Economia de Leila e fracassos Anderson Barros irritam torcida. Cansado com a situação, Abel anuncia: ‘É meu último ano no Palmeiras’

“Vergonha, diretoria sem-vergonha...”

“P... ... ..... É o pior dirigente do Brasil, Barros...”

O coro da torcida do Palmeiras, após a derrota para o Novorizontino, ontem à noite, de virada, por 2 a 1, teve como alvo a presidente Leila Pereira e, principalmente, Anderson Barros.

A revolta refletia a frustração pelos fracassos de contratações de jogadores importantes.

Situação que se repete desde que a presidente Leila Pereira assumiu, em 2022.

Todo início do ano, as cobranças são fortes, pela falta de ousadia, de competência na busca de atletas de alto nível.

Abel Ferreira sempre compensou essa inexplicável inércia, já que o ex-presidente Mauricio Galiotte deixou o clube equilibrado financeiramente.

Ele é o grande responsável pela incrível sequência de conquistas.

Mas ontem, o português se cansou.

E não quer mais pedir atletas e não vê-los chegar no Palmeiras.

Apesar do convite de Leila, para renovação até 2027, o treinador revelou que vai embora.

Chega!

Este será sua última temporada no clube, no Brasil.

“Cada vez que a torcida faz isso [vaias], assobiam o nosso emblema, treinador, jogadores, diretoria....

“Estamos a falar diretamente do (Anderson) Barros.

“Foram 11 títulos, quase 400 milhões de euros em vendas.

“Quando cheguei, o Palmeiras estava uma lástima em termos de dívidas, não podíamos comprar jogadores.

“E em quatro anos, todos juntos, viramos uma das equipes mais prestigiadas.

“Por isso é difícil negociar com o Palmeiras. Temos que escolher bem, correr os riscos. O Real Madrid contratou o Hazard e ele pouco jogou, acontece. Temos que ter os pés no chão, estarmos juntos. Não éramos os melhores há uma semana e não somos os piores hoje. Sabemos perfeitamente como isso tudo funciona, estou aqui vai fazer cinco anos.

“Vou para o meu último ano no Brasil.

“Em todos os anos houve momentos bons e ruins.”

Esse era o grande medo de Leila Pereira.

A presidente queria, de qualquer maneira, Abel Ferreira até o último dia de seu mandato, em dezembro de 2027.

Mas o treinador já acenava que não renovaria.

A frustração de não ter reforços significativos para 2025, ano mais do que especial, pelo Mundial de Clubes, pesou.

Ele também sentiu a pressão que será enorme da torcida, da mídia.

Outra vez, o clube irá forçar a entrada de jovens atletas da base.

Desprezando os inúmeros pedidos de Abel, que desejava ‘jogadores prontos’.

O Palmeiras deixou peças importantes e midiáticas escaparem desde que Abel foi contratado.

Hulk e Gabigol estavam dispostos e são os casos mais importantes.

Nesse ano,o executivo Anderson Barros não conseguiu contratar Canobbio, Matheus Pereira, Villasanti, Hércules e Andreas Pereira.

Mas o caso mais vexatório foi o de Claudinho, que estava no Zenit.

Ele garantiu ao dirigente e ao próprio Abel Ferreira que jogaria no Palmeiras.

No dia seguinte foi para o Al Sadd, do Catar.

Foi a segunda vez que o meia fez isso com a diretoria palmeirense.

Abel ainda tentou defender Anderson Barros, questionando a personalidade do atleta.

“Queremos jogadores de caráter, de palavra”, disse, culpando Claudinho pelo fracasso na negociação.

O Palmeiras perdeu ontem para o Novorizontino por 2 a 1.

O futebol do time foi péssimo.

Principalmente no segundo tempo.

Estava claro que Eduardo Baptista sabia o que fazer para anular os palmeirenses.

Faltam jogadores capazes de mudar totalmente o esquema de Abel.

Isso se reflete na falta de ideias, a não ser o velho recurso de cruzamentos.

Abel assumiu o fraco futebol, ainda mais no segundo tempo.

“A primeira parte foi dentro do que esperávamos, com dinâmica, boa chegadas na area. Fizemos um, mas podíamos ter feito mais. Na segunda parte, até a situação do pênalti, nosso rival não tinha criado praticamente nada. Mas depois do penalti falhamos muitos passes, nossa saída de bola falhou muito. Acredito que os jogadores do Palmeiras têm qualidade para não falhar passes. Atribuo isso à queda física e anímica. Mas a segunda parte está longe do que queríamos. Foi o oposto. Uma primeira parte muito boa e uma segunda parte ruim.”

Ele não tinha como disfarçar a atuação desastrosa do seu time na segunda etapa.

“Fizemos uma péssima segunda parte e vamos continuar nosso trabalho. Ficamos 42 jogos sem perder, será que podemos perder dois ou três? A responsabilidade hoje é minha, vamos continuar nosso caminho. Futebol é eficácia e nosso adversário ganhou com méritos. Daqui a dois dias, há mais. Isso que temos que pensar profundamente, mas há um calendário que deve ser seguido. Hoje tínhamos a obrigação de ganhar porque o Palmeiras é melhor, mas nem sempre os melhores ganham.”

O Palmeiras não perdia uma partida na fase de grupos desde abril de 2021.

Além da confirmação da saída de Abel Ferreira em dezembro, o Palmeiras está perdendo Zé Rafael para o Santos.

Depois de negociarem por quatro vezes, o meio-campista decidiu ir para a Vila Belmiro.

O treinador palmeirense deixou claro para ele, que não havia espaço.

Seria um reserva fixo durante o ano todo.

Rony também é outro caso: sabe que Abel o considera ‘dispensável’.

O Santos o deseja.

Para 2025, Anderson Barros conseguiu contratar Facundo Torres, Paulinho e Emiliano Martínez.

O clube fechou 2024 com receitas que passaram de R$ 1,2 bilhão.

Muito pouco para o ano tão importante que o clube terá pela frente.

Depois da cobrança fortíssima da torcida, ontem à noite, o Palmeiras tentará retomar a negociação com Andreas Pereira.

O clima é de muita pressão no Palestra Itália.

A torcida se cansou de esperar a chegada de reforços ‘de peso’.

E promete seguir cobrando Leila e Anderson Barros.

O último ano de Abel promete não ser nada tranquilo...

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