Em um dos seus piores jogos do ano, o Palmeiras vira contra o Bahia. Flaco López deu a injusta vitória, que mantém o sonho do tri brasileiro
O time de Abel Ferreira foi dominado pela equipe de Rogério Ceni, na Fonte Nova. O cenário era terrível depois do gol de Lucho, mas Raphael Veiga, com esperteza, empatou o jogo de falta. E aos 44 minutos do segundo tempo, Flaco López fez de cabeça, 2 a 1
Cosme Rímoli|Do R7
O Palmeiras de Abel Ferreira, muitas vezes, contraria a lógica.
Na Fonte Nova, foi incrível.
Seu time esteve muito mal, em uma das piores atuações no ano.
Equipe dispersa, com os setores espaçados, não conseguindo encaixar a marcação no Bahia.
Do meio para a frente, o time de Rogério Ceni não só trocava passes.
Mas de posição, desnorteava o sistema defensivo palmeirense.
E criava chances de gol.
Só que falhava no último passe, no arremate.
Mantinha o controle do jogo, maior posse de bola.
Foram 14 finalizações contra o gol de Weverton.
O time paulista não conseguia reagir.
Quanto Lucho Rodríguez acertou indefensável chute, e fez 1 a 0 para o Bahia, a sensação era que tudo estava ruindo de vez.
O Palmeiras não conseguia virar uma partida desde abril.
E seguia muito mal, com vários jogadores disputando a premiação de pior em campo.
Rony correndo errado, dando trombada com os zagueiros e entrando em impedimento.
Felipe Anderson jogando onde mais gosta, na direita, e completamente disperso, burocrático, improdutivo.
Maurício indeciso entre ajudar na marcação e tentar ajudar na articulação dos contragolpes, não fazia nem uma coisa e nem outra.
Caio Paulista dando espaço nas suas costas, sem poder ofensivo, estava irreconhecível.
Dudu sem ritmo, sem as arrancadas, os dribles que o time tanto precisava.
A falta de Estêvão ao time foi absurda.
Nem parecia que o Palmeiras lutava pela chance de sonhar com o tri brasileiro.
Do outro lado, Rogério Ceni, pressionado pela torcida e imprensa, fazia seu time jogar muito bem.
A movimentação dos seus meio-campistas e atacantes era muito intensa.
E confundia todo o esquema de marcação em linha do Palmeiras.
Lucho Rodríguez, Jean Lucas e Ademir se destacavam.
Impunham, além de tudo, velocidade.
Cansaram demais o sistema defensivo paulista, que não conseguia fechar o espaço, nem tentando marcar individualmente.
Por falta de capricho no último passe, nos arremates, o Bahia não ampliou o placar.
O Palmeiras vivia de chutões da zaga para a frente.
Raphael Veiga estava encaixotado e não tinha como articular.
Marcos Rocha e Caio Paulista muito mal, inseguros, frágeis na marcação e no apoio.
Até que a injustiça se fez presente.
Aos 38 minutos, David Duarte se precipitou e fez falta em Rony, na entrada da grande área.
O lance deveria ser cobrado a vinte metros do gol de Adriel, dentro do semicírculo.
Só que Raphael Veiga foi muito astuto.
Ele arrastou a bola dois metros para trás, para ficar na posição que se sentia mais confortável para cobrar.
E de lá mandou a melhor cobrança de falta de todo Campeonato Brasileiro.
Não deu a menor chance para Adriel, que sequer se mexeu, mal viu a bola encobrir a barreira.
1 a 1, aos 40 minutos.
Os jogadores do Bahia e quem estava assistindo ao jogo tiveram a mesma reação: surpresa.
Para o segundo tempo, Rogério Ceni mandou seu time ainda mais para o ataque.
Tinha de vencer, a equipe acumulava quatro derrotas seguidas, despencava na tabela.
A imprensa baiana e os torcedores exigiam a saída do treinador.
O Palmeiras voltou com os mesmos erros.
E uma impressionante falta de competitividade, o time perdia a maioria das divididas.
Nem parecia que estava lutando para poder sonhar com o tri brasileiro.
O Bahia, outra vez, não conseguia impor no placar a sua superioridade.
Weverton foi fundamental, assim como Vitor Reis, que salvaram novo gol de Lucho Rodríguez, em dois lances seguidos, aos 13 minutos.
O Palmeiras tinha de agradecer aos céus o empate.
Abel Ferreira tirou Dudu e Caio Paulista, muito fracos.
Felipe Anderson pediu para sair.
E abriu mão do talento de Raphael Veiga para colocar Flaco López, tentando uma cabeçada aleatória, aos 35 minutos.
A cabeçada veio.
Em um excelente cruzamento de Vanderlan, o atacante argentino acertou fortíssima testada.
A bola bateu no travessão e caiu dentro do gol, aos 44 minutos.
Até o árbitro Wagner Nascimento Magalhães se revoltou com a injustiça.
E tentou não dar o gol.
Só que o lance foi muito claro, os jogadores do Palmeiras comemoravam, invadindo o campo.
O telão delatava a bola dentro do gol.
E o VAR confirmou.
Wagner teve de admitir.
Palmeiras 2 a 1.
“Aproveitamos tudo que podemos, tentar o melhor sempre.
“Hoje foi mais um jogo que a gente parece que nasceu para jogar.
“Ganhamos quase no último lance”, comemorou López.
O Bahia não teve forças para tentar sequer o empate.
Os atletas travaram com o placar contrário e a torcida vaiando.
O time de Abel conseguiu três pontos importantíssimos.
E mais do que injustos.
Só que têm capacidade de manter o time vivo na luta contra o Botafogo.
A chance do tricampeonato brasileiro é uma realidade.
Mas o time precisa melhorar muito nesta reta final.
Enquanto o Bahia mergulha na mais profunda crise.
Deixando escapar a vaga para a Libertadores que parecia garantida...
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Técnico do Palmeiras falou sobre a resiliência mental da equipe, capaz de vencer o Bahia de virada, fora de casa, por 2 a 1.
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