Empate no Itaquerão dá moral a Felipão. Galiotte o garante no cargo
Mais importante do que o empate entre Corinthians e Palmeiras, foi a postura de Scolari. Não pediu demissão. Protesto das organizadas não teve força
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A expectativa no Itaquerão transcendeu o empate, sem brilho, entre Corinthians e Palmeiras em 1 a 1.
A imprensa aguardou com muita ansiedade a coletiva de Luiz Felipe Scolari.
Ele teria ficado revoltado com o protesto das organizadas do clube, no sábado. Houve até ameaça de morte, caso houvesse derrota para os corintianos.
O treinador teria entregue uma carta de demissão para o presidente Mauricio Galiotte.
Felipão foi claro.
" (Vocês, jornalistas)Ouviram boatos. Então, está esclarecido. Quem cria deve ter algum interesse. Eu estou contente, tenho meu time para trabalhar, a comissão. Gosto do Palmeiras. Quem cria, responde para vocês. Eu não tenho nada para responder"
O que o blog conseguiu apurar foi que logo após o protesto de sábado, Galiotte conversou com o treinador e deu total apoio para que continue trabalhando no Palmeiras. O quer até o final do seu mandato, em dezembro de 2020.
Garantiu seguir muito satisfeito com o trabalho do técnico. E que as organizadas não decidem absolutamente nada no futebol do clube.
Felipão agradeceu o apoio e disse que seguiria o trabalho normalmente.
"Sobre a manifestação (das organizadas), nada a falar", disse Felipão, fugindo de polêmicas.
As organizadas chegaram a exibir uma faixa ironizando o técnico e deixando claro a ameaça de morte, em caso de derrota no Itaquerão.
Após a eliminação do Palmeiras da Copa do Brasil, diante do Internacional, o treinador disse que 'ninguém havia morrido'.
Os torcedores, no sábado, rebateram, em tom ameaçador.
"Ninguém morreu, ainda", estava exposto na faixa. O ainda em vermelho, tom de sangue.

"Eu vejo a minha equipe, o Palmeiras, melhorando dia a dia. Não foi bem nos primeiros vinte dias depois da Copa América, mas os últimos três jogos não tenho nada a cobrar, a não ser posicionamento de bola aérea que não acontecia. A mensagem que eu deixo é essa.
"É aquilo que eu dizia. Eu dizia, com nove rodadas, já falavam que ganhamos o campeonato, mas tinham setenta pontos para disputar. Tem muito ponto, muita coisa vai acontecer, calma.
"Temos uma boa equipe, recebendo o Vitor Hugo, o Luiz Adriano amanhã, o Dourado, que vem se recuperando.
Então está ótimo, devagar vamos chegando", tentou amenizar.
Na verdade, o empate diante do Corinthians, com o Palmeiras mais objetivo, obrigando Cássio a duas defesas fundamentais, foi ótimo para Felipão.
De maneira absurda, alguns radicais protestavam pela maneira acovardada que o Palmeiras se comportou na eliminação para o Internacional, diante do fraco Godoy Cruz, na Argentina e na derrota contra o Ceará.
O futebol do milionário elenco mantido pelo clube ficou muito pior depois das três semanas de parada do Brasileiro, por conta da Copa América.

"Éramos muito bons. Tropeçamos na Copa do Brasil ( o Palmeiras) passou a ser bom. Depois da Copa América, dá para dizer que somos razoáveis. Não atingimos o mesmo índice.
"Temos condições de fazer de novo. É tranquilidade. Eu não posso levar para dentro do meu grupo de trabalho o espírito de negatividade. Calma, temos que trabalhar. Eu não entendo como algumas pessoas não conseguem entender isso. Mas se já produziu, pode produzir mais."
As palavras de Felipão deixam claro que ele sabe. Ele não aprimorou outra maneira de o Palmeiras jogar. A não ser em contragolpes velozes quando atacado. Marcar por pressão, atuando em casa. Bolas longas, desprezando meias talentosos que possui, como Gustavo Scarpa e Lucas Lima. Além treinar bolas aéreas ofensivas à exaustão.
Se a equipe, quando liderava isolada o Brasileiro, já falhava nas bolas aéreas defensivas, segue na mesma toada.
Como aconteceu no gol do Corinthians, marcado de cabeça por Manoel. O vigoroso zagueiro disputou a bola com o franzino Diogo Barbosa, que subiu de costas para tentar cabecear, falha infantil.
A compensação veio no gol de Felipe Melo, ganhando da zaga corintiana, tomando impulso desde fora da área, e empatando o jogo.
O Palmeiras teve personalidade, dominou o Corinthians nos primeiros e últimos momentos do jogo. Quando Cássio fez duas ótimas defesas, que evitaram a derrota do Corinthians.
A atitude palmeirense deu mais moral a Felipão.
Galiotte não quis dar entrevista.
Porque acredita que daria 'moral' às organizadas.
Com quem ele tinha de falar, falou.
Garantiu que Felipão é o 'seu' treinador até 2020.
Aconteça o que acontecer.
Na Libertadores, no Brasileiro.
E nenhuma ameaça, nem de morte, abala esta convicção.

A patrocinadora Crefisa também o quer no cargo.
Scolari agradeceu o apoio.
Garantiu que ficará.
Não pedirá demissão.
Mas seu auxiliar Paulo Turra falará nas vitórias.
Promete dar entrevistas no empate.
Ou nas derrotas...