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Cosme Rímoli - Blogs

Dois anos da maldita medalha de ouro. Desperdício de R$ 41 bilhões

Por capricho, o país se mobilizou pela conquista inédita. Abandono e prejuízo foram o legado da Olimpíada do Rio. A herança do time foi o fracasso

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Dois anos da inútil medalha de ouro olímpica. R$ 41 bilhões para o país se iludir
Dois anos da inútil medalha de ouro olímpica. R$ 41 bilhões para o país se iludir

"Vocês vão ter de me engolir."

Essa foi a frase, dita com ódio, que marcou a conquista da inédita medalha de ouro olímpica, na corrupta Olimpíada de 2016. 

Em vez de comemorar, festejar, o capitão, camisa 10, cobrador de todos os pênaltis e faltas, dono de todos os privilégios, avisava encarando as câmeras.

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A vitória era apenas uma questão de ego. 

Principalmente o seu.


Ele já havia mostrado o que viria pela frente durante a volta que resolveu dar ao redor do gramado do Maracanã. 

Cercado de truculentos seguranças, foi se vingar dos torcedores que o ousaram cobrá-lo durante o empate contra a Alemanha, com nove reservas. E do veterano treinador que fazia sua despedida de futebol, antes de se tornar um profissional de caça ao bacalhau.


Com a medalha de ouro no peito, passou a gritar todos os palavrões que conhecia. Os torcedores ficaram paralisados de medo. Depois de xingar, ele resolveu ir além. Deu um forte tapa derrubando a cerveja que um deles tinha na mão.

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As pessoas que estavam ao lado dos torcedores pediam ao revoltado capitão da Seleção.

"Calma...É Brasil, é tudo Brasil", tentavam acalmá-lo.

Mas os palavrões continuaram, até ele se cansar.

Essas foram as imagens que ficaram registradas para sempre da conquista da medalha olímpica. 

Marcadas por seu capitão, Neymar.

Micale e sua lousa. Trabalho fraco, salvo por Tite. Depois, só demissões
Micale e sua lousa. Trabalho fraco, salvo por Tite. Depois, só demissões

Depois de dois anos ficou fácil analisar o porquê de o México, Polônia, Hungria, Suécia, Bélgica, Camarões venceram a competição e nada mudou na realidade do futebol nos seus países.

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Neste país também, não.

Ou até mudou.

Para pior.

A esperança que estivesse nascendo uma geração vencedora, vibrante, que orgulharia a população na Copa do Mundo na Rússia, se tornou uma grande frustração.

A começar por Neymar.

Ele virou as costas para o Barcelona, quis o dinheiro e o protagonismo do PSG. Seguiu com Tite tendo todos os privilégios na Seleção principal. Como acontecia com Dunga, Mano e Felipão. Até sua exigência de ficar longe da faixa de capitão. Segue longe de seu objetivo de ser o melhor do mundo.

Saiu da Copa da Rússia como motivo de piada, por suas simulações. Tem a antipatia da imprensa internacional, principalmente a francesa. E já está à sombra de Mbappé, jovem atacante campeão do mundo.

Dos 18 convocados, só quatro foram para a Rússia.

Marquinhos, Renato Augusto, Gabriel Jesus e Neymar.

Marquinhos perdeu a posição de titular do time de Tite a três semanas da Copa. Viu Thiago Silva ficar com sua vaga. Tite acena que será titular do Brasil principal de novo, mas nada impede que mude de ideia às vésperas da Copa de 2022.

Renato Augusto chegou com ritmo abaixo dos demais, no Mundial, pela pouca exigência na China. Logo se contundiu. Se recuperou, mas seguiu como reserva. A idade o alija da Copa do Catar.

Gabriel Jesus passou as cinco partidas que o Brasil teve direito na Rússia, sem marcar um gol sequer. Perdeu grande parte do prestígio que conseguiu nas Eliminatórias.

