titulares não suportaram fisicamente a sequência de jogos Gilvan de Souza/Flamengo

Na segunda etapa, o Flamengo mais equilibrado, pressionou, correu muito, em um calor de 30 graus. Seus jogadores se desgastaram, mas não conseguiram sequer empatar.

O Palmeiras segue líder e pode até poupar jogadores, hoje, contra o Cruzeiro, que seguirá em primeiro. Mesmo se perder.

“Estamos jogando a cada três dias, acho que o cansaço prejudicou”, resumiu Rossi.

O goleiro argentino tocou no ponto principal.

Os jogadores não conseguiram fisicamente fazer o que Filipe Luís imaginou que pudessem.

“Não contávamos com essa derrota. Viemos de uma sequência muito pesada, com jogo a cada três dias. Jogos duros a nível físico e mental.

“Temos que absorver o mais rápido possível, gosto de tirar a limpo o que a gente fez mesmo na vitória, e nas derrotas também não foram só coisas ruins, tem coisas boas. Vou conversar com os jogadores sobre o que aconteceu no campo e, depois, vamos nos preparar para quarta-feira”, disse Filipe Luís.

Ficou evidente que escalar Bruno Henrique no lugar de Pedro, que fraturou o antebraço direito, não deu certo. Até porque, como o próprio Bruno Henrique disse, ele não queria atuar como ‘centroavante’, fazendo pivô, de costas para o gol.

Deseja jogar aberto na esquerda, onde rende muito mais.

Ele foi péssimo contra o Fortaleza.

O treinador do Flamengo revelou a conversa que teve com o atacante.

“O Bruno me falou há umas semanas que se sentia mais confortável jogando em outra posição, mas que estaria à disposição para ajudar sempre que eu precisasse.

“Tendo o Pedro disponível, optei por colocar o Bruno na posição em que ele se sentia mais confortável. Mas sempre está à frente do interesse pessoal o interesse da equipe.

“Hoje, entendi que a equipe precisa do Bruno Henrique de 9 e ele se colocou à disposição. Precisamos do sacrifício dos jogadores para ajudar a equipe.

“Infelizmente, não conseguimos a vitória, e a culpa sempre cai em cima dos mesmos jogadores. Sempre os que estão fora são os que deveriam ter jogado, mas sigo minha convicção.”

Bruno Henrique não rendeu contra o Fortaleza. Jogou na posição que não rende Gilvan de Souza/Flamengo

Bruno Henrique percebeu o quanto ele virou alvo de críticas por dizer que não queria atuar como jogador mais adiantado do ataque.

Nós temos o melhor 9 do Brasil, do mundo, da Seleção Brasileira, do time. Quando o Pedro não estiver jogando, eu vou estar pronto para jogar de 9. Agora, se o Pedro estiver apto… é isso que eu quis dizer. Não é nada que ‘ah, o Bruno não quer jogar’. Eu estou aqui para servir o Flamengo."

O Flamengo deverá ter um ‘falso 9′ contra o Racing.

Bruno Henrique deverá voltar ao banco.

Pedro seguirá se tratando.

Para tentar retornar aos gramados ainda em 2025.

Filipe Luís admitiu que seu time, como um todo, foi muito mal no primeiro tempo. E com a derrota, o caminho é tentar esquecer a partida de ontem. O confronto em vez de dar mais confiança, tirou.

“Temos que esquecer rápido a derrota e corrigir os erros. Realmente fizemos um primeiro tempo muito abaixo tecnicamente, cometemos erros que não costumamos cometer. Demos inúmeras chances para o adversário poder ganhar terreno no campo.

“Isso nos deixou cada vez mais inseguros com a bola. Esquecer o mais rápido possível o que aconteceu hoje, corrigir os erros e pensar na quarta-feira.

“Quarta-feira temos o jogo mais importante da temporada. Não tenho dúvida que a ambição de todos é estar nessa final em Lima. Nossa cabeça vai estar focada. Quatro dias de descanso nos dá a oportunidade de recuperar todo mundo fisicamente.”

Martín Palermo, treinador do Fortaleza, era só alegria. Conseguiu a vitória mais importante, mais desejada, para tentar empurrar o clube na busca da salvação, para fugir do rebaixamento.

“Não fiz muito. Foram os jogadores que fizeram. Eles treinam todos os dias e fizeram um esforço. Eu elogio contra um rival como o Flamengo. Teríamos que ter precaução a todo momento. Creio que o gol nos deu certa tranquilidade. E depois era segurar o grande poderio que tinha o Flamengo.

- Às vezes o que tanto reclamamos das situações que criamos e não completamos, não foram muitas, mas tivemos a eficácia do gol. Tenho que ressaltar o esforço, o desgaste físico dos jogadores. Para mim, é um orgulho.

“Esperamos que seja um ganho anímico e queremos seguir crescendo. Eu sou o primeiro que quer tirar o grupo dessa situação. Todos devem empurrar o time para sairmos mais fortes.”

O Flamengo segue em segundo lugar no Brasileiro, com os mesmos 61 pontos do líder Palmeiras, só que com uma vitória a menos.

O Fortaleza passou para a antepenúltima posição, com 27 pontos.

Restam nove partidas no Campeonato Nacional para os dois...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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