Dívida de um bilhão. Medalhões dispensados. Cruzeiro agoniza
Robinho e Edílson fazem companhia a Fred, Thiago Neves, Rodriguinho, Sassá, Orejuela. Saíram hoje do Cruzeiro. Presidente assume falta de dinheiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
O choque de realidade foi pior que Sérgio Santos Rodrigues esperava.
O novo presidente do Cruzeiro encontrou o clube sem recursos.
No balanço de 2019, as dívidas eram de R$ 799 milhões.
Mas, agora em junho, teriam chegado perto de um bilhão de reais.
O Ministério Público de Minas Gerais já levantou cinco crimes contra a antiga administração.
Falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Ex-dirigentes podem ser presos.
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Mas isso não interessa a Sérgio Santos.
E sim a falta de recursos.
Conteúdo RelacionadoQue já farão o bicampeão da Libertadores entrar na Série B com seis pontos negativos. Por não pagar R$ 5 milhões pelo empréstimo do volante Denilson ao Al Wahda, dos Emirados Árabes.
A punição da Fifa é irrecorrível.
A nova administração teve de pedir ajuda a empresários para pagar parte do atacante Willian para o Zorian, da Ucrânia. Foram R$ 3,9 milhões. Para não perder mais pontos.
O clube tem de pagar mais R$ 43 milhões de dívidas de atletas contratados e que não foram pagos. Isso até o próximo semestre.
Desesperador, o novo presidente tomou uma decisão. E que poucos acreditavam.
Manter o teto de R$ 150 mil mensais em 2020.
Mas ele falava a verdade.
E, hoje, a grande prova.
O clube rescinde com o meia Robinho e com o lateral Edílson.

O meia era um dos melhores do time.
Já o lateral não conseguiu render na Toca da Raposa.
"Infelizmente, devido ao cenário que envolve o clube nos últimos anos, precisamos chegar a essa decisão extrema."
"Robinho e Edílson são atletas vitoriosos, que contribuíram para o time com grandes conquistas, e nós os agradecemos muito. Mas a realidade e necessidade de austeridade do Cruzeiro daqui pra frente nos impõe essa mudança. Um dos principais compromissos da nossa gestão é preservar a saúde financeira do clube, e foi isso o que pesou na decisão", discursou o presidente.
Robinho, 32 anos, recebia R$ 450 mil e tinha contrato até o final de 2021.
Edilson, 33 anos, R$ 500 mil, e seu compromisso era até dezembro deste ano.
O clube mineiro já perdeu Fred, Thiago Neves, Rodriguinho, Orejuela, Sassá, Marquinhos Gabriel, Ederson, Egídio, Henrique, Manoel, Rafael, David.
Os experientes Fábio e Marcelo Moreno pediram reforços publicamente.
Estão preocupados.
Já duvidam da força do time para subir para a Série A em 2020.
A cota que a Globo pagava para o Cruzeiro em 2019 era de R$ 70 milhões, por participar da principal divisão do país. Em 2020, ela deveria cair para R$ 30 milhões.
Só que o ex-presidente Wagner Pires adiantou R$ 20 milhões.
O clube deverá receber apenas R$ 10 milhões pela Série B, já que optou pelo que render no pay-per-view.
A situação cruzeirense é dramática.
Empresários que buscaram se aproximar da nova direção ficaram chocados com as dívidas.

Elas são imensas e prementes.
O ex-diretor executivo Vittorio Medioli deixou claro, ainda em janeiro. "O Cruzeiro tem mais de R$ 1 bilhão em dívidas. A situação é muito complicada."
As dispensas de Robinho e Edílson são apenas a constatação.
Da irresponsabilidade, da farra dos contratos altíssimos pagos por Pires ao time que rebaixou o Cruzeiro.
E também da nova realidade.
O time bicampeão da Libertadores não terá estrelas.
Será o mais barato possível.
Enderson Moreira já sabe.
Tem de apostar em garotos e jogadores sem tanto talento.

Fábio e Moreno são exceções.
Mas não será surpresa se também forem dispensados.
Além da dívida, beirando o bilhão de reais, o clube tem mais de cem processos trabalhistas na justiça.
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