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‘Drogba da Fiel?’ ‘Mbappé do Timão? Não! Gui Negão. Aos 18 anos, com multa de R$ 634 milhões, ‘joia da base’ não quer rótulos tolos. Decide de novo. Corinthians na semifinal da Copa do Brasil. E Dorival desabafa contra o seu ‘arroz e feijão’ tático

Atacante da base, que só entrou no time, porque o Corinthians não teve dinheiro para contratar outro, está sendo decisivo. Em dez partidas, cinco gols e uma assistência. Na nova vitória sobre o Athletico, por 2 a 0, foi fundamental. Marcou e deu passe sensacional para Garro

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Gui Negão. Diretoria do Corinthians ficou com medo de perdê-lo, como Kauê Furquim. E antecipou a renovação de seu contrato. Até 2030 Rodrigo Coca/Corinthians

“Drogba da Fiel.”

“Mbappé do Timão.”

A precipitação fácil já domina setoristas do Corinthians.

Jornalistas tentam colar um rótulo no garoto de 18 anos, que surgiu na base do Parque São Jorge, em uma demonstração de carência de ídolos.


E Gui Negão deu mais motivos para essa afobação.

O jogador foi fundamental outra vez contra o Athletico Paranaense.


Se em Curitiba, ele marcou o único gol do jogo, para o time de Dorival Júnior. Ontem, em Itaquera, marcou outro e deu uma assistência sensacional, que colocou Garrou diante do goleiro Santos.

2 a 0, outra vitória corintiana, classificação para a semifinal da Copa do Brasil. Mais R$ 9,9 milhões para os carentes cofres corintianos, com rombo de R$ 2,6 bilhões. Vai lutar pela final, nos dias 10 e 14 de dezembro, contra o vencedor de Cruzeiro e Atlético Mineiro, que decidem a vaga hoje, no Mineirão.


“Nem acredito no que está acontecendo. Há dois meses fazia as contas se iria ficar no banco de reservas. Muitas vezes fui cortado. Fiquei nove jogos que nem entrei.

“Hoje (ontem) contra o Athletico pude mostrar que sei fazer gol, mas também tenho técnica para driblar e dar assistência. Estou muito feliz.

“Se eu estou sendo reconhecido? Não gostava de ir ao mercado fazer compras. Mas estou indo para só para ver se alguém chama meu nome.

“Drogba? Mbappé? Não! Eu mantenho os meus pés no chão.”

Gui Negão deu aula de sinceridade e equilíbrio, após a partida. Não aceitou as tolas e precipitadas comparações.

Ele é um jogador de muita personalidade, tem recursos técnicos, velocidade, visão de jogo e volúpia. Mas tudo ainda precisa ser aprimorado.

Gui Negão no sub-11 do Corinthians. Ligação com o clube é desde menino Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Para não perder o atacante promissor, como aconteceu com Kauê Furquim, que foi para o Bahia, só por R$ 14 milhões, o Corinthians agiu. Foi a segunda vez que a direção antecipou a renovação do atacante. Até chegar a uma multa absurda. R$ 190 milhões para clubes brasileiros. E R$ 634 milhões para o equipes do Exterior.

Colocado na parede sobre se Dorival Júnior deveria escalá-lo ou Yuri Alberto, Gui Negão se saiu muito bem. “Dor de cabeça é do professor (Dorival Júnior).”

O garoto sabe que só teve chance para atuar porque o Corinthians está impedido de contratar, por conta do calote que deu no Santos Laguna, de R$ 33 milhões, pela contratação de Félix Torres.

Com a operação de hérnia inguinal de Yuri Alberto, o clube buscou um homem de definição. Mas não teve dinheiro para contratar, antes de a Fifa definir o transfer ban.

Dorival Júnior, ao contrário do que se poderia esperar, não garantiu que Yuri Alberto seja titular absoluto, na briga pela posição com Gui Negão, que só fez dez partidas como profissional.

“O futebol é uma concorrência diária, é necessário que se tenha sempre um elenco forte.”

É óbvio que Yuri Alberto é titular.

Mas, seguindo o imediatismo do futebol, dirigentes e conselheiros já avaliam que ele não é tão fundamental, como era antes da operação, quando nem se imaginava que o time pudesse ter Gui Negão como centro das atenções.

Sobre a classificação para a semifinal da Copa do Brasil, Dorival Júnior mostrava sua satisfação. Está conseguindo repetir o que fez no São Paulo, em 2023. Com a permissão da direção, relega o Brasileiro ao segundo plano e foca no torneio mata-mata.

Ao contrário do Athletico, que atuou com time misto. Poupou quatro titulares para o Brasileiro da Série B.

;;;;;;;;;; Rodrigo Coca/Corinthians

Só uma pergunta tirou o treinador corintiano do sério. A de que achou o ‘tempero’ para o seu ‘arroz com feijão’. Ou seja, o talento dos jogadores para o esquema tático simples, marca registrada que Dorival detesta.

E ontem ele fez um discurso, desabafou.

Contra o rótulo que carrega.

Mostrou usa mágoa com a imprensa.

“Sinto que as avaliações de uma partida são feitas de maneira aleatória sem que se mostre um pouco dos trabalhos que são desenvolvidos.

“Pegamos uma partida como a de hoje entre Fluminense e Bahia com variações dentro dos minutos jogados. Acho que o público precisa ser melhor abastecido sobre as informações de cada partida. Nós ignoramos e deixamos passar batido boas informações.

“Precisamos passar coisas com mais fundamento aos nossos ouvintes. Isso é importante até para educar melhor o nosso torcedor para entender o que se passa dentro de cada partida. Está na hora de nos preocuparmos um pouco mais. Arroz e feijão para mim nunca levei em consideração, sempre atuei com os jogadores que ali estavam e, mesmo assim, apresentei muitos resultados.

“Se isso é o arroz e feijão, fico lisonjeado. Sei que há consistência em todas as equipes que passei, e olha que tenho variações de nomes, posicionamentos, mudando até mesmo características dos atletas.

“Sou um cara muito satisfeito e muito preparado para toda e qualquer situação. Sem demagogia e sem querer ser melhor que ninguém, sou preparado e é por isso que as coisas acontecem na minha carreira. Vou completar mil jogos na carreira daqui a poucas rodadas e isso tem um valor grande.”

'Arroz com feijão com tempero?' Dorival quer avaliações mais profundas táticas da imprensa Rodrigo Coca/Corinthians

Depois de garantir a semifinal da Copa do Brasil, o Corinthians precisa focar no Brasileiro. O clube ocupa a 12ª colocação. Mas só a quatro pontos da zona do rebaixamento.

No sábado o time enfrentará o Fluminense, no Maracanã.

A dúvida de Dorival é se Yuri Alberto já estará completamente recuperado para jogar.

Se não estiver, não haverá tanto problema.

Gui Negão merece confiança.

Está longe de ser Drogba ou Mbappé.

Mas uma joia corintiana de grande potencial...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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