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Cosme Rímoli - Blogs

Dorival pode esquecer o São Paulo. Vitória sobre o Libertad, graças a Cotia, dá força a Zubeldía. Em vez de vaias, torcida grita nome do argentino

A ausência das estrelas Oscar, Lucas Moura e Calleri acabou em dois efeitos colaterais fundamentais. O São Paulo se tornou um time mais forte na recomposição e mais objetivo no ataque. Os meninos de Cotia foram decisivos. A sorte ajudou também, em pênalti bizarro

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Lucas Ferreira, 18 anos. Velocidade, personalidade, potencial e gol ontem contra o Libertad Conmebol

“É Zubeldía... É Zubeldía... É Zubeldia...”

Esse foi o inesperado coro que dominou o estádio Tigo La Huerta, em Assunção.

A torcida do São Paulo que estava no Paraguai não vaiou o time.

E nem xingou Luiz Zubeldía, como estava virando costume.


Pelo contrário, seu sobrenome era gritado em reverência.

E havia até palmas.


Tudo reverteu muito rápido, depois da eliminação do Paulista.

São oito jogos seguidos sem derrota.


E na partida de ontem o clube chegou à sua maior sequência invicta na Libertadores.

Nada menos do que 12 partidas.

A mais importante delas, em 2025, foi ontem, no Paraguai.

2 a 0 diante do Libertad, com gols do garoto Lucas Ferreira e André Dias.

A vitória fez o clube retomar a liderança do grupo D.

E trava de vez o movimento de conselheiros que desejam a saída do argentino para que Dorival Júnior volte.

Só que o ex-treinador, se tinha essa intenção, demonstrou que já mudou de ideia.

Zubeldía não vai sair.

O melhor que Dorival tem a fazer é fechar com o Corinthians.

Pode esquecer o São Paulo.

O técnico estava convicto da sua permanência, após o confronto contra o Libertad.

“Não é um momento de pressão, é um momento em que se fala muito. O futebol tem essa expressão, a paixão está em jogo, a parte financeira está em jogo, a história está em jogo. O futebol representa muito para a sociedade, há pressão, mas são apenas conversas

”Essa mesma situação tive em outras equipes.

“Na LDU, antes de sair campeão equatoriano e da Sul-Americana, tive uma conversa com pessoas da torcida. Sempre me questionavam sobre um jogador. Esse jogador fez o gol na final da Sul-Americana.

“Simplesmente faço o que acredito.

“Se creio que estamos criticando alguém muito cedo, calma”, usou de ironia, em relação à pressão da mídia para que o São Paulo tivesse um novo técnico.

Zubeldía teve enorme participação na vitória.

Sem as estrelas veteranas Oscar, Lucas Moura e Calleri, ele pôde montar uma equipe muito menos técnica. Mas muito mais combativa, vibrante e com força para puxar contragolpes fulminantes.

E ainda teve coragem na principal mudança tática do jogo.

Ele tirou o lateral Cédric e colocou o jovem atacante Lucas Ferreira.

Adiantou seu time no segundo tempo.

O primeiro tempo terminou 0 a 0.

Porque André Dias teve a coragem de perder um gol na pequena área.

A partida estava equilibrada, mas o Libertad era cobrado, pressionado pela torcida para atacar.

E com a equipe adiantada, buscando vencer.

Só que Zubeldía fez uma substituição importante.

Ao colocar Lucas Ferreira no lugar de Cédric.

O São Paulo passou a ter um esquema mais agudo, com dois pontas.

Ferreira, que ganha confiança e fôlego, a cada partida, na direita, e Lucas Ferreira na esquerda.

Luciano entrou muito bem no jogo.

E dos seus pés saíram o início dos dois gols.

Além, é óbvio, da participação dos garotos que saíram do histórico CT de Cotia.

O argentino deixou escapar a preparação da equipe.

E deixou claro que está cada vez mais confiante para escapar da monotonia que havia se transformado o São Paulo nas suas mãos.

Com o princípio fundamental de jogar bem o futebol, apresentar o que de melhor pede o futebol brasileiro, associando, tratando bem a bola, jogadores habilidosos pelos lados, fazendo duplas com laterais. No treino de ontem, um tático de 40 minutos, com 12 jogadores, o 12º era o Lucas (Ferreira). Parece que fazem três dias. A quantidade de jogos que jogamos...

“Senti que no intervalo ele poderia entrar. Mas precisava ver o que aconteceria no primeiro tempo. Estava previsto que assim seria. Às vezes acontece do primeiro tempo não ser como penso. Para o Ferreira fazer o trabalho no segundo tempo, precisava do Cédric no primeiro. Não espero que o torcedor veja assim, mas precisamos analisar com calma. A atuação do Ferreira no segundo tempo foi também pelo o que fez o Cédric.”

Zubeldía deixou de ser vaiado. Ganhou coro de apoio da torcida São Paulo

A direção do São Paulo está feliz por ter preservado Luiz Zubeldía.

E também porque o argentino está fazendo o que o presidente Julio Casares tanto quer.

Utilizar a base, formada no CT de Cotia.

Algo que o técnico não gosta, mas não teve saída, diante de tantas contusões.

Acho que estamos conhecendo mais os jogadores, a realidade é essa. E nesse tempo alguns vão estando cada vez melhores. E ainda faltam alguns jogadores que podem dar mais ao time e não estão jogando agora, mas podem jogar, como é o caso do Igor, por exemplo, do Ryan, do Rodriguinho. É um bom ponto de partida e vamos seguir trabalhando nisso.”

O clima depois da partida no Paraguai era excelente.

O São Paulo vive, de novo, momentos de tranquilidade.

Por isso, Dorival Júnior, se tinha mesmo o sonho de voltar ao Morumbi, como garantem alguns conselheiros que dão suporte a Casares, o ex-treinador da Seleção que assine contrato com o Corinthians.

Zubeldía fez por onde.

O time, aos trancos e barrancos, vem melhorando.

As vitórias contra o Santos e o Libertad dão um enorme fôlego ao treinado.

Ele manterá seu emprego.

As vaias acabaram.

Pelo menos ‘por enquanto’...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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