Weverton, Uilson, Rodrigo Caio, Luan, Willian, Douglas Santos, Zeca; Wallace, Rodrigo Dourado, Thiago Maia, Rafael Alcãntara, Felipe Anderson, Gabigol, Luan.

A imensa maioria regrediu na carreira.

O exemplo mais gritante é o de Gabigol, contratado pela Inter, fracassou, a ponto de ter sido considerado pela imprensa italiana como a pior contratação de 2016. Foi emprestado para o Benfica, que o devolveu antes do fim do fim do período acertado. Voltou para o Santos, onde mostra seu futebol irregular.

O fracasso mais gritante. O de Gabigol. Retrocesso absoluto na carreira
O fracasso mais gritante. O de Gabigol. Retrocesso absoluto na carreira

O Grêmio vendeu Wallace para o Hamburgo por 10 milhões de euros, cerca de R$ 47,6 milhões . Chegou com muita expectativa e logo acabou na reserva. Foi repassado, dois anos depois, com 40% de desvalorização. Custou 6 milhões de euros, R$ 28,5 milhões, ao Hannover 96.

Rodrigo Caio tinha a esperança de ir para a Europa, com a medalha olímpica no peito. Nutria a certeza de ir para a Copa. Nem uma coisa e nem outra. Atualmente é reserva no São Paulo. 

Rafael Alcântara foi despachado do Barcelona para a Inter de Milão, por empréstimo. 

A carreira de Felipe Anderson também regrediu.

Foi da Lazio para o pequeno West Ham.

Zeca, que brigou com o Santos, sonhando com a Europa, está no Internacional de Porto Alegre,sem destaque algum. 

Douglas Santos segue no Hamburgo, rebaixado para a Segunda Divisão Alemã.

Weverton não agradou Tite a ponto de ser convocado para disputar a Copa da Rússia. Trocou o Atlético Paranaense pelo Palmeiras. E só recentemente conseguiu ser titular.

Os demais seguiram com a carreira estagnadas.

O treinador, Rogério Micale, é um caso exemplar de fracasso.

Mesmo diante de adversários sem a menor expressão, como África do Sul e Iraque, e jogando em casa, o time olímpico não passou de frustrantes 0 a 0. Só depois que Tite fez uma visita ao grupo, tudo mudou. A começar pela postura tática do time.

Treinador acostumado a lidar com garotos, se mostrou emocionado por comandar Neymar, Renato Augusto, Marquinhos. Jogadores importantes.

A medalha de ouro não teve grande significado para sua carreira. A CBF logo o mandou embora, enterrando o plano de manter uma seleção sub-23 de forma constante. Tite e Edu Gaspar não fizeram a menor questão de seguir com ele.

Foi contratado pelo Atlético Mineiro e colecionou fracassos. Foi demitido sumariamente depois de dois meses. De julho a setembro de 2017.

Só voltou a trabalhar no limitado Paraná Clube. Ficou de fevereiro a agosto deste anos. Foi mandado embora com a equipe na última colocação no Brasileiro. Fazendo uma campanha vergonhosa.

Ou seja, o sucesso do grupo que conquistou a medalha de ouro em 2016 é nulo.

Dá bem a conta da importância da competição.

O Brasil fez questão de se enganar.

E a conta veio.

Com o vexame na Copa do Mundo.

A estagnação ou o fracasso da maioria dos jogadores.

Do técnico.

Carreira estagnadas ou decadentes. Uma geração superestimada
Carreira estagnadas ou decadentes. Uma geração superestimada

O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, já foi preso e segue investigado por denúncias de compra de votos para que o Brasil fosse sede da Olimpíada.

O então presidente do Brasil, Lula, que abriu o país para o COI, está na cadeia.

Condenado por corrupção.

O legado da competição no Rio é de abandono e dívidas.

Desmoralização em todos os sentidos.

Mas a medalha de ouro do futebol já faz parte das conquistas brasileiras.

Não era isso que interessava?

Que importam os R$ 41 bilhões de dinheiro público ?

Parabéns ao grupo olímpico pelo dois anos da grande conquista...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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