Esperança para Vinícius Junior. TV espanhola demite comentarista. Por racismo
A tevê por streaming Movistar Plus+ não perdoou Burgos. Na transmissão de PSG e Barcelona, Burgos ironizou Lamine Yamal, disse que ‘se ele não der certo no futebol pode terminar num semáforo.’ Os dois clubes exigiram a demissão imediata do argentino por racismo. E o argentino foi demitido
Foi fulminante.
E muito diferente do que acontece com Vinícius Júnior.
O ato de racismo contra Lamine Yamal, estrela de 16 anos do Barcelona e da Seleção Espanhola, foi punido imediatamente.
Graças à ação efetiva da direção do PSG e do Barcelona, que agiram com rapidez e firmeza.
Impediram que repórteres da TV Moviestar Plus+ tivessem acesso aos jogadores.
O motivo: a declaração racista de Gérman Burgos, goleiro da Seleção Argentina entre 1995 e 2002.
Ele estava comentando o jogo e ironizou, da pior maneira possível, um erro de Yamal, que proporcionou contragolpe ao PSG.
“Se o atacante não der certo no futebol, pode ir parar em um semáforo.”
Internautas ficaram revoltados.
Os semáforos na Espanha estão tomados por imigrantes ilegais, geralmente negros, pedindo esmolas.
A informação rapidamente chegou até os dirigentes do Barcelona, que comunicaram a direção do PSG.
Os jogadores dos dois clubes, que possuem vários atletas negros, decidiram boicotar a emissora.
A reação foi aplaudida por inúmeros meios de comunicação da Europa.
Principalmente na Espanha, onde Vinícius Junior sofre muito com o racismo.
E com o apoio velado de muitos jornalistas que atacam o brasileiro.
A diferença está em duas situações.
A primeira é que Yamal é a grande esperança da Seleção Espanhola para as próximas Copas.
Dribla com extrema facilidade, tem visão de jogo diferenciada, suas arrancadas são empolgantes.
Tem muito talento para quebrar linhas defensivas adversárias.
A segunda vem no fato de o garoto de 16 anos não enfrentar provocações racistas.
Ao contrário de Vinícius Junior, que encara torcidas adversárias que o ofendem, e faz questão de dançar, ironicamente, quando faz gols ou o Real Madrid marca, Yamal faz de conta que não ouve.
O boicote e a demissão ganharam importâncias mundiais.
Burgos não trabalha mais na TV Moviestar Plus+.
Para tentar evitar processos, o ex-goleiro tratou de publicar uma nota de retratação.
“Faço esta declaração reiterando minhas desculpas pelas minhas palavras no programa de ontem. Não era minha intenção prejudicar Lamine Yamal, o povo do FC Barcelona, os jogadores, a UEFA, nem a plataforma Movistar Plus+ onde trabalho. Ao fazer meu comentário optei por fazer uma piada sobre qualidade e virtudes mais lisonjeiras, em nenhum caso foi sobre qualquer etnia ou classe social.”
Trabalhava.
“Em cumprimento ao código de conduta interno da Movistar Plus+ , que contempla uma política de tolerância zero a qualquer comportamento discriminatório, a plataforma tomou medidas após o episódio vivido na noite passada, onde um de seus colaboradores fez comentários inadequados sobre o jogador Lamine Yamal”, diz o comunicado oficial da emissora.
Vinícius Junior precisa ter o apoio irrestrito dos seus companheiros de Real Madrid.
E não tem?
Por que o time não sai de campo quando o brasileiro é chamado covardemente de ‘macaco’, como acontece várias vezes em partidas na Espanha?
Por que seus companheiros não fazem boicote a jornalistas que ‘entendem’ a postura de torcedores radicais que xingam o atacante?
Porque o presidente Florentino Pérez não quer.
Acredita que é exagero.
Ao contrário de Joan Laporta, presidente do Barcelona.
Simples assim.
Mas não deixa de ser uma esperança a Vinícus Junior o que aconteceu hoje.
E que Burgos aprenda o peso de uma frase racista...
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