“Eu avisei meus jogadores!” Abel repassa sua pior derrota na Libertadores ao time. Palmeiras foi massacrado pela LDU. Tomou três gols no primeiro tempo. Precisa de virada inédita para chegar à final. Jamais reverteu três gols de desvantagem
Treinador não se conformou com Emiliano Martínez e Raphael Veiga, que não cumpriram a missão de marcar Villamíl e Quiñonez. Além de Khellven, que foi explorado por seu ex-treinador Tiago Nunes. Resultado desastroso na semifinal da Libertadores.3 a 0 para a LDU. Palmeiras precisa vencer por quatro gols de diferença em São Paulo

Abel teve o pior desempenho na sua trajetória da Libertadores.
Em cinco anos de Palmeiras, jamais havia perdido por 3 a 0.
Justo na semifinal, contra a LDU, em Quito.
A altitude de 2.850 metros não serve de desculpas.
O treinador português fez péssimas escolhas para começar o jogo.
Fez seu time pagar por insistir em Raphael Veiga, que vive visível decadência técnica. Deixou Maurício de fora.
Escolheu Emiliano Martínez, sem ritmo, sem confiança.
E também, de forma inesperada, em Khellven, lateral ofensivo, mas com grande deficiência na marcação.
Fez Piquerez muitas vezes se colocar como volante.
Com Felipe Anderson como ala.
O resultado: o Palmeiras deu para o time de Tiago Nunes as laterais do campo para os equatorianos.
E, dos lados, vieram ataques em seguida, que resultaram em dois gols, de Villamíl e o terceiro, em um pênalti de Andreas Pereira, que cortou com a mão chute de Quiñonez. Alzugaray não deu chance para Carlos Miguel.

Pela segunda vez em seguida, o Palmeiras tomou três gols no primeiro tempo. Como havia acontecida diante do Flamengo, domingo no Maracanã.
Abel consertou o time no intervalo, sacou Khellven e Veiga, que deveriam fechar o lado direito. Tirou Felipe Anderson e Emiliano Martínez mas já era tarde.
Para completar sua noite infeliz, que pode custar a eliminação do Palmeiras da final da Libertadores, Abel não assumiu a culpa pelos seus erros, suas escolhas.
“Eu avisei meus jogadores.
“Essa equipe compete muito e em casa é muito forte.
" Acho que foi um aspecto que na primeira parte não entendemos da forma agressiva e intensa que nossos adversários chegava.
“A missão do Emiliano era acompanhar o jogador que fez os dois gols. E a do Veiga era marcar o 33 (Quiñonez) e ser o terceiro homem do meio-campo.”
Abel apontou para os autores dos gols da LDU.
E ficou claro que nem Emiliano Martínez e muito menos Veiga cumpriram o que havia sido combinado. Por isso os equatorianos abriram 3 a 0.
Andreas Pereira ficou sobrecarregado.

Mas o grande engano foi na escolha do treinador que, fugindo às suas características, deixou o Palmeiras aberto demais fora de casa, na altitude e com jogadores em momentos fracos.
Abel fugiu das explicações táticas. Falou de forma superficial de propósito. Não quis expor as dificuldades que ele mesmo criou para o time, nos primeiros 48 minutos de jogo.
“Acho que nos custou entrar no jogo, não sei se pela adaptação ou se pelo adversário que entrou muito bem.
“Tenho dúvidas sobre o pênalti que sofremos, na imagem que eu vi, na minha opinião não é pênalti. Acho que o Palmeiras hoje (ontem)não esteve na sua média e nosso adversário hoje foi muito melhor.
“Não vou perder muito tempo pensando o que se passou aqui hoje. Não é a primeira vez que uma equipe brasileira vem aqui na altitude e sofre como sofremos. Parabéns ao nosso adversário, hoje foram melhores.”
E depois escolheu o caminho fácil de elogiar a LDU.
“É uma equipe que em casa é muito forte, muito boa dinâmica, um 5-3-2 com muita organização e mobilidade, uma equipe agressiva no duelo.
“Eu avisei minha equipe o seguinte: a LDU ficou em primeiro lugar no grupo do Flamengo, LDU eliminou o Botafogo, eliminou o São Paulo. Não foi por falta de aviso”, insistia, em repetir que o Palmeiras perdeu porque entrou desatenta e não mal escalada, que foi o caso.
Flaco López fez uma das piores partidas desde que chegou ao Palmeiras. Afobado desperdiçou chances esporádicas que o time criou para finalizar.
Vitor Roque lutou sozinho na frente e nada produziu.
Foi assustador a queda do Palmeiras como um todo.
Mas há a partida da próxima quinta-feira.
Tudo ou nada no Allianz Parque.
Há 90 minutos para o clube tentar uma façanha histórica.
Reverter desvantagem inédita.
Três gols de desvantagem, o Palmeiras jamais reverteu na Libertadores.
“Ainda faltam 90 minutos em casa, com a força da nossa torcida, vamos deixar a vida para virar o jogo”, prometeu Piquerez.
Abel também foi pelo caminho da promessa.
“Noventa minutos é muito tempo no Allianz”, repetiu a frase por três vezes na coletiva, como se quisesse se convencer.
Para essa virada inédita acontecer, vai depender de suas escolhas.
E ontem, o técnico do Palmeiras, foi muito infeliz.
Em jogo a final da Libertadores da América...
