Filipe Luís sabe a guerra que será em Buenos Aires. E assume. ‘Vantagem do Flamengo foi simbólica.’ Técnico do Racing garante. ‘Iremos para (a final da Libertadores) Lima!’
O Flamengo teve o domínio da primeira semifinal, mas venceu o Racing ‘só’ por 1 a 0, no Maracanã. Gol de Carrascal, surpresa de Filipe Luís, aos 42 do segundo tempo. Time argentino fará tudo para usar a pressão de seus fanáticos torcedores na Argentina
Foram 20 arremates a gol do Flamengo.
Só quatro do Racing.
68% de posse de bola.
Durante a partida, o número chegou a 76%.
611 passes.
Foi uma enorme pressão.
Mas quando os 71.378 torcedores já se conformavam com o 0 a 0, Carrascal roubou a cena.
E, aos 42 minutos do segundo tempo, o ‘Neymar colombiano’ pegou rebote do excelente goleiro Cambeses, que defendeu chute de Bruno Henrique ‘cara a cara’, e bateu para o gol.
A bola, caprichosa, desviou em Rojo e entra.
Flamengo 1 a 0 contra o tinhoso Racing, do ótimo treinador Gustavo Costas.
Primeira duelo entre os dois, sonhando com a final da Libertadores, foi vencido pelo time brasileiro.
A decisão pelo privilégio de disputar a final será na próxima quarta-feira, em Avellaneda, no estádio ‘Presidente Perón’, Cilindro para os íntimos. Todos os 71 mil ingressos já foram vendidos na Argentina.
O Racing e sua torcida sabem como criar um clima perto do insuportável para os adversários.
Filipe Luís sabe bem o que espera o Flamengo.
O Racing não vence a Libertadores há 58 anos.
Só a conquistou em 1958.
E o time é muito competitivo, fortíssimo fisicamente.
“A vantagem é simbólica. Ela existe, claro, mas ela é simbólica para nós ou para mim, eu não conto com ela. Vamos da mesma forma, tentar vencer da mesma forma que foi contra o Internacional, da mesma forma que foi com os Estudiantes e agora contra o Racing.
“Sabíamos da força do Racing, principalmente nos contra-ataques, das transições muito forte que eles têm, todos vimos contra o Fortaleza na fase de grupos, todos vimos na Recopa, contra o Botafogo, o poder que esse time tem em transições.
“Então é importante construir essa vitória, criar chances, e assim fizemos. Criamos as chances, o gol veio no final, queria que o gol tivessem vindo antes, mas foi um jogo completo em muitos aspectos da equipe, uma equipe madura e que está com muita confiança.”
O treinador do Racing, Gustavo Costas, é a prova viva deste momento de confiança do time argentino.
“Eles (Flamengo)têm um timaço, têm muito mais poder do que nós, mas está em aberto. Temos que estar mais juntos do que nunca, estamos mais vivos do que nunca.
“Em casa vamos jogar o nosso sonho para podermos ir à Lima. Poder não, nós vamos à Lima”, garantiu, Costas.
O projeto esportivo do Racing é mesmo vencedor internacionalmente.
Ganhou em 2024 a Copa Sul-Americana.
E este ano derrotou o Botafogo, na luta pela Recopa.
O sonho é reconquistar a Libertadores.
A grande surpresa de ontem, no entanto, foi de Filipe Luís, que escalou Carrascal, no lugar do até então titular, Samuel Lino.
O técnico explicou a mudança, que foi fundamental para as várias chances de gol que o Flamengo criou, apesar do empenho defensivo do Racing.
“Primeiro, porque encaixava muito no plano de jogo do que eu pensava, onde poderíamos machucar a defesa do Racing e passava muito pela posição que o Carrascal estava ocupando no campo no primeiro tempo.
“E também pensando numa troca, numa eventual troca no segundo tempo, para o Lino já pegar o lateral mais cansado, com o jogo mais aberto, eu acredito que funcionaria melhor com essa estratégia.
“Optei por essa opção, o Carrascal, sabemos todos da qualidade que ele tem e que ele joga nas quatro posições do ataque, e está em um grande momento. E os jogadores que estão em um grande momento, a gente fica feliz de vê-los no campo.”
Carrascal explicou o seu desempenho que desequilibrou a partida.
“Acho que é a confiança que o professor tem, é que o que ele viu nos treinamentos. Ele também me orientou muito, sempre me dá explicações, sabe como me colocar em cada posição. É a confiança dele e também a confiança do toda a equipe.
“Sinto essa confiança que eles têm em mim e eu confio neles. A verdade é que é um grupo muito forte, muito unido, e estou muito feliz com o grupo que temos.”
No guerreiro Flamengo, que lutou até o final para vencer a partida, destaques negativos foram Arrascaeta, anulado pela marcação.
E Pedro, que sofreu um chute no braço direito e teve de deixar o jogo para fazer exames. O medo é que possa haver uma fissura.
Filipe Luís falou sobre os dois.
“O Pedro teve um chute no braço dele e agora foi fazer exame hospital para ver o alcance dessa lesão, sendo um jogador que usa muito o braço para se proteger. Ele estava muito incomodado com isso e eu sentia que o time baixou fisicamente também.
“Já aproveitei (e tirei) o Arrascaeta também nesse momento, sentia que tinha baixado fisicamente e não estava encontrando as vantagens para ele.
“Até mesmo porque esses times costumam marcar de forma individual o Arrascaeta, em todos os jogos contra os times argentinos foi assim, principalmente com ele. Então optei por colocar jogadores que atacassem no espaço que estava no momento de atacar.”
O treinador estuda o que fará no sábado, contra o Fortaleza, no Ceará. Dividindo a liderança do Brasileiro com o Palmeiras, ele analisa quais e quantos jogadores irá poupar.
Porque o Flamengo quer as duas conquistas.
Tanto o Brasileiro como a Libertadores.
Mas o momento agora é focar em chegar à final da Libertadores.
E preparar o time para a próxima quarta-feira.
É o que o treinador Filipe Luís fará.
Ele sonha em conquistar a Libertadores como treinador...