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Esperto, Tite está preparado para novo fracasso da seleção na Copa do Mundo. Ficará longe do Brasil em 2023

O treinador, que não conta com o mesmo prestígio de 2018, sabe o que fará da vida caso o time perca de novo a Copa. Nada de futebol brasileiro. Descansará um ano. Se ganhar, ficará na torcida por uma proposta da Europa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Tite, inteligente, já antecipou seu futuro em caso de novo fracasso na Copa. Nada de clubes brasileiros
Tite, inteligente, já antecipou seu futuro em caso de novo fracasso na Copa. Nada de clubes brasileiros Tite, inteligente, já antecipou seu futuro em caso de novo fracasso na Copa. Nada de clubes brasileiros

São Paulo, Brasil

Diante da enorme antipatia à seleção brasileira, mesmo faltando apenas cinco meses para a Copa do Catar, a CBF apela para a mesma estratégia de 2018. 

Fazer com que Tite dê entrevistas a vários órgãos de imprensa, para depois se calar no Mundial. Ou melhor, só falar quando é obrigado pela Fifa. Antes e depois dos jogos.

As entrevistas do treinador da seleção não estão repercutindo como quatro anos atrás. Porque seu trabalho deixou de ser admirado. Ficou muito desgastado. 

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A começar pelo fracasso na Copa da Rússia. A decepção por sua omissão diante dos chiliques e das ridículas simulações de Neymar. O egoísmo do camisa 10 só atrapalhou a seleção, que foi eliminada pela esforçada Bélgica, ainda nas quartas-de-final.

A imagem de líder, comandante justo, também sofreu outro abalo. Com a decisão de colocar o próprio filho, sem experiência alguma, como seu auxiliar. E com liberdade para orientar os jogadores brasileiros, mostrar o que precisam fazer em campo. Situação bizarra, que muitos fingem não enxergar.

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Com a incompetência da CBF em conseguir amistosos contra poderosos europeus, a seleção de Tite tentou enganar a mídia com vitória sobre os combalidos países sul-americanos, com péssimas gerações. A campanha nas modorrentas Eliminatórias é lembrada a todo instante pela CBF. Mas o vexame de perder a Copa América, em pleno Maracanã, para a Argentina, no ano passado, é omitido.

Tite, que era indicado por alguns como o candidato ideal para a Presidência do Brasil em 2018 e dominava as propagandas antes do Mundial, se tornou opaco. Deixou de ser o líder, o coach, que empresas sonhavam em ter como palestrante.

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Talvez aconselhado pela assessoria de imprensa da CBF, ou por sua própria (sim, Tite tem duas assessorias o auxiliando), o treinador da seleção tem reservado uma notícia interessante a quem decide entrevistá-lo nesse período.

A mais forte notícia é que já tem definida sua estratégia pessoal se o Brasil perder a Copa do Mundo do Catar. Seria o segundo fracasso seguido para o único treinador na história com o privilégio de, após perder um Mundial com a seleção, seguir direto para outro.

Tite sabe que seria escorraçado no país. A cobrança por uma segunda Copa perdida com seu time, com o superprotegido Neymar, seria imensa. Mesmo se trabalhasse no Corinthians, clube que se apresenta como "sua casa" em 2023, ele seria cobrado em todos os jogos. Marcado. Como Felipão perdeu a aura depois dos 7 a 1 para a Alemanha.

Esperto, o técnico já avisou na TV Gazeta.

"O que posso dizer, sim, é que no ano que vem não vou trabalhar em nenhuma equipe brasileira. Isso eu tenho o compromisso e palavra dada à minha esposa, à minha família."

O que treinador deixou claro é que estará aberto para seu velho sonho. Trabalhar em uma equipe europeia.

Para se valorizar, Tite disse que foi procurado pelo Real Madrid, PSG e Sporting.

Impressionante, não?

Só que todas essa sondagens importantes foram feitas antes da Copa de 2018. Antes! Quando se esperava um desempenho marcante do time de Tite.

"Na Copa do Mundo [pouco antes do torneio de 2018], eles [Real Madrid] disseram que queriam conversar e eu disse 'não, não vou falar, não chegue perto'. Quero estar em paz comigo e com o meu trabalho. Estou dando o meu melhor. Quando você faz algo em paralelo, isso não está sendo feito ao máximo. Eu não posso fazer isso. Recebi ofertas do Real Madrid, PSG e Sporting. Mas eu não queria isso. Eu quero ganhar a Copa do Mundo. Depois da Copa do Mundo, vou decidir meu futuro", revelação que guardou para um grande veículo europeu, o jornal inglês The Guardian.

"Se você ganhar a Copa do Mundo, terá um mercado aberto. Você pode escolher. Não vou mentir: minha ideia definitivamente não é trabalhar no Brasil. Quero passar um ano com minha família, tirar um ano sabático, estudar, não ter responsabilidade, porque a responsabilidade é muito grande. Se algo vem de fora, vai acontecer."

Nasceu na CBF um boato que se tornou ridículo. O de que o Arsenal esperaria por Tite após o Mundial do Catar. Durou menos de um mês, porque o clube inglês renovou com o espanhol Mikel Arteta até 2025.

Atualmente, o nome do brasileiro não é discutido em nenhuma equipe europeia. Nenhuma.

Tite só é comentado no seu clube do coração, o Corinthians. Esteve no domingo em Itaquera para acompanhar o jogo contra o Goiás. E se disse emocionado.

O treinador está muito mudado.

Os seis anos na seleção fizeram mal à sua carreira.

Perdeu a convicção, a segurança, a clareza nas respostas.

Parece um político nas coletivas, fala sem se comprometer.

Seu time segue imitando o que é feito na Europa há anos.

Segue preso emocionalmente ao grupo que fracassou na Rússia.

Finge não enxergar os privilégios e exageros de Neymar.

Muito inteligente, sabe que as chances de vencer a Copa são mínimas.

E também da falta de memória do futebol brasileiro.

Se o Brasil fracassar novamente, o que tem muito risco de acontecer, nada como um ano sabático, sem trabalhar.

Ele já está milionário por sua carreira vitoriosa nos clubes. E pelo salário excepcional que recebe na seleção brasileira.

Pode ficar 2023 apenas aproveitando a família e viajando para a Europa para absorver novas estratégias, táticas. 

E depois reassumir o Corinthians, sua casa. Ou Flamengo, ou Atlético Mineiro, ou até o Palmeiras. Que clube no Brasil não quer um treinador que comandou a seleção em duas Copas? 

Na Europa, não.

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