Cosme Rímoli 'Estou no meu limite físico e mental.' Esgotado, Abel não dá certeza que continuará no Palmeiras

'Estou no meu limite físico e mental.' Esgotado, Abel não dá certeza que continuará no Palmeiras

Apesar do interesse do clube, o português pensa a sério na possibilidade de ir embora, depois da segunda conquista da Libertadores. Leila Pereira fará de tudo para segurá-lo no Palestra

  • Cosme Rímoli | Do R7

Abel garante ter chegado ao seu limite físico e mental. Não deu certeza se seguirá no Palmeiras

Abel garante ter chegado ao seu limite físico e mental. Não deu certeza se seguirá no Palmeiras

Conmebol

São Paulo, Brasil

"Tenho que fazer uma reflexão com a família."

"Não consigo jogo, descanso, jogo. Não é pra mim."

"Estou no meu limite físico e mental."

"Não consigo estar na minha máxima força."

"É desumano o que fazem aqui (no futebol brasileiro)"

"Vou parar, refletir e fazer o que for melhor para o Palmeiras."

Essa foi a resposta de Abel Ferreira, depois da conquista do tricampeonato da Libertadores, com direito a duas conquistas do torneio mais importante das Américas no mesmo ano.

Mas um ano e um mês no Brasil já serviu para esgotá-lo. Ainda mais porque está longe de sua família. Sua esposa e duas filhas ficaram morando em Portugal.

Ele tem contrato até o final de 2022. Tem multa rescisória de 2,5 milhões de dólares, cerca de R$ 14 milhões. Caso ele decida mesmo ir embora ao final deste ano, a possibilidade que a nova presidente Leila Pereira perdoe a multa é enorme.

O presidente Mauricio Galiotte já sabia deste esgotamento de Abel Ferreira. Leila Pereira também. Mas a nova disputa do Mundial de Clubes é a grande esperança que o técnico decida ficar.

Abel Ferreira fez questão de defender o técnico do Flamengo, Renato Gaúcho.

"(O Flamengo) tem um dos melhores treinadores brasileiros, e que agora não comecem a falar mal do homem, a dar porrada, porque eu poderia perder também. Tem de começar a ter uma cultura diferente, não ter que achar um herói, um vilão.

"Eu não sou herói, sou o mesmo que criticaram, e portanto nosso adversário valorizou ainda mais nossa vitória. Valoriza ainda mais a montanha que tivemos de escalar. Para isso, precisava de uma coisa fundamental: os nossos jogadores acreditarem na estratégia."

Ele revelou como decidiu fazer de Piquerez um terceiro zagueiro e de Gustavo Scarpa, um ala, para enfrentar o Flamengo.

"Coloquei todos numa sala e disse: “Vou fazer isto”. Que queria fazer isto, isto e isto. Mas que só o faço se todos se sentirem confortáveis. Se estiverem dispostos a cada um cumprir sua missão. Tivemos um dos capitães que só respondeu assim: “Se é para ganhar, cada um aqui vai fazer o que for preciso”. Esta é a forma que eu encontro de derrotar um rival muito qualificado, e hoje pudemos ver isso aqui dentro."

E ainda ironizou.

"Como é que o treinador, de repente, troca o Scarpa do corredor, troca o Dudu de corredor, troca Como o Veiga de corredor e mete o Piquerez de terceiro zagueiro. Se eu ganho, como ganhamos, sou um gênio. Não sou um gênio, sou uma pessoa humilde e que trabalha para dar o melhor de si.

"Se perco sou um babaca, como vocês dizem aqui. Não é assim. O futebol é um jogo. Precisamos de qualidade, competência e um cadinho de sorte. Parabenizo nossos adversários pelo trajeto, pela grandeza, o que engrandeceu ainda mais nossa vitória."

Abel resume o que pensa de Deyverson. 'Um sapinho que transformamos em príncipe'

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Cesar Greco/Palmeiras

Depois de revelar que lançará, em janeiro, um livro sobre sua trajetória no futebol brasileiro, ele fez questão de deixar claro que não ficou satisfeito por não ter recebido reforços, como tanto insistiu durante o ano.

"Não é a altura de falar nisso. Calei-me há uns meses atrás, porque cresci habituado a com menos sempre fazer mais. Sou professor de verdade, não sou professor de mentira, tenho uma licenciatura. Sempre me habituei a com menos, fazer mais. Não me agarro aos problemas, encontro soluções. Por isso me contrataram.

"Se sou bem pago, mal pago, não sei. Faço aquilo de que gosto com paixão e alegria, orgulho tremendo, mas muitas vezes muito cansado. Se me perguntarem, estou no limite mental, limite. Somos a equipe técnica que fez mais jogos neste ano. Ninguém quer saber. Tenho que tratar minha saúde física e mental, mas aqui ninguém quer saber disso.

"Quando falamos em reforços, há uma coisa que para mim... Se puder escolher entre um craque e um homem para fazer parte da minha equipe. Se o craque não souber que todos somos um, não serve nem para mim e nem para meu Palmeiras. Deyverson não é o melhor avançado do mundo e nem eu sou o melhor treinador do mundo.

"Mas juntos formamos um elenco foda."

Sobre Deyverson, a melhor definição.

"Era um sapinho que transformamos em príncipe..."

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