Dorival espanta até a direção do Corinthians. Ao contrário de Ramón Díaz. Quer a Sul-Americana ‘a qualquer custo’. Contra o América é final
Ex-treinador da Seleção decidiu tratar o jogo, nesta terça, com a seriedade de uma final de campeonato. Os jogadores se deixaram empolgar, depois das duas primeiras partidas e duas vitórias. Dorival também quer apagar a péssima imagem que deixou na Seleção
Cosme Rímoli|Do R7

O Corinthians venceu o Novorizontino pela Copa do Brasil.
1 a 0, com reservas e jogando em Novo Horizonte.
Derrotou o Internacional, em uma batalha épica, pelo Brasileiro.
3 a 2, em Itaquera.
Aos 63 anos, Dorival Júnior está empolgado como um garoto.
Jamais havia treinado o Corinthians e se mostra encantado com a força popular do time.
Revive o que tanto adorava no Flamengo: a empolgação arrebatadora da torcida, de tudo que envolve um clube absolutamente popular.
E decidiu que, ao contrário de Ramón Díaz, encara a Sul-Americana como fundamental.
Já falou para os dirigentes que não aceita colocar reservas e flertar com a eliminação, para poder focar no Brasileiro e na Copa do Brasil.
Pelo contrário, ele insiste que o Corinthians precisa voltar a ganhar torneios internacionais.
A última conquista foi a Recopa Sul-Americana, em 2013.
Como campeão da Libertadores derrotou o São Paulo, campeão da Sul-Americana.
São 12 anos sem títulos.
Dorival Júnior sabe a péssima colocação na tabela, que herdou de Ramón Díaz.
Foram três partidas, uma vitória, uma derrota e um empate.
Soma só quatro pontos.
O clube está atrás do Huracán, líder, com sete pontos.
O América, de Cali, tem cinco pontos.
A partida desta terça-feira, contra os colombianos, tem a vitória como obrigação, para sobrevivência no torneio.
O treinador trabalhou na segunda-feira, como é raro, na véspera de um jogo.
Ele mostrou vídeos do América.
E do próprio Corinthians.
Mostrando a fragilidade de marcação no meio-campo, que custa caro demais para o sistema defensivo.
Como foi diante do Internacional.
Ele não pode repetir o que fez na sua estreia, contra o Novorizontino, e escalar quatro volantes.
Não colocará seu time para atuar nos contragolpes.
Vai assumir as rédeas do jogo.
Escalará o seu melhor time.
Hugo Souza, Matheuzinho, André Ramalho, Cacá e Angileri; Raniele, José Martínez, André Carrillo e Romero; Memphis Depay e Yuri Alberto.
Serão três volantes: Raniele, Martínez e Carrillo.
Com Romero tendo a obrigação de fechar a intermediária.
E Dorival cobrou até mesmo Memphis, para que colabore sem a bola.
Situação que o holandês não gosta de fazer, mas o treinador foi convincente.
Afinal, não foi ele quem pediu publicamente um técnico ‘ambicioso’?
Ele chegou...

Até mesmo Yuri Alberto, o artilheiro, não poderá ficar parado, esperando bola.
Desde Hugo a todos os jogadores, o Corinthians entrará para uma guerra contra os colombianos.
Dorival deixou claro que Matheuzinho e Angileri serão o desafogo do time, pelas laterais.
Além de treinar bolas aéreas ofensivas e, principalmente, defensivas, outro ponto muito falho, deixado por Ramón Díaz.
Os jogadores ‘compraram’ a empolgação de Dorival.
Sentiram sua ambição, a gana de voltar a ganhar, depois do sofrimento com a improvisação na Seleção Brasileira.
Ele estava muito abatido com a demissão, com a certeza de que jamais trabalhará em uma Copa do Mundo.
Mas o Corinthians está sendo o remédio contra a depressão.
Até a direção está espantada com tanta dedicação e firmeza.
A Sul-Americana era vista com um bônus, no planejamento do clube.
A prioridade absoluta era a Libertadores da América, competição que Ramón Díaz não conseguiu chegar, caindo diante do Barcelona, de Guayaquil.
Dorival quer seu resgate como treinador.
E ele sabe que só virá com títulos.
Daí não querer perder qualquer oportunidade.
O jogo contra o tradicional América de Cali, com sua torcida também fanática, tem todos os ingrediente de uma final.
O treinador uruguaio Jorge da Silva encontrará um Corinthians muito diferente.
O que ‘suou sangue’ para apenas empatar em 1 a 1 na Colômbia.
Aquele time, com vários apagões na partida, previsível, com Ramón Díaz, não existe mais.
Será uma equipe ambiciosa, vibrante, intensa.
Com um treinador ferido, querendo provar o quanto foi injustiçado.
Dorival Silvestre Júnior...
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Defensor do Timão falou sobre a quarta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana.