Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Em amistoso sonolento, o Brasil vence a fraca Arábia por 2 a 0

A Seleção outra vez decepcionou. Nem contra os limitadíssimos árabes, 71º no ranking da Fifa, o time de Tite deslanchou. Vitória frustrante

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Gabriel Jesus, que passou em branco na Copa, fez o primeiro gol. Jogo monótono
Gabriel Jesus, que passou em branco na Copa, fez o primeiro gol. Jogo monótono

São Paulo, Brasil

No jogo imposto pela Pitch, a única importância do jogo contra a fraquíssima Arábia Saudita, em Riade, foi a postura de Neymar.

Na vitória magra por 2 a 0, Tite cedeu à mais um capricho do capitão, camisa 10, dono de todos pênaltis e faltas.

Ele atuou exatamente aprendeu a gostar no PSG. Atuando como meia, abandonando a ponta esquerda. Seguindo as determinações do seu treinador Thomas Tuchel, na França. 


O primeiro gol brasileiro foi de Gabriel Jesus, depois de excelente passe de Neymar. O treinador alemão mostrou que tinha razão. Vindo de trás, com a bola dominada, de frente para a defesa, o atleta do PSG é mais útil à Seleção.

O segundo foi de Alex Sandro, empurrando seu marcador, e cabeceando para as redes, no último lance do jogo.


"Claro que fiquei muito (chateado), cheguei da Copa e fiquei na casa da minha mãe, fiquei em casa com a minha família eles. Claro que não foi a Copa dos meus sonhos, esperava ter feito mais. Infelizmente não ganhamos. Espero que daqui pra frente as coisas voltem a funcionar.

"Recebi a confiança do treinador. O que passou, passou. O importante é jogar e fazer o gol", dizia Gabriel Jesus, que voltou a marcar pela Seleção, depois de passar em branco na Copa da Rússia. 


O Mundial fez mal ao jogador que hoje é reserva no Manchester City.

O Brasil com várias alterações e cansado com a viagem até a Arábia fez uma partida monótona, sonolenta.

A partida aconteceu em Rihad por conta do ex-presidente Ricardo Teixeira, que vendeu os amistosos da Seleção, em 2012, para a ISE. A empresa árabe repassou os direitos para a inglesa Pitch. E exigiu que, depois da Copa de 2018, o Brasil atuasse duas vezes na Arábia Saudita. Daí o confronto de hoje e o de terça-feira, diante da Argentina, também na Arábia.

Tite havia feito o desafio público.

O treinador brasileiro precisava criar um fato novo neste amistoso que ele sabia muito bem, não acrescentava nada à Seleção. Foi quando ele criou a fase de efeito que virou manchete dos afoitos. Antes de vencer, ele queria convencer.

Foi o que a Seleção Brasileira não conseguiu fazer. 

"Desde o início não teve o desempenho que esperávamos, foi abaixo. O que teve foi a hora que conseguiu neutralizar a velocidade da Arábia, mas aquela equipe normal, ela não estava. E quando você mexe com a base, acontece isso, mas serve para essas observações", teve de admitir o técnico brasileiro, depois da partida fraca, decepcionante.

Neymar no meio. A única situação que importou no confronto em Riade
Neymar no meio. A única situação que importou no confronto em Riade

Com seus jogadores desentrosados, cansados e visivelmente se poupando para o jogo contra a Argentina, a Seleção se limitou a fazer o básico para vencer um adversário fraquíssimo.

Em qualquer esporte desse planeta, quando o ranking aponta o confronto entre o terceiro colocado e o 71º pode se esperar desequilíbrio. E obrigação de vitória do terceiro melhor do mundo.

Tite havia prometido fazer testes até o final deste ano. Foi com esta escalação que a Seleção começou diante dos árabes: Ederson; Fabinho, Marquinhos, Pablo e Alex Sandro; Casemiro; Fred, Renato Augusto, Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus. Diante da Argentina, voltam Alisson, Danilo, Miranda, Filipe Luís, Arthur e Roberto Firmino.

O técnico argentino Juan Antonio Pizzi montou o time árabe para perder de pouco. Respeitou demais a Seleção. Estava preocupado com a força do Brasil. À toa, o time atuou com ritmo lento, desinteressado, sem vibração. Quase como um treinamento.

Com Casemiro, Fred e Renato Augusto, três volantes, era impossível esperar movimentação, mobilidade, agilidade, surpresas na intermediária ofensiva. Apenas boa recomposição.

A única novidade era Neymar atuando como PSG. Pelo meio, deixando a esquerda para Philippe Coutinho. Na direita, Gabriel Jesus, com mais liberdade do que na Copa. Não teve de correr atrás de laterais e volantes adversários. Pôde assim se preocupar apenas em atacar.

O desentrosamento pesava muito. O Brasil, muito superior individualmente, só foi efetivo no final do primeiro e do segundo tempo. Foi quando Gabriel Jesus marcou 1 a 0, aos 42 minutos, quando recebeu ótimo passe em diagonal de Neymar. Ajudou demais a ingenuidade árabe, com sua defesa atuando em linha.

O lance que custou a expulsão ao goleiro árabe. Nem assim o Brasil acordou
O lance que custou a expulsão ao goleiro árabe. Nem assim o Brasil acordou

O segundo tempo foi ainda mais monótono.

O Brasil não pressionou nem quando ficou com um jogador a mais. O goleiro Al-Owais foi expulso ao sair do gol para travar Richarlydon e salvar o gol fora da área.

Cartão vermelho aos 39 minutos.

O time seguiu preguiçoso, desinteressado. Até que, aos 50 minutos, Neymar cobrou escanteio. E Alex Sandro, esperto, empurrou seu marcador e fez, de cabeça, 2 a 0. 

Jogo tão obrigatório quanto esquecível...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.