Espetacular Fla. Pronto para dois títulos no próximo fim de semana
O Flamengo pode ganhar a Libertadores no sábado e o Brasileiro no domingo. Com oito reservas, o time de Jorge Jesus venceu o Grêmio em Porto Alegre
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Espetacular.
O Flamengo conseguiu mais uma façanha em 2019.
Com oito reservas e ainda Gabigol expulso infantilmente, o time de Jorge Jesus trocou a técnica pela garra, vibração, obediência tática.
E venceu a equipe poderosa equipe de Renato Gaúcho, sedenta de vingança. Afinal, havia sido eliminada da final da Libertadores depois de goleada por 5 a 0.
Mas o Flamengo está encantado.
E, em plena arena gremista lotada, conseguiu outra vitória. Atingiu a marca de 25 jogos sem derrotas.
Ganhou por 1 a 0, gol de Gabigol, cobrando pênalti inexistente, aos 36 minutos do primeiro tempo.
Se tivesse consultado o VAR, Raphael Claus teria visto que Léo Moura tocou com o braço na bola, só que ele era o de apoio na queda e a Fifa afirma que, neste caso, o pênalti deve ser marcado.
Gabigol se transformou no jogador a mais marcar gols no Brasileiro na história do Flamengo. Chegou a 22 gols, disparado na artilharia do nacional. Ultrapassou o maior ídolo Zico, que tinha 21 gols. E chegou a incríveis 38 gols em 2019.
Mesmos com 65% de posse de bola, o Grêmio não conseguiu superar as duas linhas de marcação de Jorge Jesus, com o português assumindo que se conquista um título também defendendo.
Sua equipe chegou ao recorde, desde que os pontos corridos foram instituídos, em 2003, de 25 vitórias no Brasileiro, deixando para trás Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras, que atingiram 24.
O Flamengo chegou a 81 pontos, abrindo 13 pontos do Palmeiras, que apenas empatou com o Bahia, em Salvador.
Igualou o recorde do Corinthians, em 2015, com a maior pontuação do Brasileiro com 20 clubes.
Como a partida contra o Vasco foi adiantada da 34ª rodada, o rubro negro pode ser campeão no próximo domingo, sem entrar em campo.
E comemorar o troféu nacional um dia depois da decisão da Libertadores.
Basta o mesmo Grêmio que humilhou com os 5 a 0, e que derrotou hoje novamente, vencer ou empatar com o Palmeiras, em São Paulo.
E o título será confirmado a quem de direito, quatro rodadas antes do fim do Brasileiro.
O final de 2019 está fabuloso para o clube da Gávea.
A vitória de hoje em Porto Alegre é o último incentivo, doping psicológico para a final da Libertadores, no próximo sábado, em Lima, contra o River Plate.
O próximo fim de semana pode ser histórico.
O Flamengo conquistar a América no sábado.
E o Brasil, no domingo.
"Foi muito importante a vitória. Mostramos a força do grupo, já que atuamos com vários jogadores que não vinham jogando. É muito difícil jogar aqui. Agora é descansar para a partida do ano contra o River", resumia, com acerto, De Arrascaeta.
Em Porto Alegre, Jorge Jesus mostrou inteligência. Não foi radical, desviou do próprio caminho que levou o Flamengo à inexorável conquista do Brasileiro de 2019.
Ele, que ensinou o Brasil a fugir do rodízio de atletas, poupou oito titulares contra o Grêmio. E apelou para duas firmes linhas de cinco, buscando raros contragolpes em bloco.
Renato Gaúcho, irritado com o maior vexame que passou como treinador gremista, tratou de montar sua equipe para dar o troco. Marcando sob pressão a saída de bola carioca, com o meio de campo adiantado.
E os jogadores gremistas impulsados pelo desejo de vingança.
Mas foi impressionante o poder de resistência, a marcação implacável do Flamengo nas intermediárias. Foi perturbando, tirando a confiança do time gaúcho.
A cada roubada de bola do Grêmio, contragolpes em velocidade do Flamengo.
De Arrascaeta era o cérebro, os neurônios, na busca do gol.
Aos 33 minutos, o grande erro do árbitro. Gabigol invadiu pela esquerda e cruzou. Léo Moura tentava cortar o cruzamento com um carrinho e ao cair, a bola bateu no seu braço esquerdo, que amortecia a queda. Não foi pênalti.
Raphael Klaus assinalou.
Gabigol teve tranquilidade para deslocar Paulo Victor.
Marcou 1 a 0.
O gol abalou ainda mais emocionalmente o Grêmio.
Veio mais afobação.
O grande jogador de Renato Gaúcho, Everton Cebolinha enfrentou Rodinei muito inspirado. A maior arma gremista não teve companheiros à altura. Principalmente Diego Tardelli, que vive a pior fase de sua carreira, irreconhecível.
No segundo tempo, o Grêmio seguiu tentando marcar à força, mas travado pelo Flamengo.
Nem mesmo quando Gabigol cavou a própria expulsão, ao reclamar de um lance com o bandeira, discutir com Raphael Klaus, tomar amarelo e, em seguida, aplaudir, e tomar o vermelho, ajudou.
Com um jogador a mais, o Grêmio não conseguia penetrar na defesa carioca. E apelou de forma primária a 21 cruzamentos, facilitando o trabalho de Diego Alves.
Vitória do elenco do Flamengo.
Da inteligência de Jorge Jesus.
Melhor incentivo impossível para a final Libertadores.
Travando a sede de vingança gremista.
Em plena Porto Alegre...
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