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Cosme Rímoli - Blogs

Everson espetacular! Classificou o Atlético, evitou a crise e ainda garantiu R$ 3,2 milhões ao endividado clube. ‘Vamos colocar o trem no trilho.’ Alívio para Scarpa, Rony, Arana, Igor Gomes e Menin, xingados, vaiados

Além de duas defesas, Everson ainda bate o pênalti decisivo. E evita o drama que seria a eliminação da Sul-Americana, na Arena MRV, diante do Atlético Bucaramanga. Tornaria muito pior o vexame dos atrasos de pagamentos

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Everson salvou o Atlético de mergulhar em uma profunda crise. Jogadores aliviados comemoram a classificação na Sul-Americana Divulgação/Site Oficial Atlético Mineiro

Foi dramático.

Um personagem evitou que o Atlético mergulhasse em uma problemática crise.

Everson.

Na terça-feira foi escancarada a incapacidade da direção do clube em pagar seus jogadores.


Com Rony entrando na Justiça Trabalhista, para se livrar do clube. Scarpa, Igor Gomes e Guilherme Arana mandando notificações extrajudiciais, cobrando atrasados.

Apesar de Atlético ter à frente o bilionário Rubens Menin.


O clima seguiu tenso até ontem, quando o time decidiria a sobrevivência na Copa Sul-Americana.

Contra o fraco Atlético Bucaramanga. Com a vantagem do empate, já que havia vencido na Colômbia, quando não era pública a dívida da direção com o atletas.


A pressão era enorme na Arena MRV.

A sempre apaixonada torcida atleticana não perdoou a traição dos jogadores em escancarar a dívida do clube.

E vaiava com rancor Rony, Scarpa, Igor Gomes e Arana.

Além de xingar, muito, Rubens Menin.

A pressão dos torcedores atingiu em cheio o time de Cuca.

A insegurança era mais do que evidente.

E deu força para os colombianos, que exploraram muito bem a vantagem psicológica.

O desastre se desenhava aos 44 minutos do primeiro tempo, quando Mena ganhou de Fausto Vera e cabeceou sem chance de defesa para Everson.

Perdendo por 1 a 0, o Atlético partiu, afobado, para tentar evitar a eliminação diante de sua torcida. Pressionou de forma desordenada, angustiada.

Júnior Alonso chegou a cabecear no travessão.

A equipe foi ficando cada vez mais nervosa, tensa.

Não queria os pênaltis.

Mas não teve força para sequer empatar o jogo.

Foi quando Everson surgiu para evitar o caos.

Everson chegou a 16ª defesa de pênaltis no Atlético Mineiro Divulgação/Site Oficial Atlético Mineiro

A decisão foi de enorme dramaticidade.

Quando Hulk e Diego Cháves tinham convertido, chegou a vez de Gustavo Scarpa.

A cobrança beijou a trave.

E arrancou vaias e muitos palavrões da torcida atleticana.

Dobrados, por ele ter exposto o Atlético e errado o pênalti.

Mas, aí, o goleiro atleticano mostrou seu enorme talento.

E que vai muito além só de estudar os cobradores adversários.

Sua explosão muscular e confiança nos pênaltis são impressionantes.

Defendeu o de Henao.

O alívio durou segundos.

Bernard bateu muito mal e facilitou a defesa de Quintana.

Mena tremeu diante de Everson.

E tentando cobrar de forma indefensável, no alto, mandou para fora.

Gabriel Menino chutou no meio do gol, rasteiro, e a bola entrou.

Zarate optou por bater forte, mas Everson voou e defendeu.

E o goleiro atleticano assumiu a responsabilidade de cobrar o quinto pênalti.

Bateu forte, convicto, 3 a 1 para o Atlético.

Classificação, alívio, fuga da crise.

O clube enfrentará o argentino Godoy Cruz, pelas oitavas.

E ainda garantiu R$ 3,2 milhões de premiação pela classificação às oitavas da Sul-Americana.

Esse dinheiro vai ajudar a direção a pagar o que deve aos jogadores.

O clube deve R$ 1,8 bilhão.

Cuca disse que, se fosse torcedor, vaiaria também os atletas que expuseram o Atlético. Citou Rony, que chegou a entrar na Justiça Trabalhista para sair do clube. Mas voltou atrás.

“Eu consigo entender todos os lados. Consigo entender o lado do torcedor, acho que eu faria o mesmo. Ia ficar muito bravo, revoltado. Consigo entender em grande parte o lado do profissional também.

“Eles acionaram um botão de alerta, e um acionou direto a rescisão, que foi o Rony. A gente no meio disso ainda saiu bem de não perder ninguém. Mas tem consequência.”

Ele sabe que a contratação de Biel, por empréstimo, com passe fixado em R$ 45 milhões, foi a gota d’água.

Cuca não soube como montar o Atlético para ao menos empatar com o fraco Atlético Bucaramanga.

O treinador tem de agradecer, e muito, a Everson.

“Foi uma semana difícil por tudo que aconteceu no extracampo, tentamos nos blindar pra que isso não acontecesse. Sabíamos que se tomássemos um gol ficaria ainda mais complicado.

“Infelizmente sofremos um pouco mais do que deveríamos, mas com essa vitória esperamos colocar o trem no trilho.”

Ele revelou que estudou muito os cobradores do Bucaramanga.

Pênaltis se tornaram uma especialidade do jogador.

Já são 16 cobranças defendidas com a camisa do Galo.

O goleiro ainda destacou.

“Nós precisamos da torcida ao nosso lado. Com esse apoio espero que siga assim nesse segundo semestre pra gente conquistar alguma coisa nessa temporada.”

Se o Atlético amanhece hoje longe da crise, se deve a Everson...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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