Dorival conseguiu o que queria do Corinthians. Prazo para trabalhar, salário e multa alta. Agora, o ‘sim’ foi para valer. Falta rescisão com CBF

O executivo Fabinho Soldado se expôs.

Depois do suposto ataque de ansiedade de Tite, que recusou o Corinthians pela quarta vez seguida, ele só tinha um caminho a seguir.

Florianópolis, lar de Dorival Júnior.

Desde ontem ele tem travado várias reuniões com o treinador.

E as relatado para Augusto Melo.

As conversas foram muito mais objetivas do que na semana passada, quando Dorival Júnior já havia dito ‘sim’, mas recuou.

Agora, não.

O treinador soube da recusa de Tite.

E ficou à vontade para impor suas condições para o Corinthians.

Sabendo da instabilidade política do clube, vivido, ele quis a garantia que seu trabalho seguirá.

Até mesmo se Melo sofrer um processo de impeachment e perder o cargo.

Como Mano Menezes fez, na sua última passagem pelo Corinthians.

Ele foi escolhido pelo grupo político de Andrés Sanchez.

Sabia que não tinha a preferência de Melo.

O treinador exigiu um contrato longo, com multa pesada, para assinar.

A decisão deu certo.

Melo não queria, mas começou seu mandato com Mano, que nunca foi ‘seu treinador’.

Sem saída, diante da situação complicada do Corinthians, Melo aceitou.

Conselheiros ligados ao dirigente garantem que nesta manhã ficou acertado prazo e multa.

Dorival encaminhou o contrato até dezembro de 2026.

Com salário não abaixo do R$ 1,5 milhão que ganhava Ramón Díaz.

E com multa mais alta do que os três salários, que o treinador argentino tem direito.

A punição financeira, se o Corinthians demiti-lo, seria pagar os meses que faltariam para o fim de contrato.

Só que tudo isso ainda não foi assinado, até o meio-dia desta quarta-feira.

Por um motivo simples.

Dorival Júnior não assinou ainda a rescisão com a CBF.

Há questões financeiras que não foram resolvidas, desde o dia 25 de março, quando o Brasil foi espancado pelos argentinos, por 4 a 1.

Melo desta vez está muito mais otimista.

Porque, segundo Fabinho Soldado, Dorival se mostrou muito mais integrado.

Disposto a assumir o único clube grande onde ainda não trabalhou.

Ele negou ter preferência para voltar a trabalhar no São Paulo.

O técnico se disse desgastado com o período intenso de pressão, comandando a Seleção.

E quis ter a certeza de que poderá ter tempo para impor seu trabalho ao time.

O treinador já sabe da aversão da direção corintiana ao espaço dado aos filhos dos técnicos.

Emiliano Díaz usou e abusou do direito de ser auxiliar de seu pai, Ramón, no Parque São Jorge.

A direção sabe que Dorival também deixa seu filho Lucas Silvestre interferir nos treinos e jogos.

De maneira discreta, para evitar confrontos, Soldado expôs o que aconteceu com a dupla argentina.

E Dorival Júnior entendeu.

Lucas Silvestre deverá ser seu auxiliar no Corinthians, mas com função muito mais discreta do que Emiliano tinha.

A contratação de Dorival está mais do que encaminhada.

Ele tem tudo o que queria.

Agora só resta a rescisão com a CBF.

E que o treinador não volte atrás, como fez na semana passada, assustando a direção corintiana, que partiu para o plano B.

A busca por Tite, que alegou passar por distúrbios físicos e mentais.

E disse não ao Corinthians pela quarta vez seguida...