Sampaoli ganha sobrevida com o Flamengo na final da Copa do Brasil. Vitória contra o Grêmio trouxe paz à Gavea
Jorge Sampaoli sabia da obrigação de o Flamengo se classificar para a final da Copa do Brasil. No Maracanã, ontem, o time teve um comportamento aceitável. Treinador tomou até 'tapinhas' na careca dos seus jogadores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"O futebol é um circo romano quente.
"As pessoas vêm para levantar o polegar ou abaixar, não há meio-termo.
"Quando se fala de violência, isso é muito violento.
"As pessoas precisam dessa violência para viver, somos parte disso.
A resposta filosófica foi de Jorge Sampaoli, que ganhou sobrevida no Flamengo com a vitória diante do Grêmio, por 1 a 0, gol de Arrascaeta cobrando pênalti polêmico, depois do toque de mão de Rodrigo Ely, aos 28 minutos do segundo tempo.
O treinador argentino sabia muito bem que o Flamengo precisava chegar à final da Copa do Brasil, para aliviar a enorme pressão, depois do soco que o ex-preparador físico Pablo Fernández deu na boca de Pedro.
E do soco de Gerson, que quebrou o nariz de Varella, durante o treino de terça-feira
Sampaoli, esperto, tratou de capitalizar a vitória e não se aprofundar no clima tenso na Gávea.
"Temos que jogar como hoje para competir contra um time que está em um momento de crescimento. Tem que ver o que acontece daqui a um mês.
"Aqui [no Flamengo] um mês é como se fosse um ano.
"Se bobear, nem estarei aqui.
"Futebol é isso, é sangue. Hoje sabemos que o São Paulo tem um nível altíssimo. Há cinco rodadas não tinha. Tem que ver como eles chegam, como chegaremos nós.
"Esperamos que hoje seja um ponto de partida para que nós possamos competir contra um time que tem jogadores muito bons e um grande treinador."
Sampaoli ficou muito feliz com a comemoração do gol do Flamengo.
Os jogadores trataram de comemorar com ele. Com direito até a tapinhas dos jogadores na sua careca.
"Foi uma sensação de alegria pelo momento de quando fizemos o gol. É uma classificação à final, é normal a alegria com os jogadores com uma classificação, que acredito que nem você nem a torcida esperavam. É uma descarga de alegria pela final."
Sampaoli se negou a falar sobre a conversa que teve com Pedro, depois da demissão do preparador físico Pablo Fernández, seu amigo particular há anos.
"Não falo das situações privadas. Não falo! Tenho uma relação com os jogadores para que tudo aconteça dentro da normalidade no tempo que eu penso como condutor. As palestras privadas, não menciono."
Líderes do Flamengo como David Luiz e Filipe Luís tomaram a frente e conversaram com os demais jogadores, que a hora era de esquecer a briga entre Gerson e Varella. E o soco que Pedro levou do ex-preparador físico.
"O momento difícil, a gente sabe que quando ganha o assunto é Flamengo. E quando perde é Flamengo. Sempre vira tudo em torno dessa grande instituição. Não só no Rio, mas no mundo inteiro. A gente vai sair fortalecido.
"Às vezes acontecem coisas no futebol, é difícil pra todo mundo, a pressão é muito grande. De um instante pro outro pode acontecer qualquer coisa. Mas a gente já resolveu entre o grupo", revelou Arrascaeta...
Quanto ao duelo com o São Paulo, de Dorival Júnior, Sampaoli foi político.
"Não gera tensão enfrentar Dorival porque ele já ganhou um título com o Flamengo. Me gera tensão que o Dorival tenha um time extremamente competitivo. Vi uma parte do jogo contra o Corinthians hoje e realmente foi muito superior [São Paulo].
"Será uma final muito difícil, uma final na qual, para mim, é importante disputar pelo Flamengo daqui a um mês."
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