Dono do futebol do Cruzeiro mantém sua palavra. E Fernando Diniz ficará em 2025. Pedro Lourenço enfrentou pressão pela demissão
O vazamento que o treinador seria demitido teve efeito contrário. Dirigentes haviam prometido a ele, há uma semana, que ficaria até o final de 2025. Expostos, voltaram atrás. E seguirão com o treinador. Tentarão superar o desgaste
O dono do futebol do Cruzeiro resolveu intervir.
O bilionário Pedro Lourenço decidiu manter Fernando Diniz.
A postura foi firme.
Porque Lourenço não se conformou com o vazamento da possibilidade de demissão de Diniz.
A reunião foi no escritório central, de onde comanda, sua rede de supermercados.
E não na Toca da Raposa.
O treinador foi chamado depois de sua fortíssima entrevista, ontem em Caxias.
Ele desabafou, irritadíssimo, com o vazamento que iria ser mandado embora.
O rendimento do Cruzeiro do técnico realmente foi muito fraco.
Em 15 partidas, só três vitórias.
Seis empates e seis derrotas.
Ele assumiu em setembro, substituindo Fernando Seabra.
O problema do ex-técnico da Seleção e do Fluminense é que, em toda sua carreira, sempre levou muito tempo para formar seus times.
Precisa de pré-temporada e muitos treinos para que os jogadores assimilem suas estratégias.
E elas envolvem atletas fazendo duas, três funções táticas.
Não é fácil.
A perda da final da Copa Sul-Americana.
E, principalmente, não classificar o Cruzeiro à Libertadores.
Esses dois fatores desgastaram muito Diniz.
A imprensa mineira, de forma unânime, deixou claro que houve vazamento.
A alta cúpula do futebol conversou sobre a demissão de Diniz.
Matérias foram publicadas na quinta-feira passada.
O tom era de certeza.
“A Itatiaia sabe muito mais do que vai acontecer comigo do que eu. Acho um desrespeito muito grande, mas muito grande. Me sinto extremamente desrespeitado, porque tive inúmeras propostas de trabalho e vim trabalhar no Cruzeiro. É um desrespeito muito grande. Não teve clareza nas coisas. Eu estou sabendo, recebo uma mensagem, de quem manda em uma quinta-feira após Grêmio.
“Na outra quinta, eu fico sabendo que estava demitido na quinta. Foram vocês mesmo que começaram a divulgar, eu não acompanho vocês, não acompanho nada. Mas, de tanto falar, com tanta riqueza de detalhes, chegou para mim.”
“Me sinto muito desrespeitado, desrespeitado. Mas eu respeito as pessoas. Ninguém olhou no olho, é assim ou é assim. Foi uma conversa de muro. Mas eu sabia, não sou tonto. Quando vem esse tipo de coisa, tô no futebol há muito tempo, tem 40 anos que milito no meio do futebol. Isso que temos que saber conviver. Aqui a imprensa sabe antes dos profissionais que estão dentro. A gente vive mais para fora do que para dentro, não é para dentro não. Para dentro não vale. Vale só se ganhar o próximo jogo. Não vivo assim, acho uma mediocridade viver assim, é muito medíocre ser isso.”
As palavras ditas ontem em Caxias, depois da vitória contra o Juventude, tiveram eco.
O dono da SAF do Cruzeiro, Pedro Lourenço, e o executivo, Alexandre Mattos, foram questionados por jornalistas de Belo Horizonte.
Ambos haviam avisado que o planejamento para Diniz iria até dezembro de 2025.
Já havia acontecido o vazamento de uma conversa de Lourenço, cobrando firmemente o ex-treinador Fernando Seabra, em relação aos reforços não jogarem.
Lourenço decidiu manter Fernando Diniz.
A decisão foi dele.
E tudo foi acertado no seu escritório, no início da tarde.
Capítulo encerrado.
Agora, o Cruzeiro vai tentar fechar as negociações prometidas.
As contratações de Gabigol e de Dudu.
Apesar de o Santos tentar atravessar as duas...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.