Fifa se cansou de jogos sem graça. E vai europeizar o Mundial
O fracasso do River Plate mostrou apenas o quanto a América Sul está atrás da Europa. Por mais dinheiro e competitividade, a Fifa mudará o Mundial
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi uma desilusão quase generalizada a final do Mundial, nos Emirados Árabes.
A queda do River Plate deixou tudo ainda mais monótono.
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Se o Real Madrid disputasse um amistoso seria mais difícil aos titulares.
A vitória por 4 a 1 diante do Al Ain foi até modesta.
Se o time espanhol vencesse por 8 a 1 não seria exagero, tamanho sua superioridade.
A desilusão não foi completa porque houve quem vibrou com a fragilidade do torneio.
Giovanni Vincenzo Infantino.
O presidente da Fifa quer mudar o formato atual do torneio. Transformá-lo em outra competição: anual ou quadrienal. E colocar nada menos do que 24 equipes. E lucrar muito.
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A Fifa tem uma proposta de empresários interessados nesse torneio de 24 clubes. Eles estão dispostos a pagar 25 bilhões de dólares, R$ 97 bilhões, para organizar pelo menos dez torneios, de acordo com o jornal New York Times.
A fórmula que tem mostrada como ideal é a quadrienal.
O critério de distribuição dos grupos. São 12 clubes da Uefa, campeões e vice das últimas quatro edições das Ligas dos Campeões. E mais os quatro últimos campeões da Liga Europa.
Da América do Sul, os últimos quatro campeões da Libertadores. E os últimos quatro campeões da Copa Sul-Americana fazem um play-off para decidir quem disputa a repescagem contra o representante da Oceania.
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Da África, dois cluges. Assim como da Ásia. Duas equipes da Concacaf. Nestas confederações haverá play-offs entre os campeões continentais.
Uma equipe da Oceania disputará sua vaga com uma equipe sul-americana.
Além de uma vaga para o país promotor da competição.
Para garantir torcida.
Serão oito grupos de três equipes. Só o primeiro se classifica.
A partir daí, as quartas-de-final, semi-final e final.
Tudo decidido em 18 dias.
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O contrato do atual modelo de Mundial acabou.
Em março, haverá uma reunião na Fifa, que deverá sacramentar a nova fórmula.
A princípio, o Mundial aconteceria entre junho e julho de 2021.
Até como um aperitivo para a Copa de 2022.
Na proposta de Infantino, muito dinheiro, para contentar a todos.
Dividir US$ 650 milhões e US$ 1 bilhão por edição do novo torneio. 75% para os clubes participantes, 5% para ligas e clubes não-participantes, 20% para programas de desenvolvimento ao redor do mundo.
Já há um consenso que não há lógica em manter o torneio como está.
Acabou o equilíbrio.
Desde a primeira fórmula, batizada de torneio intercontinental, de 1960 até 1994, foram 20 títulos sul-americanos contra 13 dos europeus.
A partir de 1995, com a Lei Bosman, e a possibilidade das grandes estrelas do mundo defenderem clubes europeus, o Velho Continente se impôs.
Ganhou 19 das últimas 25 taças disputadas.
O último campeão deste continente foi o Corinthians.
Em 2012.
A Fifa enxergou o óbvio.
Para ter mais emoção.
O Mundial deverá ser disputado entre europeus.
Os demais continentes, inclusive a América do Sul, ficaram muito para trás.
O Mundial de 2018 foi emblemático.
Sem competitividade alguma...
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