Foi a pior Libertadores da carreira de Felipão. 'Tivemos a bola do jogo', lastimava a chance que Paulinho desperdiçou
O treinador, de 73 anos, tentava amenizar o desgosto pela eliminação diante do Palmeiras. Mas não conseguia esquecer Paulinho chutando para fora, com o gol de Weverton vazio
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Depois de nove Libertadores disputadas, essa foi a pior da carreira do treinador mais velho da história do Atlético Mineiro.
Ele é bicampeão da competição. Venceu pelo Grêmio e pelo Palmeiras.
Aos 73 anos, Felipão teve de aceitar a eliminação nas oitavas de final.
Mas não fez questão nenhuma de poupar Paulinho, que teve a grande chance de marcar o gol que levaria o Atlético à decisão por pênaltis, contra o Palmeiras, ontem, no Allianz Parque. A partida não terminaria 0 a 0.
Mesmo depois do jogo, Felipão não se conformava por seu atacante ter driblado Weverton e chutado a bola para fora, aos 30 minutos do segundo tempo.
"Tivemos a bola do jogo", lamentava.
Depois percebeu que poderia "queimar" Paulinho, que chorou muito após o jogo.
E tratou de tentar amenizar a situação.
"Acerta e erra, como a gente acerta e erra, como em qualquer profissão da vida. Se abate em um momento, mas, terminou aquele momento, a gente ressurge", dizia, sem convencer.
Com o empate, Felipão completou 11 jogos no Atlético.
Tem cinco derrotas, cinco empates e uma só vitória.
"A gente vem melhorando dia após dia, jogo após jogo. Os resultados não estavam aparecendo, mas ganhamos uma, empatamos outra, embora o empate hoje não queira dizer nada, mas a gente nota a equipe mais organizada.
"Presume-se que o trabalho sendo feito, vamos melhorar jogo a jogo."
Felipão já esteve muito pressionado.
Mas a vitória diante do São Paulo, no domingo, na estreia de Lucas, no Morumbi, trouxe um pouco mais de tranquilidade ao veterano técnico.
Ele fez questão de valorizar o adversário que eliminou seu clube.
"Nós temos que saber e temos que respeitar o Palmeiras, que é uma grande equipe. Jogamos de igual para igual. Palmeiras teve predominância nos primeiros 15 minutos.
"Nós tivemos uma predominância nos primeiros 15 minutos (do segundo tempo).
"E o Palmeiras teve dois resultados, foi melhor e está de parabéns."
O técnico tem contrato com o Atlético Mineiro até dezembro de 2024.
Tem o apoio dos quatro bilionários que compraram 75% do clube: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.
Eles querem que Felipão siga na condução do elenco, consiga a vaga para a Libertadores no Brasileiro.
E, depois, faça uma reformulação para o próximo ano. Há a promessa de reforços importantes.
Os jogadores, com a exceção lógica de Paulinho, saíram do gramado conformados.
Sabiam que havia a expectativa de que o Palmeiras conseguiria a vaga de maneira muito fácil. Não foi o que aconteceu.
"Eu, como um dos líderes do grupo, ali no vestiário já coloquei os companheiros de cabeça erguida.
"O confronto foi definido nos detalhes", dizia, ao tentar não mostrar abatimento.
A folha salarial do Atlético é de R$ 16,5 milhões mensais.
E o clube desperdiçou R$ 8,9 milhões, dinheiro ofertado pela Conmebol para as equipes que se classificarem às quartas da Libertadores.
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